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Batman: Crise de Identidade

Atualizado: 3 de ago.

Batman está em seu terceiro ano de carreira em Gotham, já consagrado como o defensor da Justiça na cidade, um vingador mascarado que funciona como o braço da vingança dela. No entanto, o própria herói passa a duvidar de seus métodos, tendo em vista o caos que Gotham se tornou após o início de sua cruzada. As mafias foram obliteradas, porém, abriram espaço para a ascensão do tipo mais insano de criminoso que o mundo é capaz de produzir. Homens e Mulheres anteriormente sãos, se tornando seres sombrios como Coringa, Duas Caras, Charada, Arlequina e outros. Porém, um novo vilão, que conhece o Homem Morcego mais do que qualquer outro, decide coloca-lo a prova, lhe mostrando como no fundo, ele era o núcleo que alimentava o mal daquela cidade, e no fundo, era tão insano quanto aqueles que combatia. Só resta saber, o Cavaleiro das Trevas irá superar esse desafio, e adotar uma nova simbologia dentro da mitologia de Gotham, deixando de ser somente um símbolo de medo e vingança, e se transformando em algo maior, ou, irá ceder as tentações da loucura, e adentrar nesse poço sem fundo, rumo ao reino da insanidade?

 

1. Paredes de Vidro

Um pensativo Bruce Wayne repousava em sua mansão, lendo um bom livro, ao suave calor de sua lareira. Havia neve nas ruas, pessoas em família, se divertindo, como deve ser, mas não ele. Sua vida havia se tornado uma cruzada sem fim contra o crime, a qual ele mesmo percebia que talvez nunca teria fim. Em meio a noite estrelada, um sinal branco surge, com o símbolo do morcego em seu coração, era o seu chamado.

Wayne atravessa a passagem secreta atrás de seu imenso relógio de ponteiro. Descendo pelas escadas, a bela Mansão clássica revela sua segunda face, a horripilante caverna em seu subsolo, a Batcaverna. Bruce veste seu traje, com orelhas pontudas, capa negra, luvas longas possuindo barbatanas em seus antebraços, e para completar, o símbolo do morcego, aquele que instigava terror no coração dos criminosos.

Embarcando no possante Batmóvel, Batman atravessa o longo corredor negro de pedras, até a saída da caverna, saltando em meio a uma enorme floresta de pinheiros, propriedade dos Wayne, localizada alguns quilômetros da cidade. Acelerando ao máximo, o Maior Detetive do Mundo balança os galhos, varre as folhas, salta por entre as ravinas obscuras, enfim, chegando as estradas de Gotham. Desviando dos carros, o Batmovel mantém sua aceleração constante, como um verdadeiro míssil, chegando enfim ao seu destino, o DPGC.

Gordon, o recém nomeado Comissário de Polícia, estava lá para recebe-lo. Gordon informa um ataque ao orfanato Wayne em Gotham, liderado por um velho conhecido, Harvey Dent.

Batman invade o prédio decrepito discretamente, avançando como uma sombra pelos corredores, e um a um, os criminosos iam desaparecendo, acompanhados por gritos de horror. No dormitório principal, aquele que um dia foi um admirável membro da sociedade de Gotham, mas que foi consumido pela loucura da cidade, apontava sua arma para uma dezena de crianças indefesas. Duas Caras era uma caricatura perversa daquele que um dia foi o promotor público Harvey Dent, atacado brutalmente por Salvatore Marone, Harvey recusou qualquer tipo de plástica, adotando suas cicatrizes como parte de uma dualidade que sempre habitou sua mente. Agora, sua moeda decidia por ele, incapaz de tomar qualquer decisão, por acreditar que o acaso, é a única via realmente justa nesse mundo.

Os outros dois capangas no cômodo, são surpreendidos por Batman, que explode o frágil piso sobre eles, e ascende a sala com sua bat-garra. Com a arma em mãos, ele desarma um dos capangas, lhe puxando ao encontro de seus punhos cerrados, que quebra seu nariz e lhe arremessam ao outro lado da sala. O segundo capanga não tem tempo de disparar, pois um batarangue já havia atingido sua mão. Gritando de dor, o meliante recebe um poderoso chute na perna, desarmando sua base, e abrindo espaço para uma joelhada devastadora no queixo, o levando a nocaute.

