Reformando Branca de Neve: Dá Para Salvar?
- Canal Cultura POP
- 18 de abr.
- 8 min de leitura
Não é segredo para ninguém que Branca de Neve foi um desastre absoluto, tanto em crítica quanto bilheteria, possivelmente, a última pá de terra no caixão dos live-actions da Disney. Porém, como poderíamos recuperar esse filme? Hoje, na primeira edição do quadro ´´Reformando Filmes´´, vamos transformar a Bomba de Neve em um filme digno do clássico que redefiniu as animações no cinema em 1937, um filme para brigar entre as maiores bilheterias de 2025!

Elenco e Produção

O elenco foi o principal responsável pela recepção do filme ter sido terrível desde antes de seu lançamento. Rachel Zegler destroçou o próprio filme em cada entrevista, desclassificando a obra original. Dessa vez, iríamos prezar por um elenco esteticamente mais semelhante ao material original, evitando críticas de áreas mais conservadoras, e colocando-se como uma obra dedicada exclusivamente a adaptar fielmente o material original, abrindo mão de qualquer viés político.
O elenco seria completamente reformado, pois é difícil achar um único personagem que esteja bem no filme, então, nada mais justo do que zerar tudo e começar do zero. Fizemos uma seleção com base em sugestões de fãs e pesquisas.
Reformando Branca de Neve (2025) – Elenco Ideal
Personagem | Ator/Atriz | Motivo da Escolha |
Branca de Neve | Freya Allan | Traços delicados, olhar expressivo e presença clássica; mistura força e inocência. |
Rainha Má | Eva Green | Beleza sombria, intensa e imponente; perfeita para uma vilã de impacto. |
Príncipe | Nicholas Galitzine | Galã carismático, com ar de nobreza e química com heroínas fortes. |
Anões | Jason Acuña & Dylan Postl | Representatividade verdadeira, talento cômico e autenticidade no papel. |
Rei (Pai da Branca) | Mark Strong | Ator sólido e respeitado, presença real e paternal com autoridade. |
Caçador | Hugh Jackman | Ideal para um personagem dividido entre dever e consciência; forte e humano. |
A produção é o segundo maior problema. Um filme dessa grandeza não pode ser tão morto e cinza como o visto nos cinemas. Uma obra recente, que trouxe com brilhantismo a magia da animação, foi Bela e a Fera de 2017, com Emma Watson, considerado um dos acertos da Disney nos Live Actions. A obra é belíssima esteticamente, e tem uma trilha sonora impecável, tão boa quanto a original.
Por isso, tentaria resgatar o máximo de profissionais envolvidos em Bela e a Fera, e lhes colocaria a frente de Branca de Neve, para devolver a magia ao longa. Cenários reais seriam mais utilizados, guardando o CGI apenas quando necessário.
O orçamento poderia aumentar em 50 milhões, para garantir mais locações, talvez um castelo mais formoso, uma floresta real para abrigar a casa dos anões, e um maior capricho nos efeitos digitais, em momentos como a transformação da Rainha em bruxa (que poderia combinar CGI e maquiagem) e nas cenas com os animais.
🎬 Equipe de Produção Recomendável (com base em A Bela e a Fera)
Função | Profissional | Trabalhos anteriores | Justificativa |
Diretor | Bill Condon | A Bela e a Fera (2017), Dreamgirls | Capaz de equilibrar magia, música e narrativa clássica. |
Roteirista | Stephen Chbosky | A Bela e a Fera, As Vantagens de Ser Invisível | Consegue adicionar emoção sem modernizar de forma forçada. |
Diretor de Fotografia | Tobias A. Schliessler | Bela e a Fera, Hancock | Estilo visual grandioso e refinado. |
Figurinista | Jacqueline Durran | Anna Karenina, Bela e a Fera, Barbie | Premiada por recriar trajes de época com beleza e precisão. |
Compositor/Trilha Sonora | Alan Menken | A Bela e a Fera, Aladdin, A Pequena Sereia | Lenda da Disney, garante fidelidade musical e impacto emocional. |
Design de Produção | Sarah Greenwood | Bela e a Fera, Orgulho e Preconceito, Barbie | Cria mundos clássicos e visualmente arrebatadores. |
Supervisor de Efeitos Visuais | Kelly Port | Free Guy, A Bela e a Fera | Mantém os efeitos belos, mas não exageradamente artificiais. |
💰 Impacto no Orçamento Estimado
Item | Custo Estimado (em milhões de dólares) | Observações |
Elenco principal | $30M | Inclui Eva Green, Hugh Jackman, Freya Allan, etc. |
Equipe de produção acima | $25M | Profissionais renomados e premiados. |
Direção de arte e figurino | $20M | Figurinos luxuosos e cenários encantadores. |
Trilha sonora e direitos musicais | $10M | Alan Menken e eventuais novas composições. |
Efeitos visuais (mínimos e realistas) | $15M | Substituir CGI de anões por efeitos práticos. |
Filmagens em locações reais | $10M | Europa Oriental ou florestas naturais. |
Marketing e distribuição | $60M | Campanha global de rebranding da franquia. |
💸 Orçamento total estimado: ~$170 milhões(Comparável ao de A Bela e a Fera, e inferior ao original Branca de Neve (2025) que custou cerca de $209M)
História e Roteiro

