top of page

Os 10 Melhores Filmes dos Anos 1950

Após o crescente sucesso do nosso primeiro post explorando as décadas do cinema, iniciada em 1980, dessa vez, vamos voltar ainda mais, para os nostálgicos anos 1950, lar de ótimos filmes, de 12 Homens e uma Sentença, até Cantando na Chuva, vamos conhecer essa era mágica de Hollywood.

(Os 10 Melhores Filmes dos Anos 1950)

12 Homens e uma Sentença

A trama se inicia em um tribunal, onde um jovem de 18 anos está prestes a ser condenado a cadeira elétrica, suspeito de matar o próprio pai a facadas. Seu caso vai para júri popular, onde aparentemente ele seria condenado por uma unanimidade, e isso quase acontece, porém, um único homem permanece com sua mão abaixada, sendo pressionado pelos outros, que desejavam acabar rápido com o problema, demonstrando certo desprezo pela situação do garoto.

Mesmo pressionado, o homem sem nome enfrenta os jurados, e põe as supostas provas sobre contestação. Ao longo do filme, ele desmente cada uma das provas, porém, sempre com incerteza, provando que tanto o lado favorável a condenação, quanto favorável a liberação, trabalham com a incerteza em relação as testemunhas e provas, algo que da graça a obra, pois nos envolvemos com a situação deles, sendo impossível saber 100% se o garoto tem culpa ou não, podendo recair sobre suas mãos, o peso de executar um inocente ou soltar um assassino.

Ao longo da obra, os testemunhos são postos em cheque, as contradições da declaração do réu são revistas, e pouco a pouco, o jogo vai virando, mas existem três homens que insistem em sua posição até o fim. Percebemos que para alguns deles, aquilo é um caso pessoal, envolvendo problemas do passado, preconceitos enraizados ou puro desinteresse de estar ali presente.

Por fim, não revelarei o desfecho final da obra, para não estragar a experiência, porém, recomendo fortemente a obra, principalmente para os fãs do cinema clássico. Apesar do ritmo lento, tradicional do período, mas ainda sim, sendo envolvente e divertido, te fazendo pensar como se fosse um deles. Os personagens não tem seu nome revelado, nem suas histórias, então, não temos como nos apegar previamente a ninguém, mantendo nossa mente limpa, para absorver apenas o que ocorre no presente. Sem dúvida, é um dos melhores filmes criminais já feitos, com um verdadeiro show de roteiro e direção, que compensam totalmente a produção extremamente simples.

Cantando na Chuva

O maior clássico dos musicais, Cantando na Chuva, é estrelado por Gene Kelly no papel de Don Lockwood, um artista do cinema mudo idolatrado por sua beleza, mas não por seu talento. Para se adequar aos padrões de Hollywood, ele altera seu próprio passado na mídia. Ao seu lado, temos a atriz Lina Lamont (Jean Hagen), uma mulher arrogante e prepotente que, sem talento, mantém-se no topo apenas por sua aparência.

Porém, o cinema mudo estava com os dias contados, e os antigos astros precisavam soltar a voz. Don é desafiado pela atriz de teatro Kathy Selden (Debbie Reynolds), que afirma que ele não é um ator de verdade, apenas um rosto diante das câmeras.

As filmagens do novo filme de Don e Lina são um fracasso, principalmente pelas dificuldades de adaptação ao cinema falado. Ele teme que seu futuro em Hollywood esteja por um fio, mas, graças ao seu amigo Cosmo Brown (Donald O’Connor), diretor musical dos filmes de Lockwood, decide transformar a produção em um musical. Em vez de utilizar a voz de Lina (considerada insuportável), Kathy dublaria a famosa atriz em segredo.

Ao longo das filmagens, Don apaixona-se por Kathy, o que resulta na icônica cena da canção Singin’ in the Rain, quando ele descarta o guarda-chuva e se rende à paixão, dançando entre a chuva intensa, envolto na mais pura felicidade. Essa sequência tornou-se uma das mais memoráveis do cinema.

No desfecho da trama, o filme é um sucesso, e Lina, que tentou se passar como a grande estrela da obra, acaba sendo exposta diante de todos quando revelam que a bela voz que se ouvia era, na verdade, de Kathy. Por fim, Kathy tem seu sonho de se tornar atriz realizado, ao lado de Don e Cosmo.

Cantando na Chuva é uma reflexão sobre a velha Hollywood, simbolizando o grandioso momento de transição do cinema mudo para o falado, com a queda de antigos astros e o surgimento de novos. O romance entre Don e Kathy é bem desenvolvido, e as cenas musicais são excelentes, especialmente Singin’ in the Rain, que se tornou uma das mais famosas da história do cinema. Sem dúvida, este filme é um exemplo incontestável de um grande musical.

