Avaliando os Filmes do Superman
- Canal Cultura POP
- há 7 dias
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Se preparando para o mais novo filme, Superman: Legacy, vamos mais uma vez viajar pela história do cinema, de Superman vs Homem Toupeira, até Batman vs Superman, de George Reeves até Henry Cavill. Sem mais delongas, vamos para a lista.

Superman vs Homens Toupeira

Robert Maxwell, da Superman INC, tinha um ambicioso projeto para levar o Superman para as telas da TV, após o grande sucesso da série de 1949. Como teste, um episódio piloto em formato de filme, com um novo ator no manto do Homem de Aço, George Reeve, sem dúvida o mais polêmico a vive-lo, devido aos imensos problemas psicológicos que esse trabalho lhe causou.
Na trama de 58 minutos, Superman e Lois Lane viajam a uma pequena cidade, que sofre ataques de uma nova espécie, conhecida como Homens Toupeiras, que causam um imenso conflito na cidade, com a população furiosa reunindo-se para mata-los, obrigando Superman a intervir para evitar o desastre.
Bom, não tem muito que dizer, é um filme fraco, até para os padrão da época. Mas, devido as limitações da época, dá para dar um desconto. Por isso, é nota 3.
Superman (1978)

A década de 1970 se tornava desesperadora para a DC, com a Marvel finalmente superando a editora no topo do gráfico de vendas após 30 anos de rivalidade. Além disso, seu maior nome, Superman, começava a parecer antiquado diante dos novos tempos. Como trazer o "americano certinho" em uma era em que a rebeldia contra tudo que era tradicional imperava nos quadrinhos? Como apresentar um herói bondoso, superpoderoso e quase messiânico em tempos dominados por anti-heróis mais humanizados e violentos? Seja lá como fosse o filme, uma coisa era certa: se fracassasse, poderia enterrar o Superman para sempre.
O filme precisava ser grandioso, e a DC sabia disso. Por isso, buscou os melhores, tanto para atuar quanto para dirigir o "superfilme". Mario Puzo, roteirista de O Poderoso Chefão, foi chamado para escrever o roteiro, mas sua versão não foi aceita pelo estúdio. Na direção, até mesmo o jovem prodígio Steven Spielberg (famoso por Tubarão) foi cogitado, mas considerado "novo demais" para uma empreitada dessa magnitude. Assim, a direção ficou a cargo de Richard Donner, que encontraria em Superman: O Filme a maior obra de sua carreira.
Quanto ao novo Superman, a busca foi incansável e precisava ser. Quem vestisse o manto seria eternizado na história do cinema. Nomes como Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger, Clint Eastwood, Paul Newman e até mesmo Muhammad Ali foram cogitados, mas, por diversos motivos, acabaram recusados.
A produção, então, decidiu buscar um ator anônimo, alguém que seria lembrado apenas pelo papel. Em uma das várias sessões de teste, encontraram um jovem galã circense, quase descartado por ser considerado "bonito demais". Seu nome? Christopher Reeve. A fatídica cena da entrevista no apartamento de Lois foi usada como teste, e Reeve demonstrou habilidade não apenas para viver Superman, mas, especialmente, para interpretar Clark Kent. Com uma simples jogada de ombros para trás e um olhar baixo, ele era capaz de convencer qualquer um de que os dois não eram a mesma pessoa. Era ele! E não apenas ele, pois Margot Kidder (Lois Lane), Marlon Brando (Jor-El) e Gene Hackman (Lex Luthor) tornavam o elenco um verdadeiro palco de Hollywood.
Reeve contava com uma experiência como paraquedista, o que lhe ajudou nas cenas que envolviam os voos do herói, e sua capacidade de dividir as personalidades Superman/Clark tornaram sua atuação única até então.
Com a produção mais cara da história do cinema até então, Superman prometia efeitos especiais de cair o queixo, e entregou. Na época, os voos de Christopher convenciam a plateia daquilo que Donner havia prometido nos pôsteres: "Você vai acreditar que um homem pode voar."
Superman (1978) traz uma trama fiel aos quadrinhos, consolidando de maneira magistral sua trajetória desde a destruição de Krypton até sua chegada a Metrópolis. O filme narra os motivos do cataclismo de seu mundo natal, detalha a descoberta de seus poderes de forma envolvente e transforma o romance com Lois em algo realmente mágico.
A trilha sonora de John Williams casa perfeitamente com a atuação majestosa de Reeve. Seu Superman era bondoso e confiante, capaz de impedir que um trem saísse dos trilhos e, ao mesmo tempo, salvar um gato para uma menininha, ele era praticamente um deus, mas tão humano quanto qualquer um de nós.
Com o passa dos anos, críticas surgiram, algumas quanto ao ritmo do filme, outras sobre suas atuações caricatas (especialmente Lex Luthor), mas, considero o filme muito palatável até os dias de hoje, com esses pequenos ´´problemas´´, fazendo parte do charme da época.
A obra foi um sucesso astronômico, rendendo milhões à DC, especialmente na venda de produtos, e transformou Reeve em um astro mundial. Superman havia salvo a DC, com as vendas de seus quadrinhos crescendo drasticamente. O sonho havia sido realizado, o MAIOR FILME DE SUPER-HERÓI da história até então havia sido concebido.
Esse é sem duvida, um 10/10.
Superman II: A Aventura Continua

