SERÁ QUE ELES SÃO BONS EXEMPLOS?
- Canal Cultura POP
- 13 de ago.
- 14 min de leitura
O cinema nos apresenta milhões de personagens. Suas personalidades, muitas vezes se tornam parte da nossa própria. Quem nunca pensou em sair salvando gatos em cima de árvores após assistir Superman? Isso é perfeitamente normal....
Mas, quais são os bom exemplos de moral nos cinemas? E quais são péssimos, mas que muitas pessoas levam a sério? Hoje, vamos listar 5 homens do cinema, que são ótimos exemplos a se seguir, e quais não são! Caso dê certo, faremos o mesmo com personagens femininas.

A Bússola Moral- Superman

O super-herói primordial! Jerry Siegel e Joe Shuster, seus criadores, conceberam o personagem como uma referência a Jesus Cristo. Sua vinda dos 'céus', sua criação por uma família humilde, sua missão como protetor e guia da humanidade. O maior herói da ficção bebe diretamente da fonte do maior exemplo de moralidade da história humana.
O Homem de Aço é o exemplo de que o poder nem sempre corrompe o homem. Superman tinha tudo para ser um despota e governar sob todos como um deus. Mas preferiu servir a ser servido. Abriu mão de sua vida para entregá-la em prol da humanidade.
Para ele, toda a vida importa. Humana, animal, pessoas boas e pessoas ruins, ele está lá para salvar todos. Ele confia no melhor das pessoas, acreditando que não são suas habilidades que lhe definem, e sim seu coração.
Clark não é o 'número 1', entre os heróis, por ser o mais poderoso, e sim, por ser o mais humano entre todos eles.
Ele abraça e acolhe as pessoas. Ao invés de mandar, guia. Superman confia nas pessoas, e ensina-as a confiar nelas mesmas. Com ou sem poderes, ele seria um herói.
Superman ensina que não precisamos erguer prédios e derrotar exércitos para sermos heróis. O Homem do Amanhã, ensina que o heroísmo está nas pequenas coisas. Ajudar alguém necessitado, ajudar um animal, ser honesto, sorrir para as pessoas, tornar o mundo à sua volta melhor, a partir de você mesmo, de seus atos. Isso é ser um grande homem!
Ele nos lembra que a verdadeira humanidade não está nos poderes que carregamos, mas nas escolhas que fazemos todos os dias.
O Galã Que Nunca foi Herói- James Bond

Aqui, iremos focar especialmente na versão de Sean Connery, apesar de alguns dos problemas citados não estarem presentes somente nela.
James Bond é reconhecidamente um mulherengo, e isso é uma característica típica dele desde a obra original de Ian Fleming. Porém, o quanto isso prejudica o personagem? Nos primeiros filmes de Sean, ele é diversas vezes desviado de sua missão, por focar em seduzir a 'Bond Girl' do filme. O que muitas vezes lhe põe em problemas.
Porém… quem dera desfocar da missão em busca de prazer fosse o maior de seus problemas! Em 007: Contra a Chantagem Atômica, Bond claramente força relações com uma mulher... sabemos bem o que isso quer dizer! Bond é sempre visto como um ícone de homem elegante e galanteador. Porém, esse ato, está a anos-luz de qualquer noção de cavalheirismo ou respeito.
Em versões posteriores, não tivemos mais esse tipo de aberração. Por outro lado, o descompromisso continuou. Além disso, podemos dizer que ele não é um agente secreto muito eficiente, uma vez que todos sabem quem ele é.
Essa moral dúbia é justamente o que torna 007 um personagem tão interessante, mas muitos o tratam erroneamente como herói. E isso, mais de uma vez, já provou não ser o caso.
A Nobreza de um Rei- Aragorn

Aragorn é o perfeito estereótipo de herói, corajoso, bondoso, leal, unificador, as qualidades perfeitas de um rei sábio. Mesmo sendo seu destino de nascença ascender ao trono, ele esteve em dúvida, por saber que isso poderia separá-lo de seu grande amor, Arwen, ele pensou em abdicar dele. Isso demonstra que ele não tem sede cega pelo poder, mas é guiado pelo dever, e se fosse necessário abrir mão de sua felicidade pelo bem geral, ele faria.
Ele lutou ao lado de Gandalf, Frodo e Legolas pela liberdade da Terra Média, liderando exércitos com sabedoria e honra, e conquistando o respeito unânime de todos ao seu redor.
O conceito criado por Tolkien para Aragorn, em muito, conversa inclusive, com conceitos de moralidade bíblica.
Jeremias 23:5:
"Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, rei que é, reinará, e agirá sabiamente, e executará o juízo e a justiça na terra."
Um homem bom e valente, capaz de sacrificar-se pelo próximo sem pestanejar, respeitando igualmente todas as espécies, sem distinção. Tudo isso resultou em um grande trunfo, ele tornando-se Rei de Gondor e Arnor ao lado de sua amada, que abriu mão de imortalidade élfica para viver o tempo de uma única vida ao lado do homem que amava. A eternidade sem ele não valeria de nada.
Aragorn demonstra que, para ser um grande homem, não é necessário praticar uma violência desmedida e abrir mão de seus sentimentos. Como um bom Rei, ele abraça a todos e só usa da violência quando é necessário para proteger aqueles que são incapazes de se defender.
A Moral Corrompida- Rorschach