Batman e Duas Caras estavam face a face, Dent com o dedo no gatilho, pronto para executar aquelas almas inocentes sem nenhum pudor, totalmente tomado pela insanidade. Batman já havia tentado argumentar com ele diversas vezes, agora, era momento de agir. Sorrateiramente, ele saca uma pequena granada de luz, e lhe arremessa na direção de Harvey, detonando-a em pleno ar. Temporariamente sem visão, o vilão não percebe a figura poderosa de Batman avançando sobre ele. Com um chute certeiro, o Cavaleiro das Trevas atravessa a parede com o corpo de Dent, que cai desacordado no chão.

As crianças aos prantos são levadas em segurança para a polícia. Mais uma noite difícil havia se encerrado em Gotham, e Gordon comenta que a cidade está se tornando cada vez mais caótica, fazendo parecer que seus esforços são inúteis.

Sem mais nada a dizer, Batman embarca em seu carro e sai do local. Enquanto dirigia pelas decrepitas ruas da cidade a qual dedicou cada segundo da sua vida desde 8 anos de idade. Lentamente, ele passou a sentir sua mente fraquejar, fazendo-o ficar cada vez mais sonolento. Ele estava a alguns dias sem dormir, mas jamais havia caído daquele jeito. Subitamente, Wayne perde o controle do Batmovel, batendo diretamente em uma árvore, levando o Cavaleiro das Trevas ao desmaio. Das árvores, figuras trajadas com trajes completamente negros se revelaram. Dois deles arrancam a porta do carro e retira seu motorista, colocando-o em uma van igualmente preta.

Com o Vingador da Noite inconsciente indefeso, os criminosos lhe dirigem até o local mais sombrio de Gotham City, o Asilo Elizabeth Arkham, para criminosos insanos. Seu uniforme é retirado, e ele é deixado amarrado em uma cadeira em uma sala escura, com a única luz advindo de um lampião.

Quando finalmente Wayne recupera seus sentidos, um homem alto e calvo estava diante dele, com seus óculos redondos olhando diretamente para seus olhos. Era Hugo Strange, diretor do Asilo Arkham, conhecido por diversas denúncias de tortura contra pacientes e prisões injustas, mas que agora, tinha o homem mais poderoso de Gotham em suas mãos.

 

2. Entre os Inimigos

Strange põe as cartas na mesa. O médico sabia que Bruce era Batman, e sabia quem eram cada um de seus aliados nessa cruzada contra o crime. Ele diz que Bruce estava ali para fazer parte de seu maior experimento, onde ele comprovaria de uma vez por todas, que Batman era o maior maníaco de Gotham e grande culpado por todo o terror e insanidade que assola a cidade.

Wayne pergunta como Strange descobriu sua identidade. Hugo revela que havia feito diversos pesquisas de perfil, comparando histórias, personalidade e aparência física, e tendo eliminado pessoas como Harvey Dent devido a sua transformação em um vilão. Bruce questiona quem eram os homens que lhe raptaram, mas Strange não fez questão de lhe explicar, apenas dizendo que eram aliados poderosos, de alguém acima dele mesmo, e que tinha grandes planos para Bruce. Ele se levanta e caminha em direção a porta de aço que selava a cela, e afirma que Wayne ficaria sobre constante efeito de drogas e ataques psíquicos, que lhe deixariam completamente impotente para fugir, então, nem valeria a pena tentar.

Sem controle do próprio corpo, Wayne passa a noite imóvel em sua cama, sem conseguir dormir. As horas em claro perturbavam sua mente, mas o que viria em seguida seria muito pior. De repente, as paredes a sua volta se desmancham, e ele é envolvido por uma névoa sombria, que aparentemente, lhe leva para um novo cenário, como se estivesse vivendo a vida pelos olhos de outra pessoa.

Naquele momento, ele estava na pele de Amadeus Arkham, fundador do Asilo Elizabeth Arkham, tratando de sua insana mãe. A idosa fantasiava imagens de um terrível morcego em sua mente, uma força do mal que atormentava seus pesadelos. Seu filho pouco podia fazer para lidar com sua doença, e ainda em sua adolescência, sua mãe se foi. Obstinada a garantir que ninguém nunca mais passasse por tal sofrimento, ele se dedicou aos estudos da mente humana, determinado a provar que até mesmo o mais insano dos criminosos era passível de cura. Após completar seus estudos na faculdade de Metrópolis, ele retorna a sua cidade natal, agora casado e pai.