Ben-Hur

Com uma receita de 146 milhões de dólares, o épico bíblico de mais de três horas, Ben Hur, leva a medalha de ouro dos anos 1950 no quesito bilheteria. A obra vai muito ali de uma bilheteria explosiva, sendo na época, o filme mais caro e grandioso já produzido, sendo o maior investimento da história da MGM. Não por menos, a obra também ergueu 11 prêmios Oscar, incluindo melhor filme.

O filme conta a história de Judah Ben-Hur, um príncipe judeu que, após ser traído por seu amigo de infância Messala, é injustamente acusado de traição e condenado à escravidão. Sua jornada de sofrimento, vingança e redenção se entrelaça com eventos da vida de Jesus Cristo, criando um paralelo poderoso entre a narrativa pessoal e a espiritual.

O longa é lembrado por sua escala monumental, incluindo cenários deslumbrantes e figurinos impecáveis, mas o ponto alto é a icônica corrida de bigas, uma sequência de ação que continua impressionante até hoje, mesmo em comparação com os padrões modernos. Charlton Heston oferece uma performance intensa e carismática no papel principal, capturando a complexidade de um homem em busca de justiça, mas que encontra salvação.

Drácula: O Vampiro da Noite

Dez anos após o fim da Era de Ouro dos monstros da Universal, o estúdio britânico Hammer reinventou Drácula em uma versão mais sombria, sensual e sangrenta.

Bela Lugosi havia sido a persona definitiva do Conde até então, mas, Christopher Lee, tornou-se ainda mais icônico, sendo para muitos, o rosto definitivo do Príncipe das Trevas.

Dirigido por Terence Fisher, a trama adapta livremente a obra de Bram Stoker, invertendo os nomes de Mina e Lucy, e transformando Jonatan Harker em um caçador de vampiros, sendo capturado por Drácula ainda no início do filme. Van Helsing (Peter Cushing), assume o protagonismo, em uma trama dinâmica e grandiosa.

A produção é sublime, com cenários belíssimos, especialmente o Castelo Drácula. A atmosfera de medo e sensualidade que permeia o Conde e suas noivas, é ampliada, e diferente dos clássicos da Universal, não tem medo de expor o público ao sangue, ao lado mais animalesco do vampiro.

O final é espetacular, com Helsing matando o Rei dos Vampiros em seu castelo, usando o sol para desintegra-lo. Drácula: O Vampiro da Noite, foi um sucesso comercial, custando uma bagatela de 81 mil libras, e faturando 3,5 milhões, principalmente em Home Video. O clássico de 1958, resultou em uma extensa franquia, simbolizada na face icônica de Lee, sendo sem dúvida, um dos maiores clássicos do terror cinquentista, tornando Drácula, muito mais do que um personagem, como também, um mito.

O Sétimo Selo

Saindo do ciclo EUA e Reino Unido, vamos dar uma passada no cinema sueco, em um dos maiores clássicos do cinema cult. Dirigido por Ingmar Bergman, cineasta responsável por outros filmes reconhecidos como Morangos Silvestres e Jardim dos Prazeres, o Sétimo Selo traz um jogo de xadrez, entre o Cavaleiro Antonius Block e a Morte, que se estende ao longo de todo o filme.

O filme levanta diversos dilemas, desde o sentido da vida até dúvidas quanto à fé do personagem, com Antonius tendo vivido a vida inteira buscando por Deus e nunca o tendo encontrado.

O mundo desse filme é mórbido, desde a água cinzenta até o céu coberto de nuvens, promovendo uma atmosfera densa sob os personagens. Os personagens são multifacetados, repletos de erros e fanatismos religiosos, o que, por vezes, torna a Morte o único e inevitável caminho para a paz, sendo uma referência direta ao Apocalipse bíblico.

O filme faturou títulos no Festival de Cannes, na França, e o Palma de Ouro, além de uma modesta bilheteira de 311 mil dólares ao redor do mundo, sendo o melhor filme da história do cinema sueco.

Vertigo

A carreira do Mestre do Suspense, Alfred Hitchcock, é marcada por diversos sucessos, como Psicose, Janela Indiscreta, Quando Fala o Coração e muitos outros, sempre com uma forma única de fazer cinema. Em seus mais de 50 anos de carreira, ele sempre deixou o espectador com uma pulga atrás da orelha quanto ao seu trabalho, sempre reformando seu próprio conceito de cinema.

Em Vertigo, ele renova sua parceria com James Stewart (conhecido por clássicos como A Felicidade Não se Compra) e Kim Novak, uma das mais notórias 'Loiras de Hitchcock'.

Na trama, John Scottie (James) investiga a vida de Madeleine (Kim Novak), a ex-mulher de um amigo, ficando completamente obcecado por ela.

