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Vingadores: O Caminho da Esperança

Foto do escritor: Canal Cultura POPCanal Cultura POP

Atualizado: 27 de jan.

O cisma entre os heróis acabou. Com a ajuda dos aliados da Liga Intergaláctica da Justiça, o panteão da Marvel enfim compreendeu o que é preciso para trazer paz para seu mundo, união. Anteriormente, eles lutavam por seus próprios interesses e convicções, e agora, percebem que somente a parceria mútua pode aproxima-los do que é mais importante, as pessoas. O ódio contra sua classe se dissipou, e agora, é o momento de aproximar-se daqueles que mais precisam deles, pois, não importa o quão poderosos eles sejam, se não tocarem as pessoas, se não as fizerem fazer o bem por si só, se não as fizerem se erguer de seus próprios poços, eles terão perdido. Hoje, narraremos alguns contos, que demonstrarão a missão desses heróis com as pessoas, e mostrarão que eles são tão humanos, quanto aqueles que salvam, e que muitas vezes, eles precisam tanto de ajuda quanto as pessoas que protegem.

 

O Fim da Inocência

Cinquenta pessoas, entre elas mulheres, crianças e idosos, servindo como escudos de carne e osso para homens covardes, que usavam vidas como simples moedas de troca, para manter suas próprias peles a salvo. A ausência dos heróis durante a GUERRA CIVIL, fez com que diversos desses grupos terroristas se apossassem cada vez mais da vida das pessoas, especialmente na Trânsia, um país pobre do Leste Europeu.

Acima deles, um avião do exército americano, descumprindo pelo menos uma dúzia de acordos de guerra, sobrevoava a região, não em nome de uma nação, mas em nome da vida daquelas pessoas, e apenas dois homens estavam a bordo. Sentado na cabine do piloto, um deles abre a traseira da aeronave, permitindo que seu colega parta para a ação, e é isso que ele faz, saltando de 500 metros de altura, sem paraquedas, mas para aquela soldado, e isso definitivamente não era necessário.

Caindo como uma bala de canhão dos céus, ele manobrava seu corpo em pleno ar, direcionando-o ao armazém onde estavam os reféns, sem pretensão nenhuma de desacelerar. Se aproximando do chão, ele retira um objeto redondo e pesado de suas costas, com as cores vermelho, branco e azul, as cores de sua pátria, mas que lá, não representavam somente ela, e sim, todos que precisavam de esperança. Com esse escudo, o homem se choca com o chão, amortecendo sua queda. Ouvindo o impacto, meia dúzia de homens vão ao local, e ao avistar a figura, nem ao menos fazem perguntas, apenas atiram com seus fuzis, apenas para olharem aterrorizadas, enquanto ele rebate todos os disparos com seu escudo, e então, eles enfim avistam o homem, saindo das sombras. 1,88, 90 kg, corpo atlético, olhos azuis como o mar, roupas azul e brancas, as cores da liberdade, era o Capitão América, o Sentinela da Liberdade, que estava pronto para ensina-la para aqueles que tentavam ceifa-la.

Avançando em uma velocidade sobre humana, ele derruba os seis homens usando seu escudo em frente a seu corpo. Três homens são atingidos em cheio, e nem sequer levantam, os outros tentavam desesperadamente recarregar suas armas, mas, o Super Soldado era mais rápido. Ele arremessa seu escudo circularmente, atingido as cabeças de cada um deles, antes mesmo que pudessem gritar. E após completar o arco, ele volta exatamente para as mãos de seu dono. Ele avança em alta velocidade, derrubando mais alguns idiotas pelo caminho, subindo ao telhado da instalação, e por lá invadindo. Direcionando-o seus lábios para seu pulso, ele presta informações para seu aliado, e antigo rival, Homem de Ferro.


-Tony, me escuta? Já se livrou do apoio aéreo deles?


-Duvidou Capitão? Diz Stark enquanto oblitera mais um caça inimigo. Eles não poderão explodir seu próprio povo dessa vez, tire essas pessoas daí, que aqui eu me viro. Completa Stark, confiante.


-Tony, é bom trabalhar com você de novo. Agradece Rogers, sem resposta.


Ele segue avançando pelos corredores, onde encontra mais dois homens, munidos com facas. Usando seu escudo, ele desarma o primeiro, e com um chute, lança-o contra uma porta, partindo-a ao meio com o corpo inerte do criminoso. O segundo decide pegar pesado, e tira o pino de uma granada. Sem tempo a perder, Steve esmaga a mandíbula dele com um cruzada e contém a explosão contra o chão com seu escudo, fazendo-o cair para os segundo andar, grave erro.