Em Watchmen, Walter Kovacs sempre foi escrito por Alan Moore como um homem psicótico e violento, que criou seu próprio ideal de justiça e tenta lhe impor por meio da violência. Porém, muitos o enxergam como um ícone entre os anti-heróis.
Walter teve uma infância terrível, sofrendo abusos de sua mãe prostituta. A profissão dela lhe rendia xingamentos por parte de colegas, tornando sua vida um verdadeiro inferno. Assim, ele criou sua máscara, a qual considerava seu próprio rosto, um refúgio para suas dores. E com ela, embarcou em sua cruzada por justiça, como um detetive brutal, ala Batman e Questão da DC.
Rorschach se opôs à lei anti-heróis e continuou agindo à margem da justiça, executando criminosos a sangue frio. Em alguns momentos, Rorschach atuou onde a justiça convencional falhou mas sua resposta sempre foi a violência extrema, sem distinções morais claras.
Assassinar policiais, relativizar o abuso cometido pelo Comediante contra Espectral e seu claro preconceito contra minorias, o torna no mínimo... questionável.
Ele possui ideias muito claras em sua mente. Ele considera a sociedade uma verdadeira imundice, tendo uma aversão principalmente ao sexo, provavelmente devido aos traumas com sua mãe.
Essas ideias inflexíveis, inclusive, lhe levaram à morte, quando Dr. Manhattan o matou, impedindo que ele expusesse os crimes de Ozymandias, que poderiam desencadear uma guerra mundial. Rorschach faz o que ELE julga certo, independentemente das consequências. É um homem solitário e claramente perturbado, sendo talvez o pior exemplo de herói em Watchmen, ao lado de seu amigo, Comediante.
O perigo de Rorschach está justamente em ser lido como um símbolo de força, quando na verdade ele é um retrato de colapso moral e social.
O Espírito Incansável- Rocky Balboa