Mais do que um thriller, Vertigo é uma meditação sobre o poder da ilusão, da memória e do amor idealizado, um espelho sombrio da psique humana.

O título mostra seu sentido logo no início da trama, quando John, atuando como policial, acaba perdendo um de seus colegas em uma queda durante uma perseguição, com ele mesmo quase caindo em seguida, em um jogo de câmera inovador, o famoso efeito dolly zoom, dando origem à sua vertigem, com a qual ele tem de lidar ao longo da narrativa.

A receita do filme passou dos 7,5 milhões de dólares, e como de costume para Alfred, um sucesso absoluto de crítica, com duas indicações ao Oscar, O Prêmio de Melhor Diretor para Hitchcock no Festival de São Sebastian, na Espanha, e uma aprovação de mais de 93% no Rotten Tomatoes, sendo considerado um dos melhores filmes de todos os tempos.

O filme é cheio de suspense e reviravoltas, ao melhor estilo do diretor, que aqui tem talvez o seu melhor trabalho, sendo sem dúvida digno do top 10 dos anos 1950.

Godzilla (1954)

Já passamos por EUA, Reino Unido e Suécia, agora, vamos ao cinema japonês. Dirigido por Ishiro Honda, a trama aborda de maneira implícita, o temor nuclear dos japoneses pós Segunda Guerra Mundial.

O baixo orçamento não deixa o filme perder seu brilho, com muitas maquetes sendo usadas para retratar os ataques de Godzilla, apesar de por boa parte do tempo, o filme deixar o monstro nas sombras, evitando mostra-lo claramente, ao estilo Tubarão (só que décadas antes).

A ideia do diretor, era não somente usar sua criatura como um simbolismo ao terror atômico, como também uma vingança da natureza contra a humanidade. A obra fez um sucesso estrondoso, dentro e fora do país, com uma versão estadunidense sendo lançada logo em 1955, dando início a uma das maiores franquias do cinema, chegando a realizar Crossovers com o monstro norte-americano, King Kong.

O filme possui uma aprovação de 84% no Rotten Tomatoes, e recebeu a honraria da revista japonesa Kinema Junpo, como um dos vinte melhores filmes da história japonesa.

Rashomon

Se há um filme responsável por abrir as portas do cinema japonês para o mundo, esse filme é Rashomon. Com uma proposta radical para a época, Kurosawa apresenta a mesma históri, um assassinato e um estupro, contada sob diferentes pontos de vista. A genialidade do roteiro está justamente em não oferecer uma "verdade definitiva", transformando o espectador em juiz, cúmplice e vítima ao mesmo tempo.

A fotografia de Kazuo Miyagawa é hipnotizante, e o uso inovador da luz filtrada entre as árvores transformou a floresta em personagem. A trilha de Fumio Hayasaka também reforça a atmosfera ambígua e filosófica da narrativa.

Premiado com o Leão de Ouro no Festival de Veneza e um Oscar Honorário por Melhor Filme Estrangeiro, Rashomon foi o ponto de virada para Kurosawa e para o cinema japonês como um todo, marcando o início de seu reconhecimento global.

Os Sete Samurais

Uma verdadeira obra-prima do cinema mundial, Os Sete Samurais é mais do que um épico japonês, é uma aula de cinema em todos os sentidos. Dirigido por Akira Kurosawa, o filme acompanha sete guerreiros sem mestre que se unem para proteger uma vila de camponeses contra bandidos saqueadores. A narrativa, com mais de três horas de duração, jamais se arrasta: cada personagem tem sua jornada bem construída, cada batalha carrega peso emocional, e a tensão cresce até um clímax inesquecível.

Tecnicamente, é um marco: da montagem rítmica às cenas de ação coreografadas com precisão cirúrgica, Kurosawa elevou o padrão para o gênero. A influência do filme é gigantesca, servindo de base para adaptações ocidentais (Sete Homens e um Destino) e inspirando diretores como George Lucas e Quentin Tarantino.

Seu sucesso comercial no Japão foi estrondoso, e sua aclamação internacional veio com o Leão de Prata no Festival de Veneza. Mais do que isso, Os Sete Samurais consolidou a imagem do samurai no imaginário global, tornando-se símbolo de honra, sacrifício e resistência.


 
 
 

9 Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
Tier NERD
Tier NERD
há 2 dias
Rated 5 out of 5 stars.

Ótima lista

Like

Rated 5 out of 5 stars.

Cantando na Chuva é o melhor dessa década!

Like

Line Li
Line Li
há 4 dias

Showwwwww

Like

Line Li
Line Li
há 4 dias

Godzila

Like

Godzilla 🔛🔝 🔥

Like

©2022 por Lar Da Cultura POP. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page