Todos lá dentro sabiam que ele estava lá. Os olhos dos reféns se enchiam de esperança, e os criminosos, os tinham cheios de medo. Steve levanta rapidamente, e continua sua corrida em direção as vítimas, lançando seus opositores contra as paredes sem dificuldades, eles não eram páreo para o poder do herói, e sabiam bem disso, estava tudo muito fácil, fácil até demais.

O líder pega uma metralhadora, e aponto-a para as dezenas de pessoas que ali estavam, assim que o Super Soldado adentra no centro do armazém, cercado apenas pelo mais denso deserto, não haviam cidades a centenas de quilômetros dali.


-Acabou, deixe-as ir, e eu prometo que podemos negociar sua vida no tribunal.


-Não acho que queira negociar com essa belezinha aqui! Diz o covarde apontado seu fuzil para a cabeça de uma criança. Irritado, o Capitão tenta pensar, o que ele faria? O mais que podia, ele se lança sobre o criminoso, antes que ele pudesse atirar no garoto, derrubando-o no chão, com seu fuzil caindo no canto da parede. Um soco firme, e a luta estaria acabada, mas, ele não se atentou em um detalhe, o colete explosivo abaixo do casaco daquele homem. Ele observa o artefato, talvez pudesse alcança-lo. Seu braço se estica em direção ao braço esticado do terrorista, puxando levemente o cordame do detonador, mas, ele não conseguiu

Com um sutil movimento de seu indicador, aquela instalação inteira foi pelos ares. O corpo do Capitão foi arremessado ao outro lado do corredor chamuscado. A explosão era audível a quilômetros, Stark a percebeu, uma nuvem imensa de fumaça negra se erguia a centenas de metros do chão, junto ao fogo e os escombros, dando um ar macabro de vida aquele cenário desértico.


-Merda, merda, merda. Capitão, na escuta, você está bem?


Rogers, com apenas algumas queimaduras e roupas chamuscadas, ergue uma imensa tora de cima de si mesmo, e olha para os arredores, estavam todos mortos, ele havia falhado, miseravelmente. Ele já havia perdido vidas na Guerra, mas mesmo assim, se acostumar com tanta inocência sendo varrida sem aviso, era impossível de lidar, até mesmo para alguém que já viveu de tudo.


-Não Tony, nada bem. Ele se arrastava pelos escombros, até que, ele percebe um sinal de vida, fraco, quase inexistente, mas um sinal. Ele se aproxima, e encontra um garoto, não devia ter mais de onze. Suas vestes surradas estavam sujas com a fumaça, sua pele repleta de hematomas, seus pulmões, possivelmente corroídos pela fumaça. Ele estica sua mão para tira-lo dali, mas a criança se encolhe, se recusando a vir com ele. Ele a entendia, ele deixou sua família morrer.


-Capitão, tem alguém vivo? Perguntava Tony preocupado.


-Sim Tony, apenas um. Diz Rogers, olhando fixamente para aquele rosto antes inocente, mas que agora, conhecia a morte e o sofrimento como poucos viriam a conhecer, e era tudo culpa dele...


O nome do garoto era Ismaill. A única família que conhecia se foi naquela explosão. Rogers leu seu relatório durante o voo para os EUA. Eles o deixariam em um abrigo para refugiados na América. Não havia mais nada para ele na Trânsia.

Rogers fez questão de acompanhar sua recuperação. O herói observava o garoto deitado na cama do hospital, enquanto seus ferimentos eram tratados. A enfermeira se aproximou, informando-o de que o menino estava estável. Logo, estaria bem. Mas Rogers duvidava muito disso.

Enquanto observava aquela criança dormindo profundamente, sob efeito dos analgésicos, ele pressentia a dor que ela sentiria ao acordar. Naquele cenário, nem mesmo alguém como ele poderia segurar as lágrimas, que correram livremente por suas bochechas por vários minutos — até ser interrompido por uma presença familiar. Era Tony Stark. Ele deu um tapinha de leve nas costas do soldado.

— Não precisa se culpar. Você fez tudo que podia.

— Não foi o bastante. Cinquenta pessoas morreram.

— E duzentas escaparam. Aqueles desgraçados estavam mantendo várias outras pessoas escondidas nos armazéns.