Ele transforma a antiga mansão de sua família em um enorme complexo médico, contrata os melhores profissionais da região, e financiado pelas indústrias Wayne, investe na melhor estrutura possível. Alguns pacientes foram recuperados, mas, um específico parecia estar além de qualquer tratamento. Mathew Hawkins, conhecido como o Cachorro Louco. Por meses ele tentou compreender suas motivações, mas no fundo, ele parecia somente uma casca vazia, um ser de pura maldade. Amadeus abre mão do caso, e deixa o maníaco aprisionado sem previsão de liberdade. Na noite de Natal, os guardas do Asilo lhe informaram sobre a fuga do paciente, coisa que Amadeus fez pouco caso, afinal, isso já não era mais sua responsabilidade. Ao chegar em casa, ele percebe que não poderia estar mais enganado. Ele avista sua mulher e filha mortas, e o nome do algoz escrito em vermelho nas paredes, sua marca registrada.

O Cachorro Louco foi novamente lançado em Arkham, onde mais uma vez Amadeus tentou trata-lo. Muitos elogiaram sua valentia, mas no fundo, a raiva que ele alimentava por aquele assassino era muito maior do que ele poderia suportar. Certa noite, ele põe o homem em uma cadeira de eletrochoque, e lhe eletrocuta fatalmente. A morte do homem foi acobertada como um mero acidente, na realidade, ninguém se importava com a morte daquele homem.

Amadeus havia se vingado, mas ele percebeu que estava tudo arruinado. A morte daquele homem não lhe trouxe nada de bom, e seu plano de salvar Gotham dos loucos havia ido pelo ralo, nem mesmo sua família ele pode salvar. Com o passar dos meses, as visões que atormentavam sua mãe, agora lhe faziam companhia. Pouco a pouco, ele foi se tornando um homem tão insano quanto os que prendeu em sua clínica, sendo trancado lá como mais um demente qualquer.

Berrando e esmurrando as paredes, Amadeus gritava para todos sobre a vinda do morcego maligno que amaldiçoaria Gotham City. Ele desenhava feitiços de proteção em sua cela, para garantir que o monstro de seus sonhos não pudesse alcança-lo. Louco e esquecido, Amadeus Arkham, o homem que jurou salvar Gotham morreu, como o mesmo tipo de homem que ele havia jurado salvar.

Bruce volta a si, ouvindo a voz de Hugo em sua mente, apontando como a história de Amadeus era semelhante a sua, um ser traumatizado, com objetivo de mudar a cidade, e por fim, se tornando o mal que desejava destruir. Assim, Wayne é levado para uma nova sala, onde senta-se em um círculo perfeito com outros cinco detentos.

Ele estava cercado por Charada, Duas Caras, Espantalho, Coringa e Arlequina. Hugo se comunicava com os pacientes através de um auto-falante, dando boas vindas a Bruce, e pedindo que seus companheiros lhe contassem suas histórias.

O primeiro foi Edward Nygma, originalmente chamado de Edward Natshon. Edward era o filho único de um casal poderoso de Gotham. John Nathson era um advogado bem sucedido, que sempre cobrou o melhor de sua filho nos estudos, as vezes, mais que o necessário. A inteligência de Edward era incomum, sendo exaltado por todos no Colégio Estadual de Gotham, tendo um gosto especial por quebra cabeças e enigmas, que deixavam até seus professores boquiabertos. O jovem garoto sofria de narcisismo, que somado a bajulação absurda que recebia, lhe transformaram em alguém cada vez mais arrogante. Apenas seu pai, não era capaz de reconhecer o talento de seu filho. O narcisismo exacerbado de Edward não lhe permitia perder em nenhuma hipótese, e quando isso ocorria, ele se surtava. Desde então, ele passou a trapacear na cara dura, para sempre vencer. Sabotando projetos de concorrentes, colando em provas, e até mesmo, forçando a desistência de outros estudantes que poderia derruba-lo. Isso pode parecer bobo, mas essas pequenas maldades levaram Nygma ao caminho das trevas. Como universitário no curso de direito, ele passou a se interessar profundamente por literatura, principalmente contos de detetive. Assim, ele alimentou um novo desejo, cometer o crime perfeito, aprova de qualquer tipo de desvendamento. Ele matou seu colega de turma, Arnold Kane, deixando a polícia de Gotham chocado com a total falta de pistas, além de uma deixada pelo próprio assassino. Uma faca com a logo de um luxuoso restaurante de Gotham foi encontrada nas mãos da vítima. Investigando, a polícia descobriu que um dos estudantes, Jack Marshall costumava frequentar o estabelecimento. Ele era o único que costumava frequentar aquele prédio durante o horário do ataque, e em seu quarto, haviam diversas anotações confessando o crime, com uma caligrafia idêntica. Com tantas provas, a polícia o prendeu preventivamente, e o verdadeiro assassino, Edward Nygma, estava livre.