Aqui temos o maior desafio. Precisamos de uma trama mais complexa, com mais detalhes, mas, com profundidade, algo que o filme de 2025 pecou, abrindo muitas portas, e não fechando nenhuma.
Eu manteria o início com o desenvolvimento da relação da Branca com seus pais, mostrando-os como reis benevolentes, mantendo inclusive a sequência musical, porém, de maneira mais natural, talvez com as majestades caminhando pelas ruas, cumprimentando seu povo, mostrando-se próximos dele, e cantando juntos, seria mais leve e profundo.
O Príncipe (que aqui teria o nome de Florian, assim como no original) seria introduzido logo no início, como o filho de um Rei vizinho, um amigo de longa data de Branca de Neve, explicando sua proximidade no futuro.
A morte da Rainha poderia ser mais aprofundada, talvez com uma cena mais tocante dela com sua filha, mostrando a relação de amor que tinham, e aumentando o drama sobre ela e o Rei com a morte da Rainha. Essas adições possivelmente aumentariam em alguns minutos o longa, mas são extremamente necessárias para torná-lo mais profundo.
A introdução da Rainha Má seria mais desenvolvida, mostrando-se inicialmente boa como sua antecessora, talvez usando de sua magia para enfeitiçar o Rei, e sendo amorosa com Branca de Neve, usando a magia da mentira para ganhar poder. Com sua magia, ela poderia gerar uma grande ameaça em segredo, colocando o reino em perigo e forçando o Rei a sair em batalha.
A Rainha tornaria-se soberana de um reino militarizado, usando do medo da guerra para manter seu povo sob controle. A direção poderia explorar mais as ruas, o cinza, a tristeza, a chuva, um contraste visual.
A inveja escrachada da Rainha seria substituída por um desprezo mais velado, um nojo da garota. A Rainha seria uma figura mais obscura, assim como no original, uma vilã de poucas palavras, um eco poderia ser posto em sua voz, tornando-a mais ameaçadora e poderosa.
A Branca tentaria ajudar seu povo, mesmo impotente. Com pequenos gestos, como talvez dar um pão a uma criança com fome, demonstrando traços de uma líder apaixonada por seu povo.
O Príncipe seria novamente um príncipe, e não um rebelde, que assim como no original, iria cortejar Branca de Neve, e demonstraria uma oposição à Rainha, percebendo sua tirania.
Daí em diante, teríamos uma adaptação precisa do original. Com a descoberta da Rainha, sendo superada pela beleza de Branca, e ordenando sua morte ao Caçador, que fraqueja, deixando-a fugir pela mata, em uma cena que seria completamente reformulada, para ser realmente assustadora, assim como foi a original.
Teríamos a interação da Branca com os anões e a descoberta da traição do Caçador por parte da Rainha, que o mataria de maneira subtendida, mantendo seu ar de ameaça, mas sem expor o público a uma cena violenta.
O Príncipe poderia reunir algum de seus homens para ir até o reino da Rainha, para confrontá-la, demonstrando que o estrago causado por ela não passou despercebido.
A Rainha se tornaria a terrível Bruxa e entregaria a maçã, fazendo com que a Branca caísse em um sono profundo.
A aparência da bruxa deveria ser terrível, assim como a original, seus trajes negros deveriam contrastar com o verde da floresta, como a sombra da morte em meio a tanta vida.
Os anões colocariam a Branca em um caixão de vidro, onde o Príncipe, que marchava rumo ao reino, a encontraria e beijaria, salvando-a, em uma cena que deve ser belíssima esteticamente, com uma música magnífica de orquestra no fundo, demonstrando o poder do amor.
A bruxa voltaria ao seu reino, com uma aparência terrível, sendo evitada por todas à sua volta, agora, sua maldade tornava-se aparente. Ela, inclusive, seria barrada de entrar em seu próprio castelo. Sua obsessão pela beleza agora tornava-se sua fraqueza.
Nesse instante, Branca de Neve e o Príncipe retornariam ao reino. Como a líder daquele povo, Branca condenaria a Rainha por seus crimes, e o povo estaria com ela, pois em momento nenhum, desde a infância, ela havia virado as costas para seu povo, e agora, lhes trazia a liberdade.
A Rainha fugiria e seria perseguida pelos anões, pelo povo e pelos animais da floresta, onde morreria esmagada por uma pedra, assim como na obra original.
Assim, teríamos o casamento de Branca e Florian, em mais um lindo momento, em um salão todo branco, repleto de pessoas e animais, com uma linda música de coral no fundo, encerrando o filme com uma grandeza ímpar.
Marketing e Propaganda