Rocky é o retrato de seu próprio criador. Sylvester Stallone era um homem desacreditado, vivendo em condições precárias, que escreveu o roteiro de seu filme com todo o coração. Propostas vieram aos montes, e mesmo não estando em condições de pedir muito, ele deu suas cartas, ele sabia o valor daquilo que tinha em mãos. Ele protagonizou seu filme, deu a Rocky Balboa a sua face e lhe concedeu a força que o levou a ser um dos personagens mais amados da história do cinema.
Rocky era um mero cobrador de agiotas, quando recebeu a chance de lutar contra o campeão mundial, Apollo Creed. Mesmo tendo certeza de que perderia, ele deu tudo de si, dentro e fora do ringue. No processo, se apaixonou por Adrian, uma mulher tímida, como ele, com quem teve uma conexão inquebrável.
Ele subiu no ringue e lutou bravamente. Ele perdeu a luta, mas venceu seu maior inimigo, ele mesmo. Rocky gritou por Adrian, abraçando-a enquanto chorava, sabendo que havia vencido seus próprios limites, provando que um homem qualquer, com perseverança e coração, é capaz de fazer o impossível.
Desde 1976, Rocky jamais perdeu sua essência. Mesmo quando chegou ao estrelato, nunca perdeu a humildade. Seu amor por Adrian e por seu filho mostra que não há nada maior na vida do que ter uma família que o ama. Nem o dinheiro, nem a fama, podem comprar isso. Nos ringues, sempre fez o mesmo. Apanhava, mas jamais caía, se destacando por seu espírito incansável. Mesmo sendo muitas vezes inferior a seus adversários tecnicamente, sua força de vontade lhe concedia a vitória.
Em Rocky 6, Balboa já é idoso, perdeu Adrian e vive uma vida monótona. Porém, usa de sua sabedoria para não permitir que seu filho, Robert, duvide de si mesmo. Em um discurso que mudou o cinema:
“Você não vai acreditar nisso, mas você costumava caber bem aqui. (Rocky aponta para a palma de sua própria mão). Eu o segurava bem alto e dizia para sua mãe: ‘Este garoto será o melhor garoto do mundo.' Este garoto um dia será alguém melhor do que qualquer pessoa que eu conheci na minha vida.’ E você cresceu maravilhosamente bem. Foi ótimo te acompanhar, cada dia era um privilégio. Então chegou a hora de você crescer e se tornar o dono de seu próprio nariz, de enfrentar o mundo, e você o fez. Mas, em algum momento ao longo do caminho, você mudou. Você deixou de ser você mesmo. Você deixou que as pessoas colocassem o dedo na sua cara e dissessem que você não é bom o suficiente. E quando as coisas ficaram difíceis, você começou a procurar alguma coisa para culpar, como uma grande sombra (Rocky refere-se a si mesmo).
Deixe-me dizer algo para você que você já sabe: O mundo não é feito apenas de sol e arco-íris. É um lugar mau e desagradável, e não importa o quão durão você seja, ele vai te bater até que esteja de joelhos e vai te manter assim permanentemente se você permitir. Nem você, eu ou ninguém vai bater tão forte quanto a vida. Mas a questão não é o quão forte você bate, mas sim o quanto você aguenta apanhar e continuar seguindo em frente. O quanto você resiste e continua seguindo adiante. É assim que se vence uma luta!
Se você sabe o seu valor, então vá à luta e conquiste o que é seu! Mas você precisa estar disposto a receber os golpes, e não ficar apontando dedos e dizendo que não está onde quer por causa dele, ou dela, ou de qualquer pessoa! Covardes fazem isso, e você não é um deles! Você é melhor do que isso!”
Rocky então conclui:
“Eu sempre o amarei, não importa o que aconteça. Você é meu filho e você é o meu sangue. Você é a melhor coisa da minha vida. Mas até que você comece a acreditar em si mesmo, você não terá uma vida.”
Rocky não é sobre ser o melhor, nem o mais forte. Balboa ensina que a vontade pode superar tudo. E também nos mostra que a maior glória de um homem não é o dinheiro ou a grandeza, e sim o amor de sua família.
O boxeador ensina que cada um de nós pode ter um pouco dele dentro de si.
Justiça ou Vingança?- Justiceiro

Frank Castle iniciou sua cruzada contra o crime após uma sequência de traumas terríveis. Castle foi um veterano na Guerra do Vietnã, como foi visto na série HQS escritas por Garth Ennis, autor que deu uma nova profundidade ao personagem. Na guerra, Castle foi completamente consumido pela sede insaciável de morte. Mesmo com tudo perdido, ele não perdia o desejo de matar, mais e mais, inclusive de seu próprio exército, caso se opusessem a ele. Desde essa época, Frank mostrou ser um homem desequilibrado.
De volta ao seu país, ele teve o empurrão que mudou sua vida para sempre, a morte de sua esposa e filhos, pelas mãos de criminosos. Furioso, ele matou todos os envolvidos com crueldade, mas não parou por aí, iniciando uma cruzada eterna contra todos os criminosos, matando-os, não por justiça, mas por obsessão. O Justiceiro age como juiz, júri e executor nas ruas de Nova York, exterminando os criminosos sem piedade, algo aplaudido por uns e espantoso para outros.
Sua moralidade dúbia o leva ao conflito com outros heróis, como Demolidor e Homem-Aranha, que mais de uma vez quase morreram por sua causa. Com Matt, a coisa atinge outro patamar. Com o Homem Sem Medo, Castle confessa que sua mente está em um ciclo eterno, seu 'dedo coça', para matar mais e mais criminosos. Aquilo não é justiça, nem mesmo vingança, é uma necessidade irracional de seu ser.
Mesmo limpando as ruas de vários criminosos definitivamente, a violência continua, por vezes, fruto da que ele mesmo pratica. No fundo, Castle é tão louco quanto Rei do Crime, Retalho, Mercenário ou qualquer criminoso que ele enfrente. O arco de Castle demonstra que, quando alguém poderoso se rende aos seus desejos e tenta justifica-los como justiça, moldando uma moralidade distorcida para blindar-se, ele pode se tornar alguém tão perigoso quanto aqueles que combate.
Frank Castle não virou um monstro quando perdeu sua família. Ele já era um, só precisava de uma desculpa para coloca-lo para fora.
O Guardião da Família- Gomez Addams