Brincar com a limitada polícia de Gotham era muito fácil, ele queria voar mais alto. Formado, Edward passou a trabalhar no Departamento de Polícia de Gotham, onde se tornou um notório detetive, parecendo prever os passo de cada criminoso.

Em 1933, o Batman surgiu em Gotham, com uma habilidade quase inigualável para resolver mistérios. O ego do detetive lhe obrigava a tentar o Maior Detetive do Mundo em um desafio pessoal. Oito pessoas completamente aleatórias foram mortas ao redor da cidade, o assassino autodenominado Charada, entrega uma carta aos polícias, desdenhando deles, e convocando Batman para um duelo intelectual. . Batman não encontrou praticamente nenhuma pista nas cenas do crime, o vilão parecia ter abandonado seu velho hábito. No entanto, a perspicácia do herói foi além, percebendo que as iniciais das vítimas, se colocadas em ordem correta, formariam a palavra marshall, sobrenome do assassino preso um ano antes. Batman visita o criminoso em Blackgate, e compreende que ele não era o assassino, e sim, vítima de uma grande armação. Sua dedução o leva a averiguar estudantes do curso de direito da Universidade de Gotham, cujo um nome lhe chamou atenção. Edward Nygma, narcisista e compulsivo por quebra cabeças, seria de grande valor lhe fazer uma visita. Batman chega e o único endereço vinculado ao suspeito. Entrando na casa, ele descobre uma passagem secreta logo atrás de um espelho. Nela, havia uma pequena caixa com senha definida por letras, e um pequeno enigma colado em sua tampa. Se você me tem, quer compartilhar, mas se o fizer, eu deixo de existir, quem sou eu? Batman escreve segredo na combinação, e recebe sua recompensa, uma sequência de números escritos em mandarim, que traduzidos formam uma série de três coordenadas. Uma, era no meio do mar de Gotham, outra em uma boate abandonada, e a terceira, na Mansão dos Natshon. Batman chega, e se depara com sala de espelhos, a qual adentra. Percebendo que aquilo era um verdadeiro labirinto, ele passa a marcar os locais que já passou, verificando os vidros em busca de uma passagem, e enfim, encontra. Avançando por uma sala escura, Batman encontra o Charada, alto, magro, e vestido com cômicas vestes verdes, munido apenas de um cajado em forma de interrogação. Sem medo, o herói avança sobre o vilão, sem perceber uma gaiola cair sobre sua cabeça, lhe aprisionando. Sempre preparado, Batman saca uma pequena bomba, e explode as barras. Sem escolha, o vilão foge, mas acaba com as pernas amarradas por uma corda do Homem Morcego. O Cavaleiro das Trevas prende Edward Nygma, liberta Jack Marshall, e deixa o Charada obcecado em supera-lo. Em suas fugas de Arkham, ele busca superar o herói, mesmo que para isso precisasse trapacear, mas, sempre acabava derrotado, se tornando cada vez mais insano e violento a cada tento fracassado.

 

3. Terapia em Grupo

Enquanto Batman era exposto a esse terrível teste, Hugo apenas observava tudo através de um grosso vidro de segurança, quando uma figura alta e imponente surge a suas costas.

Ras´Al Gul estava em Arkham, e estava lá como a mente mestra por trás de Hugo e tudo aquilo. Foram seus ninjas os responsáveis por capturar Batman e traze-lo até ali. Ele desejava ter o Maior Detetive do Mundo como seu sucessor na Liga dos Assassinos, mas seu senso incorruptível de moral não permitia que o herói cruzasse a linha de matar. Ele queria que Hugo aflorasse através de suas técnicas, o lado sombrio de Batman, mas sem enlouquece-lo completamente, para que entendesse o que era preciso para realmente fazer a diferença no mundo. Em troca dessa ajuda, Ra´s lhe concederia dinheiro e recursos para continuar seus experimentos.

Strange realmente queria o dinheiro do líder da Liga dos Assassinos, mas ele nutria um desejo sombrio por trás disso. Ele sempre foi fascinado pela figura do Batman, desejando até mesmo se tornar ele. Sendo assim, ele queria estar no lugar de Wayne ao lado de Al Gul, mas para isso, precisaria fazer o possível para corromper o herói, provando que ele não era capaz de atender as expectativas do guerreiro, e assim, ele escolheria a ele.