Sequência direta do clássico de 1978, Superman II era praticamente uma certeza após o grande sucesso do original. Richard Donner deu lugar a Richard Lester, o que causou um grande declínio da produção do filme, que perdeu muita qualidade, especialmente nos efeitos visuais. Lex Luthor é reduzido a um mero alívio cômico, e General Zod assume o papel de vilão principal, ao lado de seus dois capangas.
Christopher Reeve por outro lado, segue impecável no papel principal, junto a Margot Kidder, que aqui tem seu romance aprofundado, com ela chegando a descobrir a identidade secreta de Clark, de forma inteligente.
A trilha sonora segue impecável, e junto as cenas de ações mais grandiosas, torna esse filme minimamente majestoso. Apesar de muito abaixo do original, é um filme razoável, um nota 6.
Superman 3

Após dois filmes grandiosos, Superman III aposta numa abordagem mais cômica e despretensiosa. A trama envolve um gênio da informática atrapalha, chamado Gus Gamon, interpretado por Richard Pryor, que cria um supercomputador capaz de ameaçar até o Homem de Aço. O filme erra feio ao abraçar o pastelão, desviando-se do tom épico dos anteriores, mas acerta pontualmente no humor leve e na divertida sequência do Superman malvado, que rende um dos momentos mais memoráveis da franquia. É confuso, sim, mas tem seu charme e carisma.
Esse terceiro filme é inferior aos dois anteriores, mas, é sem dúvida, um milhão de vezes superior a aberração que está por vir, por isso, dou nota 5.
Superman IV: Em Busca de Paz

Também conhecido como o PIOR FILME DO SUPERMAN, e talvez, o pior filme de herói já feito. Não apenas por sua qualidade técnica péssima, pois temos outros como ele, a exemplo de Batman e Robin. Porém, Superman IV é diferente, pois, além de ruim, ainda é esquecível, com poucos fãs lembrando-se de sua existência.
Christopher Reeve desejava pular fora do projeto, mas foi mantido graças a promessas do estúdio de apoiá-lo em futuros projetos pessoais.
A trama gira em torno do Homem de Aço tentando acabar com o arsenal nuclear mundial. Enquanto isso, Lex Luthor, roubando um fio de cabelo do Homem de Aço, cria um clone radioativo do mesmo, conhecido como Homem Nuclear (o vilão mais ridículo que você imaginar).
A trama tem efeitos terríveis, roteiro péssimo e clichê, e atuações questionáveis, com apenas o elenco original tendo realmente algum valor.
O filme enterrou por mais de uma década a franquia do Homem de Aço, amargurando péssimos 3,7 no IMDB, e uma bilheteria pífia de 36 milhões de dólares, tornando inviável uma sequência.
A nota desse filme, não pode passar de 2, é um verdadeiro fundo do poço na história do Superman.
Infelizmente, essa foi a última participação de Christopher Reeve como o Homem de Aço, antes de seu grave acidente. Porém, mesmo com esse fim amargo, é certo que na memória dos fãs estão sempre seus melhores momentos, inspirando o bem dentro de cada um que assistiu seus filmes, e para sempre, ELE será o rosto que nos vem à memória quando pensamos no Homem do Amanhã.
Superman: O Retorno