À primeira vista, Gomez parece destoar dos exemplos mais clássicos de masculinidade positiva. Mas, justamente por isso, sua presença é tão valiosa.
A Família Addams foi concebida por Charles Addams em 1930, aparecendo pela primeira vez em charges do jornal ´´The New Yorker´´. Ele desejava referenciar uma família tradicional americana, porém, de maneira irônica. Esse conceito foi sendo aprimorado ao longo das versões da Família, até atingir a perfeição em 1991, em seu primeiro filme.
Lá, Raul Júlia interpreta Gomez Addams, pai da família, e retratado superficialmente como um idiota completo. Mas será que é só isso?
Logo de início, já percebemos seu imenso amor pela família. Ele ama e protege seus filhos, sendo um pai extremamente presente. Ele lê para seus filhos, brinca com eles e os defende dos perigos.
Ainda assim, não abre mão de sua esposa, assim como ela não abre dele. Mesmo com as pressões da construção de uma família, eles fazem questão constantemente de lembrar um ao outro como se amam. A química gótica e teatral entre eles forja um dos casais mais incríveis do cinema.
E o que falar de seu irmão? Gomez e Funério se separaram ainda na adolescência, devido ao ciúme de Gomez pela vida amorosa de seu irmão. Em meio a essa crise, Funério foi embora, sem dar notícias. E então, ele ficou furioso e amargurado com seu irmão? De forma alguma!
Ele passou décadas lamentando sua perda e culpando-se por isso. Quando ele enfim retorna, Gomez pede perdão a ele e faz de tudo para que ele se readapte à sua antiga vida.
Mesmo tendo nascido para ser uma caricatura de um pai de família tradicional, talvez ele seja tão bom quanto o estereótipo que deveria submeter.
Gomez é um homem apaixonado por sua família, tudo que um pai deveria ser. Mesmo sendo tratado como piada, ele leva muitíssimo a sério o que muitos deixam de lado, e que muitas vezes, é o mais importante.
Em meio a explosões, punhos cerrados e heroísmos grandiosos, Gomez Addams prova que amar com ternura, ser presente com alegria e cuidar com devoção ainda é o maior dos poderes.
A Incorruptibilidade do Mal- Juiz Dredd

Nada melhor do que um herói incorruptível, não é mesmo? Mas, será que isso seria tão bom, se as leis que esse 'herói' defende fossem propostas por um estado fascista e totalitário? Será que sua incorruptibilidade tem algum valor, ou é apenas corroborar com a opressão?
Juiz Dredd foi criado em 1977, por John Wagner e Carlos Ezquerra, para a revista britânica 2000 AD. Dredd é o mais poderoso dos juízes de Mega City One, um super Estado policial, onde ele e os outros de sua classe agem como juiz, júri e executor.
A história se passa em um futuro alternativo, onde, após a Terceira Guerra Mundial, as pessoas perderam sua fé na democracia e confiaram suas vidas aos juízes, agentes incorruptíveis da lei, confiando que eles enfim trariam segurança e estabilidade ao país.
No entanto, eles criaram um futuro distópico, repressivo e sombrio.
Dredd segue a lei como um verdadeiro robô, aplicando-a de maneira fria e quase desumana. Ele é implacável, dotado de grande habilidade e inteligência para perceber qualquer forma de insurreição contra a ordem vigente, mesmo entre seus próprios aliados.
Muitos consideram Juiz Dredd um exemplo de moralidade, por nunca desviar-se de sua missão. Porém, não compreendem que sua missão é justamente reprimir a liberdade de seu povo.
Em um mundo comum, isso poderia talvez ser minimamente admirável. Porém, Mega City One é uma verdadeira ditadura, e Dredd é o principal defensor desse sistema, matando todos que ousam se opor a ele.
Seus autores, Wagner e Ezquerra, deixaram esse subtexto muito perceptível em suas obras. Sempre que esse tipo de regime tomou o poder em diferentes partes do mundo, como vimos na Alemanha e na Itália, as pessoas confiaram seu destino nas mãos de homens ´´incorruptíveis´´, cansados das crises cíclicas do sistema político.
Assim, esses homens muitas vezes se tornam monstros, fazendo tudo que julgam como justo, para criar a utopia que lhes foi pedido erguer.
Dredd é uma poderosa crítica histórica, e nem de longe é um exemplo de moralidade. Sua capacidade de cumprir leis é admirável, mas lhe torna desumano, por não perceber que o código que está cumprindo, é totalmente imoral.
Poder e Responsabilidade- Homem Aranha