Agora, era vez de Jonathan Crane falar. Jonathan viveu uma infância permeada pelo medo, uma avó que lhe espancava, amigos que lhe agrediam por sua magreza e roupas surradas. Ele sentia o quão poderoso era o medo, e decidiu usa-lo a seu favor. Como psicólogo, Crane estudou a fundo a mente humana, compreendendo suas fraquezas, e desenvolvendo uma toxina capaz de despertar os piores medos de quem a absorvesse.

Ele se tornou professor, realizando seus experimentos doentios em alunos, acarretando em sua demissão, e na misteriosa morte do reitor que a expediu. Agora sobre a alcunha de Espantalho, Crane passou a usar seu gás do medo para cometer crimes, mas seu foco jamais foi o dinheiro, apenas ver o olhar de pânico no rosto dos afetados, sorrindo com tamanho poder que tinha agora.

Batman cruzou seu caminho quando tentava roubar o cofre da Torre Wayne, e sentiu o poder de sua toxina. Batman alucinou, vendo seus pais mortos retornando a vida, lhe pondo como culpado de suas mortes, vendo Gotham ruir a sua volta, seu maior medo, o medo de falhar, o medo de ser o vilão da história. Crane atira duas vezes contra o herói, lhe deixando para morrer na Torre. Perseverante, Batman resiste, chegando a Batcaverna onde recebe os cuidados de Alfred. Ele desenvolve uma cura para a toxina, a qual ingere antes de continuar sua caça ao vilão. Interrogando um de seus capangas, Batman descobre o plano final de Crane, espalhar a toxina em toda a cidade, diretamente do topo da Catedral de Gotham. O Cavaleiro das Trevas enfrenta capangas por centenas de lances de escada, chegando a torre do sino. Lá, Espantalho tenta novamente usar sua toxina, sem efeito. Batman lhe derrota, forçando-o a provar do próprio veneno, e enquanto mergulhava em seus medos, o Homem Morcego desativava seu dispositivo de dispersão. Preso, Crane conta sua história, mais uma vez, uma infância de tragédias, somada a falta de esperança e uma fraca conduta moral, lhe lançaram em desgraça.

Harvey era um honesto promotor publico de Gotham, e trabalhava junto com Batman e a policia de Gotham no combate ao crime. Mas após ter seu rosto atingido por ácido, durante o julgamento de Carmine Falcone, Harvey fica gravemente ferido, tendo uma parte do seu rosto completamente queimada pelo ácido. Mas principalmente, a mente de Dent havia sido muito atingida, assumindo um vicio pela dualidade e o acaso, e deixando de confiar na justiça.

Controlado por sua moeda, ele iniciou uma cruzada contra a sociedade, em uma vingança pessoal contra Batman e Gordon. Por ter sido amigo de Harvey, Batman sabia que havia algo de bom em Dent, mas a cada crime, ele perdia as esperanças, percebendo que talvez ele nunca tenham sido o homem que apresentava, apenas uma máscara polida, do insano dualista que sempre foi.

Por fim, tinha Arlequina. Sua infância havia sido um verdadeiro caos, perdendo sua mãe ainda na infância e ficando a mercê de seu pai alcoólatra. Na faculdade, ela se aproveitou da sedução para ser aprovada, entrando em Arkham ainda muito jovem. Mesmo iniciante, ela queria envolver-se com os criminosos mais insanos, com uma certa apreciação por suas personalidade extremas.

Porém, seu despreparo lhe tornou presa fácil para psicopatas manipuladores, como o Coringa, a alma mais sombria de Arkham.

Ele sorrateiramente seduziu a jovem, fazendo com que ela ficasse completamente apaixonada por ele. Com isso, o palhaço se aproveitou da garota e com sua ajuda, conseguiu escapar do Asilo Arkham. A partir desse momento, a jovem não se chamaria mas Harleen, e sim Arlequina.

Ao seu lado, ela ceifou a vida de seu pai, iniciando uma onde de crimes por todo o Estados Unidos, até serem novamente capturados por Batman, após uma intensa perseguição de carro.

Por fim, era a vez do mais insano da Casa da Loucura, o Coringa. Entender seu passado era realmente impossível, pois ele afirmava inventar um a cada entrevista. Dessa vez, ele narrou uma história em que teve uma infância terrível ao lado de sua tia, após ser abandonado por seus pais. A mulher o espancava todas as noites, lhe deixando preso no porão, se alimentando apenas de restos. Adulto, ele investiu na carreira de comediante, onde fracassou miseravelmente. Agora casado e pai, o jovem sem nome precisava urgentemente de dinheiro, escolhendo o caminho errado, o crime. Ele planeja ao lado de um grupo de criminosos de rua, um assalto a Qumica Ace, local onde fez um curto estágio. Um dia antes do fatídico dia, sua mulher morre em um acidente com um fio desencapado. Ele pensou em desistir do roubo, mas seus companheiros lhe obrigaram a prosseguir. O assalto foi um fracasso, com a polícia intervindo na invasão, e mantando todos os intrusos, menos ele. Batman chegou na cena do crime, e tentou capturar o ladrão sem mais mortes, mas, tomado pelo medo, ele preferiu se jogar no tanque químico abaixo deles.