19 anos após Superman IV, enfim tivemos uma continuação simbólica para a franquia de Christopher Reeve, dessa vez, protagonizada por Brandon Routh. Superman: O Retorno, na época não foi bem recebido, mas, envelheceu como vinho, pois a cada filme que passa degenerando a imagem dos heróis, essa obra esperançosa e fiel aos quadrinhos, ganha força.
Aqui, Superman é um herói aposentado, que ao voltar ao Planeta Diário, acaba intervindo em um acidente aéreo, onde resgata Lois Lane (Kate Bosworth), seu antigo amor, agora, casada e com um filho, chamado Jason.
Lex Luthor (Kevin Spacey) tem um plano maquiavélico, usar a tecnologia da Fortaleza da Solidão, para moldar um novo mundo, a sua própria imagem.
A relação entre Lois e Clark é conturbada, uma vez que ela seguiu sua vida e construiu sua família, enquanto Clark segue preso em seus sentimentos por ela, algo que nem mesmo o peso dos anos pode apagar. Porém, Superman tem uma atitude um tanto questionável, uma vez que Jason Lane (Tristan Lake), é filho dele, mesmo Lois já sendo casada... pense o que quiser hahaha!
O filme possui diversas cenas icônicas, desde Superman impedindo um acidente de avião e sendo ovacionado por toda a cidade, em uma de suas aparições mais arrepiantes, até a sequência final, onde ele ergue uma ilha de Kriptonita para salvar o mundo, mostrando toda a extensão de seu poder.
A obra faz referência em vários pontos ao clássico de 1978, com até mesmo a aparência de Routh, lembrando a de Reeve. As referências bíblicas são claras, especialmente no final, quando o herói supostamente morto desaparece do hospital após três dias de internação: 'Ao terceiro dia, ele ressuscitou', algo que casa com a premissa messiânica que permeia o Superman desde a sua concepção em 1938.
A bilheteira foi modesta, 391 milhões de dólares, para um orçamento de 270 milhões, não sendo nenhum grande sucesso. Na crítica, com 77% no Rotten Tomatoes e 72% no Metacritic, é um filme inquestionavelmente mediano. Na minha opinião, Superman: O Retorno é uma linda homenagem à saga clássica e tem momentos fantásticos, mas é inegável que lhe falta originalidade, uma vez que repete muitos elementos dos filmes anteriores, especialmente Superman I e II, como as sequências de resgate. Por isso, dou uma nota 7.
Homem de Aço e Batman vs Superman

O Superman mais criticado da lista. Henry Cavill assumiu o papel do Homem de Aço, no DCEU, coordenado por Zack Snyder, diretor que rompeu com diversos estigmas dos super-heróis, tentando fazer um herói mais humano, mas que, para muitos, descaracterizou completamente o Homem do Amanhã.
Em Homem de Aço, de 2013, acompanhamos Clark Kent (Henry Cavill) descobrindo seus poderes e seu passado, ao mesmo tempo que tenta compreender seu papel nesse mundo, com a ajuda de seu pai, Jor-El (Russell Crowe). Aqui, conhecemos mais sobre o colapso de Kripton, desde como Jor-El descobriu o fim iminente do planeta, até que antigo amigo, Zod (Michael Shannon), decide impedi-lo de retirar Clark do planeta.
Na Terra, entendemos de onde vêm os valores de Clark, que no caso, são da criação dada por seus pais, lhe ensinando a usar seus dons sempre a benefício do próximo, e não usá-los para ganho próprio. Ao mesmo tempo, Lois Lane (Amy Adams) busca informações sobre esse novo herói.
Quando Zod chega à Terra, ele passa a procurar Kal-El, para retirar parte vital da tecnologia kriptoniana escondida em seu código genético, para fazer da Terra uma nova Kripton. Assim, Superman enfrenta e vence o exército de Zod, matando-o para encerrar o conflito. O filme polemiza em vários pontos. Superman destrói Metrópolis durante a batalha, matando milhares de pessoas. Ele mata Zod de forma brutal. Ele deixa seu pai morrer diante de seus olhos, apenas para não revelar sua identidade, ele DEFINITIVAMENTE NÃO É O SUPERMAN.
Porém, tudo isso piora muito em Batman vs Superman, onde o herói se torna um verdadeiro louco, deixando pessoas morrerem em um tribunal, não salvando pessoas em uma enchente, prometendo matar Batman após uma manipulação de Lex Luthor e soltando a frase lendária (pelo ponto de vista negativo) ´´Ninguém permanece bom nesse mundo´´.
Ao fim da trama, ele é morto por Apocalipse, gerado por Luthor com base no código genético de Zod. O Superman de Henry Cavill tem um toque diferente, típico do tom do herói pós-Injustice, tentando mostrá-lo mais como ameaça do que um símbolo de esperança, mas que não caiu na graça dos fãs. Nas duas versões de Liga da Justiça, apesar dos problemas de ambos os filmes, a imagem do Homem de Aço é reformulada, com ele parecendo mais o herói clássico dos quadrinhos, e como a grande força da Liga da Justiça, mas, insuficiente para revigorar a imagem do herói.
Ambos os filmes são ótimos tecnicamente, mas não desenvolvem bem o herói, sendo duramente criticados por público e crítica, apesar das altas bilheteiras, 680 milhões para Homem de Aço e 874 milhões para Batman vs Superman. Homem de Aço fica com um 6, e Batman vs Superman, com um 5, por errar feio na caracterização dos personagens.
Bom, esses foram todos os filmes live-action do Superman, de 1949 até 2016, agora, está nas mãos de David Corenswet e James Gunn, trazer de volta o Superman heroico e inspirador dos quadrinhos, e devolver o brilho ao gênero de super-heróis. Por fim, comente sua opinião e não deixe de curtir e ficar de olho nas próximas publicações!
Superman I e Superman o Retorno são os melhores filmes dele