— Duvido que, para ele, isso faça muita diferença — disse Rogers, apontando para Ismaill.

— Também acho. Mas, se tem alguém que pode ajudá-lo a continuar, é o Capitão América — finalizou Tony antes de ir embora. — Ah, e, Steve... é bom ter você de volta.

A manhã nasceu, e Rogers enfim entrou no quarto do garoto, já consciente. Sentou-se na cadeira ao seu lado e acariciou seus cabelos.


— V-você veio? — perguntou o garoto, ainda pouco desperto.

— Eu precisava. Me desculpe. Me desculpe por tudo. Eu não consegui salvá-los — disse Rogers, tentando conter suas lágrimas novamente.

Os dedos finos do garoto se esticaram até a cabeceira, puxando para si um pequeno gibi, já surrado pelo tempo. Era um gibi do Capitão América.


— Eu sempre li as suas histórias enquanto estava lá. Pelo menos, antes de prenderem todos nós. Então, eu tive que escondê-lo. Eles tinham medo de você. Eu sempre sonhei com o dia em que você viria nos salvar. Eu nunca entendi por que os Vingadores não podiam ajudar a gente. Vocês podiam fazer qualquer coisa... cof cof — disse o garoto, interrompido pela tosse fraca.

— Nem tudo... Mesmo com tudo que me deram, eu não pude ajudar seus pais. Eu falhei com você.

— Não — respondeu o menino, ainda debilitado. — Você tentou nos ajudar. Meus pais, com certeza, estariam felizes pelo que fez por mim... pelo que fez por todos os outros que resgatou.

— Você não tem raiva de mim?


— Não poderia ter. Você não fez nada de errado. Apenas não conseguiu resolver tudo. Ninguém pode. Meus pais sempre disseram que os Vingadores não podiam nos salvar porque, mesmo com todos os poderes que eles tem, não podiam resolver todos os problemas do mundo. As pessoas não iam deixar. Você tentou... só não conseguiu resolver tudo.


— Nossa... Com a sua idade, eu não saberia de tudo isso. Até hoje, não sei — disse o soldado, fascinado com o que ouvia.

— Você vai ficar aqui, né? — pediu o menino, segurando a mão do homem.

— Claro. Até você melhorar — respondeu o Capitão, com um sorriso.

— E onde eu vou morar agora?

— Bem... ainda não sei. Mas estou tendo uma ideia interessante... — respondeu Rogers, misteriosamente.


Os dias se passaram, e o Super Soldado continuou acompanhando a recuperação do menino, enquanto também monitorava os trâmites legais sobre seu destino além do hospital. Mesmo depois de tudo que havia ouvido dele, Rogers ainda se sentia em dívida com o garoto. Ele deveria fazer mais.

Se apenas o deixasse em um orfanato, Ismaill passaria os próximos anos em condições precárias, cercado de crianças que nem ao menos falavam sua língua. Ficaria ainda mais deslocado do que já estava. Não era justo. Ele já havia perdido tudo o que conhecia e, agora, terminaria seus dias em um país estranho, cercado por pessoas desconhecidas. Rogers não conseguiu salvar sua família, mas talvez pudesse salvá-lo desse destino.

Ele poderia adotar aquele órfão. Seria o mínimo depois do que lhe aconteceu. Mas, ao mesmo tempo, isso o colocaria em grande perigo. Todos sabiam quem era o Capitão América. Ele precisava pensar.

Semanas se passaram e, apesar de suas ideias não avançarem, o mundo seguiu seu curso. Os Vingadores receberam uma nova missão, novamente em território da Trânsia. Durante a viagem, ao lado do Homem de Ferro, Stark lhe perguntou sobre a possibilidade que Rogers havia levantado. Para o bilionário, não havia pessoa melhor para essa “missão”. Ele apoiava totalmente a decisão.

A dupla invadiu mais uma base criminosa e, juntos, desmantelaram a organização, garantindo uma paz temporária aos inocentes da região — ou, pelo menos, era o que esperavam.

Rogers e Stark permaneceram no local para resgatar os feridos e levá-los aos abrigos fornecidos pela ONU. Centenas de desabrigados se amontoavam precariamente na região, e Rogers não conseguia encará-los sem lembrar-se do que havia visto na Alemanha durante a guerra. Seus olhos não saíam das crianças, muitas feridas, outras sozinhas. Por mais que tentassem ajudá-las, sabiam que não poderiam suprir todas as suas necessidades.