Seu rosto se tornou pálido como uma caveira, e seus cabelos verdes, lhe transformando em uma versão perturbadora de palhaço, com dentes sobressaindo a boca devido as deformidades, formando um sorriso horripilante.

A primeira onda de crimes coordenada pelo Palhaço do Crime foi uma série de assassinatos a alguns magnatas de Gotham, usando táticas como toxinas, castas de baralho envenenadas, e outros métodos nada convencionais. Batman fez o possível para impedi-lo, mas o vilão parecia estar sempre um passo a frente, e a perseguição policial contra ele foi um fator complicador.

As investidas do Coringa eram constantemente proclamadas via rádio pelo vilão, para que Gotham sentisse medo. No entanto, ele apenas falou que iria fazer uma última piada com Gotham, mas diferente dos outros casos, sem especificar contra quem ou como faria.

Batman liga os pontos, e descobre que todos os homens mortos naquelas semanas, tinham ligação com a empresa de purificação de água de Gotham, e a substância usada pelo palhaço para matar suas vítimas com um sorriso, era solúvel em água. Batman chega na estação de tratamento, onde encontra o Coringa.

Ambos duelam violentamente, com o vilão levando a pior. Usando sua flor ácida, ele atinge o ombro de Batman, lhe expondo a uma investida de faca, que rasga superficialmente o peito do herói. Usando toda sua força, o Coringa tenta penetrar a faca no coração do vigilante, que persevera, e consegue usar suas pernas para lançar o Palhaço para longe. O Arlequim do Ódio por fim saca uma pistola, mas é desarmado por um batrangue, cujo o atirador se aproximava, e com toda sua força, aplica um soco que quebra três dentes do vilão, que cai derrotado. Com suas últimas forças, Batman desativa o fluxo de água, impedindo que a toxina chegasse as casas de Gotham.

 

4. Renascimento do Morcego

Agora, era o momento de Bruce conta sua história. Em um estado normal, ele jamais entregaria sua identidade, mas, Alfred estava nas mãos de Hugo, ele precisava seguir o jogo. Bruce revela sua história, conta aos seus maiores inimigos, a infância feliz que ele teve ao lado de seus pais, até os perder aos 8 anos de idade, contemplando seus corpos imóveis, banhados no sangue vivo, naquela beco imundo de Gotham.

Seu ódio era algo sobrenatural, ele queria destruir o crime em Gotham, instaurar medo no coração dos criminosos. Ele deixou Gotham aos quinze anos, e cruzou o mundo, em busca de aprimoramento físico e mental. China, Tailândia, Inglaterra, Nigéria, Brasil e muitos outros, foi onde ele treinou em todos os 127 tipos de artes marciais, técnicas de investigação, química, computação e muito mais.

De volta a Gotham, ele assumiu a identidade do Batman, adotando o animal que ele mais temia quando era crianças, mirando voltar o seu medo contra os criminosos. Os vilões ficam em choque ao saber que Bruce era Batman, mas nem isso lhe fez parar de falar.

Por três anos, ele lutou contra o crime, e destruiu Carmine Falcone e seu rival mafioso, desmantelando o sistema de corrupção de Gotham, mas, sua figura aparentemente atraia maníacos como eles até a cidade. Ele revela que também inclui o jovem Dick Grayson em sua cruzada, pois assim como ele, seu pupilo havia perdido sua família para o crime, e que assim como ele, apenas combate-lo seria o caminho para que ele não acabasse.... como ele mesmo. Ele havia falhado, estava levando o garoto para o mesmo vazio que agora vivia, lhe expondo a coisas terríveis.

O momento em que ele percebeu que estava perdendo completamente a sua humanidade, foi enquanto caçava o Chapeleiro Louco ao lado Robin. Suas pistas lhe levaram até uma casa abandonada próxima ao Rio Gotham. Jarvis Tech havia sequestrado cinco garotas entre 10 e 15 anos de idade, e lhes feito de refém em seu covil, e o Homem Morcego sabia bem os desejos sádicos que aquele degenerado sentia por essas crianças.