Desde que foi criado por Stan Lee e Steve Ditko em 1962, ele foi moldado para ser o herói do povo. Um jovem com problemas cotidianos, que teria que conciliar as dificuldades de uma vida comum, como: relacionamentos fracassados, a doença de sua tia, dificuldades no colégio, falta de dinheiro, amigos caindo nas drogas, com supervilões e criminosos.
Peter Parker inicialmente utilizou seus poderes para benefício próprio, mas ao perder seu tio, para um criminoso que ele poderia ter impedido, ele decide devotar sua vida ao combate ao crime, como forma de redenção por permitir sua morte.
O herói tem arcos ótimos, como quando deixou de ser o Homem-Aranha, ao perceber que as pessoas não eram gratas pelo que ele fazia, e que essa vida dupla estava acabando com Peter Parker.
Em arcos como "Homem-Aranha, Nunca Mais", Parker abandona o traje e decide focar em sua vida pessoal. Nesse período, ele se aproxima de Gwen, cuida de sua tia, vê suas notas melhorarem. Sua vida voltava aos eixos, mas, assim que a injustiça passou diante de seus olhos, ele simplesmente não foi capaz de ignorar. Ele tinha o poder para fazer a diferença, e por isso, tinha a responsabilidade de usá-lo para proteger aqueles que não poderiam.
Peter é o exemplo de alguém como nós, que sofre com coisas comuns, mas que não deixa que isso abale sua moral. Ele sempre estará lá para proteger as pessoas, por mais que isso lhe afete.
Ele é um exemplo de perseverança, não só física, mas, principalmente, psicológica.
Isso é simbolizado com perfeição em uma HQ, onde Parker é obrigado a buscar um isótopo capaz de salvar sua Tia May. Porém, ele acaba se envolvendo em uma luta, e um prédio desaba sob suas costas. Assim, ele tem que usar toda a sua força, demonstrando um poder que nunca se viu antes. Em sua mente, passam todas as pessoas que dependem dele, e assim, ele encontra forças para resistir, em um dos momentos mais simbólicos de sua história.
O Homem-Aranha é com certeza um dos corações mais puros da Marvel.
Herói ou Traumatizado- John Rambo

E para finalizar, um dos exemplos mais clássicos de heróis ´´brucutus´´, mas que passam longe de qualquer senso de justiça. John Rambo foi criado por David Morrell, no romance ´´First Blood´´, em 1972. Na época, os EUA passam pelo período da Guerra do Vietnã, onde diversos jovens foram enviados para o sanguinário conflito, muitos deles, voltando sem vida. No entanto, a pressão interna no país, acabou forçando sua retirada, com diversos soldados retornando com traumas, ferimentos e o pior de tudo, humilhados e com sentimento de derrota.
Rambo é o espelho de todos esses homens. Um veterano do Vietnã, que sofreu torturas terríveis no front, e ao voltar a seu país, é recebido como um monstro. Enquanto os soldados da Segunda Guerra Mundial, voltaram aos EUA como heróis, que libertaram o mundo do nazifacismo, os sobreviventes do Vietnã, foram recebidos com nojo e desprezo, como agentes de um país que tinha sede de sangue e dominação.
Os traumas e a rejeição, dominam a mente de John, que por consequência, libertam o animal que ele tentou deixar no campo de batalha. Assim, ele se torna uma máquina de matar. No livro, ele termina tirando a própria vida, por não conseguir lidar com o peso de seus atos. Porém, a adaptação protagonizada por Stallone, tem uma direção bem diferente.
John não só sobrevive — ele continua em ação. Mesmo tentando se afastar do conflito, acaba cedendo aos pedidos dos militares e embarca, uma vez mais, em uma nova missão sangrenta. Rambo é um homem que não consegue parar de matar, é alguém que foi programado para isso no exército, e como um animal sem dono, fica perdido em um mundo que lhe rejeita.
Ele não é um homem mau — é um homem quebrado. Corajoso, sim. Honrado, talvez. Mas não um exemplo a ser seguido. Especialmente nos cinemas, John age somente contra militares, sem matar civis, inclusive, fazendo questão de protege-los, sendo eles do seu lado, ou do lado inimigo. Ele não fere quem não pode se defender.
Porém, é inegável que um homem tão perturbado mentalmente, não é modelo para ninguém. Ele simboliza alguém que se perdeu na própria dor e vícios.
E assim, concluímos mais uma série de reflexões! E você? Concorda com a análise? Comente! Se gostou, deixe sua curtida, para que possamos trazer uma continuação, dessa vez, com personagens femininas.
Polêmicos!!
Gostei
Juiz Dredd é polêmico