Imerso em seus pensamentos, Rogers se lembrou de Bucky. Seu protegido nos anos 1940. Um garoto das ruas do Brooklyn, que, assim como Ismaill, não tinha perspectiva, até que cruzou seu caminho e se tornou um grande homem. Mas, ao mesmo tempo, se envolver com Rogers o levou à morte.

Sua mente, geralmente metódica, dessa vez não conseguiu conter as próprias emoções. E, então, ele finalmente decidiu o que deveria fazer.

De volta aos Estados Unidos, em suas roupas civis, Steve visitou seu jovem amigo no hospital do Queens. O garoto já estava totalmente recuperado e pronto para ser realocado para um orfanato.

Então, Steve se ajoelhou diante dele e perguntou se gostaria de morar com ele.

O menino revirou os olhos, um tanto surpreso com a pergunta. Mas a resposta veio da melhor forma possível: um forte abraço em volta do pescoço do Capitão. Rogers lutou para conter as lágrimas mais uma vez.

A Dra. Elizabeth, responsável pelo paciente, explicou que o processo poderia ser feito, mas, talvez, pelas questões financeiras e de estabilidade, pudesse ser um tanto trabalhoso. Mas... nenhum juiz negaria um pedido do Capitão América!

Duas semanas depois, a adoção foi oficialmente consumada. Rogers levou Ismaill para seu pequeno apartamento no Brooklyn — o mesmo onde seus pais e ele viveram décadas atrás.

Agora, naquele mesmo lugar, reconstruiria sua vida.

Ele passou a vida inteira lutando. Talvez fosse hora de desfrutar dos louros da vitória — pelo menos por um tempo.

Convencido de que as palavras de Superman estavam certas: "Dar esperança para as pessoas".

E foi exatamente isso que fez.

Ao salvar uma criança de um destino incerto, Rogers atingiu milhões de outras pessoas. Pois o verdadeiro heroísmo não vem dos poderes ou das armas.

Vem de um coração disposto a fazer o bem. Pois isso, de fato, mudaria o mundo.

 

Mudança de Realidade

Nova York se tornava, vagarosamente, um cenário mais agradável aos olhos. Seis meses antes, quando o cataclisma da GUERRA CIVIL dividiu os heróis fisicamente e ideologicamente, o mundo se viu no meio de um conflito de ego entre seus dois maiores heróis, se vendo desprotegido perante aquela realidade. Parker não se gabava por isso, mas sem dúvida, sem ele, pouco coisa teria mudado. Ele ainda era apenas um garoto de 19 anos em 1965, e lutou ao lado de semideuses, mutantes e seres cósmicos, e mesmo assim, se destacou entre eles, não por sua força, mas talvez por sua visão de mundo. Ele esteve nos dois lado da Guerra, percebeu suas hipocrisias, e mesmo antes da vinda dos visitantes de outro universo, ele havia esfregado na cara de Rogers e Stark, que sua briga estava condenando o planeta inteiro, e isso lhes fez hastear a bandeira branca.

Peter abria a porta de seu apartamento, exausto apesar de seus poderes, a vida dupla ainda lhe pesava os ombros. Ele joga sua mochila sobre o sofá, e se preparava para tomar uma ducha, quando uma figura até então não percebida pelo seu sentido aranha, salta em sua direção... Era Gwen Stacy, sua namorada, lhe fazendo uma surpresa. Ela o abraça, lhe ajudando a arrumar suas coisas. Com tudo em ordem, ela se oferece para ´´desestressar o herói´´, ligando o chuveiro e puxando-o para debaixo do jato de água quente, rapidamente, tirando qualquer roupa que lhes impedisse. Parker envolve o corpo de Gwen em seus braços, lhe colocando contra a parede suavemente, os próximos minutos sem dúvida eram o que ele precisava, mas a conta de água ia vir salgada...

Após isso, Parker se senta para revisar algumas fotos que havia tirado, e Gwen sentando-se ao seu lado, lhe sugere um local que precisava de um pouco de ´´exposição´´. Virando-se para a TV de tubo a sua frente, Peter observa uma reportagem sobre a Boca, um dos bairros mais depravados da cidade, onde o consumo e venda de drogas era exacerbadamente alto. Mal haviam imagens do interior da região, pois tanto a policial quanto a mídia, não tinham coragem (nem interesse) de xeretar o que havia lá. Stacy afirma que esse pode ser um trabalho para o Homem Aranha, e especialmente, para Peter Parker.