Batman e Robin entram na casa discretamente, derrubando os guardas de Jarvis, que possuíam chapéus que nublavam sua consciência. Robin abre uma das portas da velha casa, encontrando todas as meninas, presas em gaiolas e feridas. Ele as liberta, enquanto choravam de desespero. Batman estava totalmente furioso, o que lhe distraiu por tempo suficiente para que Jarvis tentasse lhe colocar um de seus chapéus. Batman desvia do ataque, socando a mandíbula do vilão com uma força animalesca, a quebrando de imediato. Tomado pelo ódio, Batman ergue o pequeno homem do chão e o pressiona contra a parede, quebrando suas costelas. Com a mão em seu cinto de utilidades, Batman retira um batrangue, e se prepara para mata-lo. Dick implora para que ele pare, Jarvis provavelmente seria condenado ao mesmo destino pela lei, Bruce não deveria quebrar seu código por ele. Batman altera seu ataque, atacando o vilão no meio das pernas com sua lâmina, arrancando urros de dor do maníaco e berros horrorizados das crianças, que ainda viam tudo aquilo.

Elas estavam a salvo, era o que ele queria pensar. Jarvis merecia o que lhe aconteceu, mas fazer algo tão brutal diante das crianças, foi um grande erro, significava que ele não tinha mais controle sobre si, e estava espalhando uma violência desenfreada, seu rumo estava desvirtuado.

Naquela sala ele entendeu a verdade. Aqueles vilões eram pessoas más, fracas moralmente, que sim sofreram, mas não buscaram se erguer após o tombo. Strange estava errado, ele não era louco como eles, ele voltou sua raiva contra o crime, não contra a sociedade e os milhões de inocentes que nela existem. Seu foco sim estava errado, o ódio havia tomado sua mente, sele focava demais nos criminosos e pouco nas vítimas, deixando as pessoas sem esperança, e os criminosos cada vez mais insanos.

Hugo havia falhado, toda a perseguição psicológica feita pelo doutor contra ele, não só falhou em quebra-lo, ainda lhe fazer entender seus erros.

Enquanto a verdade se desenrolava, Robin finalmente descobre o paradeiro de seu mentor. Após um mês de busca, ele invade o subsolo de Arkham, onde se depara com diversos dos ´´experimentos´´ de Hugo. Pessoas severamente deformadas fisicamente e mentalmente, praticamente sem chance de viver depois daquilo. Ele precisava achar seu mentor dentro daquele prédio repleto de seguranças, então, precisaria de uma distração. Robin liberta todos os pacientes, que saem causando terror pelo Asilo, abrindo caminho entre os guardas para que Dick seguisse sua busca por Bruce.

Bruce, mesmo algemado, consegue vencer os vilões na sala, usando toda sua habilidade em combate. Com uma poderosa ombrada, ele arromba a porta trancada e segue. Strange invade o subsolo, mas a única coisa que encontra, eram seus ´´experimentos´´ livres, e Robin fechando a porta logo atrás dele. Strange é atacado simultaneamente por todos, sendo morto em um ato de pura vingança dos internos.

Bruce se depara com seu pupilo mas antes, precisava fazer uma última coisa. Ele usa as tecnologias mentais de Strange, para apagar a memória recente dos vilões, que agora, esqueceram sua verdadeira identidade.

Batman agradece seu

 

5. O Retorno do Batman

A polícia de Gotham é chamada para averiguar um roubo de cadáver do cemitério de Gotham, onde o corpo de Hugo Strange havia sido roubado, e um símbolo misterioso havia sido deixado em sua lápide, uma mensagem para Batman, uma mensagem de Ra´s Al Gul.

Batman analisa o símbolo na Batcaverna, e identifica algumas coordenadas, que apontam uma pequena província na Kasnia do Norte, um país bipolar, onde Ra´s e sua seita, a Liga dos Assassinos, habitavam. Aqulio era um chamado, e Batman não deixaria seu arqui-inimigo esperando, ele sabia que o vilão centenário tinha algo ligado a sua prisão em Arkham.

Ele viaja até a Kasnia do Sul, simpatizante estadunidense, e de lá, realiza um voo fretado com alguns mercenários, saltando a centenas de metros de altura, escapando de todos os bloqueios militares impostos sistematicamente pelo território.

Ele pousa na cobertura de um imenso palácio dourado, típico de Ra´s. Adentrando sorrateiramente pelo local, ele encontra a sala do Poço de Lázaro, e seu proprietário, o próprio Ra´s. Enquanto o assassino se banhava nas propriedade curativas do poço, seus ninjas confrontam o Cavaleiro das Trevas. A Guarda Real de Al Gul eram os lutadores mais habilidosos do planeta, exigindo todas as habilidades do herói, que triunfou após minutos de intenso combate.