"Branca de Neve: O Renascimento de um Clássico" não é apenas um remake. É uma carta de amor à primeira grande animação da história do cinema. Uma homenagem à Disney de Walt, aos contos de fadas que marcaram gerações e ao poder que a fantasia tem de nos emocionar. Enquanto o filme de 2025 foi vendido como uma “desconstrução moderna” da história, esta nova proposta resgata a essência da animação original de 1937, com profundidade narrativa, beleza visual e respeito ao legado.
A ideia é clara desde o início: emocionar o público não apenas com a história de Branca de Neve, mas com a memória viva dos grandes clássicos. O filme se inicia com a lendária abertura da Disney, mas em uma versão orquestral mais profunda, seguida de uma montagem mágica que traz cenas das animações que fizeram parte da infância de milhões — como uma espécie de "intro Marvel", mas voltada à era de ouro das animações. Tudo isso preparando o coração do espectador para o retorno de um dos contos mais marcantes da cultura pop.
Visualmente, o longa propõe um contraste claro entre luz e sombra, entre o reino alegre dos pais de Branca — com ruas coloridas, natureza viva e músicas suaves — e a atmosfera cinzenta, triste e chuvosa que se instala após a ascensão da Rainha Má, criando um impacto visual e emocional que representa o declínio do reino. A trilha sonora segue esse mesmo movimento: grandiosa, nostálgica e cheia de alma, ela guia o espectador por essa jornada clássica com frescor moderno.
Na divulgação, o filme seria vendido como "o renascimento do maior clássico das animações", exaltando sua fidelidade ao original e o cuidado em atualizar apenas o que é necessário para torná-lo mais profundo e emocional, sem descaracterizar sua alma. Um filme feito para todos que cresceram com os clássicos da Disney, e para aqueles que querem apresentar essa magia às novas gerações.
Não se trata de reformular Branca de Neve. Trata-se de devolvê-la ao seu trono.
Resultado

O sucesso de Branca de Neve: O Renascimento de um Clássico poderia marcar uma virada histórica para a Disney. Após anos de críticas por adaptações polêmicas, decisões criativas questionáveis e uma aparente desconexão com seu próprio legado, o estúdio reencontraria aqui o seu verdadeiro coração. Com uma campanha nostálgica e um produto de altíssima qualidade, o longa seria recebido como uma redenção artística, emocionando críticos e encantando o público.
A bilheteria poderia facilmente ultrapassar a marca do bilhão de dólares, como já vimos acontecer com A Bela e a Fera e O Rei Leão, mas dessa vez com um fator decisivo: o boca a boca positivo e o sentimento de resgate. O público sairia das salas dizendo que "a Disney voltou a ser a Disney", e as redes sociais estariam tomadas por comparações entre a nova versão e o clássico de 1937 — dessa vez, com respeito e admiração.
Os críticos elogiariam a profundidade emocional da narrativa, o cuidado com os detalhes, a fotografia belíssima e a atuação imponente da nova Rainha Má. A trilha sonora, misturando temas clássicos com novos arranjos orquestrais, poderia inclusive disputar prêmios importantes, trazendo ao filme um prestígio além do apelo comercial.
Mas o impacto iria além da bilheteria ou das estatuetas: o filme reabriria as portas para uma era de adaptações respeitosas, emocionantes e fiéis, pavimentando o caminho para novas versões de clássicos como A Bela Adormecida, Hércules ou Peter Pan, com o mesmo nível de reverência e profundidade. Branca de Neve não seria apenas um sucesso: seria o símbolo de um novo capítulo para a Disney — mais consciente de seu passado e mais cuidadosa com seu futuro.
Comments