Restaurado, Ra´s deixa o poço, seus olhos amarelos emanando poder. Ele afirma ser responsável por ajudar Strange a captura-lo, lhe dando recursos para financiar sua pesquisa. Ele ordenou que Hugo realizasse uma limpa no código moral do herói, lhe fazendo um servo perfeito para Ra´s, e futuramente, um sucessor digno. Mas, Hugo queria usurpa-lo, assumir o lugar de Batman na Ordem de Sucessão, e por isso, tentou enlouquece-lo, provando o quão fraco ele era.

Strange percebeu que era incapaz de corromper o herói, e havia traído o pacto com seu mestre, e sua morte talvez tenham lhe poupado das consequências dessa traição.

Ra´s oferece ao Morcego uma aliança, ele sabia que sua guerra contra o mal nunca teria fim, caso seguisse seu método politicamente correto. Para lidar com os problemas do mundo, apenas a morte seria uma ferramenta eficiente.

Batman obviamente nega, e afirma que o vilão irá pagar pelo que fez aos que lhe eram próximos. Com sua força e velocidade superiores graças ao Lázaro, Ra´s salta sobre Batman, usando sua espada para golpeá-lo com intensa velocidade. Em um descuido, o herói é atingido de raspão na relha pelo sabre de Ra´s, perdendo parte dela, algo que carregaria até o fim de sua vida, como marca de sua luta. Batman sofre para se proteger, era incapaz de contra golpear. Ra´s chuta o Cavaleiro das Trevas contra a parede, que faz o Castelo tremer. Seria impossível derrotar Ra´s naquele estado, ele precisaria usar a cabeça.

Com sua mira impecável, Batman atinge o reator do poço, o que desperta uma reação em cadeia, que explode a sala inteira. Batman usa seu arpão para escapar do desabamento, deixando Ra´s para trás, sem saber se o vilão morreu, ou não.

Com esse caso resolvido, Batman enfim retorna a sua cidade, renovado. Um mês fora ação, fez com que Gotham afundasse ainda mais nas mãos do crime, mas especificamente Roman Sionis, o Máscara Negra, que comandava uma fábrica de drogas na Baía de Gotham. Batman invade o local, derrota os criminosos e detém Sionis, mas ao fim da batalha, ele se depara com um jovem garoto chamado Marcus, lhe apontando uma arma, tremendo de medo. O Vingador da Noite não recua diante da ameaça do revólver, se aproximando até tira-la da mão do garoto. Batman se ajoelha a altura dos olhos do garoto, lhe pergunta seu nome e porque estava ali. Marcus conta que seus pais foram mortos, e sem perspectiva, se viu obrigado a trabalhar para a gangue de Roman Sionis.

Bruce enxerga nos olhos da garoto a mesma dor que sentiu quando seus pais foram mortos pela injustiça de Gotham, e diz a ele que passou por essa mesma dor, e a raiva que surge dela é quase incontrolável. Muitas vezes, ao perder alguém dessa forma, não conseguimos nos conformar, somos tomados pelo ódio, o que nos leva a fazer escolhas ruins. Se ele seguisse por aquele caminho, em pouco tempo se tornaria o mesmo mal que matou seus pais. O garoto se choca contra o símbolo do morcego, e chora solunçantemente, enquanto os fortes braços do Cavaleiro das Trevas lhe acolhiam.

Marcus diz que não tinha para onde ir, que sua vida estava acabada, e Batman rebate, dizendo, que havia um amigo iria ajuda-lo. Ele enfim entende o que deveria ser. Batman poderia sim ser um símbolo de esperança para a cidade, mas precisaria de Bruce Wayne para isso. Sem sua máscara, ele traria oportunidades as pessoas, iria sorrir, transmitindo alegria para elas, dando alternativas até para aqueles com as maiores dificuldades, seu caminho se tornou claro.

Batman solta o garoto, e lhe entrega um fósforo acesso, pedindo que ele lhe faça um favor.

Marcus anda alguns metros depois da porta do fábrica, e solta o fósforo flamejante sobre um rastro de gasolina, que se estendia por vários metros. O fogo seguia uma linha reta, subindo a parede do prédio de Sionis, formando o símbolo do Batman, ardendo em chamas, mostrando para cada cidadão de Gotham, que ele estava de volta, e dessa vez, o crime não teria descanso.









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