Parker beija Stacy e decide acatar sua "sugestão profissional". Mas, antes de qualquer coisa, precisava fazer o reconhecimento do bairro — primeiro como Peter e depois como Aranha. Guardando seu uniforme na mochila, parte para a ação.

Caminhando pelas ruas da cidade, ele percebe como tudo parecia mais lindo a cada segundo. As luzes vibrantes da Times Square contrastavam com a tranquilidade rural da casa onde cresceu com May e Ben Parker. Não era apenas a diversidade arquitetônica que o fascinava, mas também a mistura de culturas: gente vinda de todas as partes do mundo, o velho e o novo colidindo em perfeita harmonia. Ele sentia no ar o cheiro de novidade.

Após quinze minutos no metrô, nada vazio como sempre, Peter chega à região indicada. Tenta pedir informação para algumas pessoas, mas ninguém parecia ter coragem — ou vontade — de falar sobre o local. Bom, talvez não ajudassem Peter Parker, mas, com certeza, ajudariam o Homem-Aranha.

Vestindo o traje, o herói rapidamente obtém a informação que queria com um nobre taxista e, em poucos segundos, se balança pelos prédios até o destino. Retomando a aparência de fotógrafo nerd, ele esconde a mochila em um ponto alto e adentra as vielas do bairro, fotografando tudo o que podia: mendigos, esgoto a céu aberto, drogas sendo vendidas à vista de todos... Havia poucas coisas no mundo que lhe enojavam mais que as drogas, especialmente quem as fornecia. Ao vê-los de perto, Peter passou a compreende-los, mas sem ser capaz de apoia-los. Suas vidas eram miseráveis, o alívio momentâneo dos entorpecentes era um toque de paz em suas vidas, mas que eles sabendo ou não, alimentava uma máquina que lhes mantinham imóveis, eternos consumidores do vício, sem oportunidade de livrar-se dele. Ele tinha muito o que fazer ali, mas o principal, era manter todos, especialmente os mais jovens, longe desse fruto proibido do século 21.

Um pedaço da cidade esquecido pelo tempo. Como ele permitiu que isso acontecesse? É claro, estava em uma literal guerra, mas, ainda assim, o crime se movia cada vez mais rápido.

Ele se preparava para sair dali quando alguns punks o detêm, exigindo que entregue sua câmera.

— Entrega essa porr#, não quero ninguém se metendo no nosso trampo aqui! — exclamou um dos criminosos.

— Qual é, cara? Tô só fazendo meu trabalho numa boa. Se quiser, posso apagar algumas — responde Parker com cautela.

Ele finge não perceber um segundo homem se aproximar e, com um solavanco, arrancar sua câmera, lançando-a contra o chão imundo da calçada e partindo-a em pedaços.

— Tá aí as tuas fotos, bichinha — zombou o criminoso, rindo da cara de Parker. — Pensando bem, acho que queremos que fique. Tem um cara que precisa saber que você esteve aqui.

Dois homens seguram seus braços. Parker oferece uma resistência simbólica, utilizando apenas 1% de sua força. Ele queria ver quem estava por trás daquilo.

Um saco plástico é colocado sobre sua cabeça e ele é arrastado por minutos até que, ao ser retirado, se vê diante de uma sala claramente deslocada no meio da miséria ao redor. Sentado à sua frente, um homem bem vestido e conhecido: o vereador Hamilton Reeves.

— E aí, cara, não disse que ia manter esses merdas longe daqui? — questiona um dos criminosos a Reeves, que se volta para Parker.

— Trabalha pro Clarim, filho? — pergunta o vereador, calmamente, mas de forma ameaçadora.

— Sim, mas não estou aqui por ele. Recebi um relato e queria entender a situação da comunidade. Agora entendi por que ninguém ajuda essas pessoas, tem um miserável como você para manter a mídia longe.

— Obrigado por esclarecer tudo, garoto. Achei que o Clarim não tivesse dado valor ao cheque que recebe todo mês. Agora, livrem-se dele. Acho que vocês sabem qual é o destino de enxeridos como nosso amigo.

— Vai morrer afogado na merda, cara! Hahaha! — ri um dos criminosos.

Olhando para o lado direito, Parker observa um garoto que lhe aponta um revólver. Não devia ter mais de 16 anos, mas o vazio em seus olhos denunciava alguém que já tinha visto muito — e perdido muito.

O saco preto é novamente colocado sobre sua cabeça. Os homens o arrastam até uma ribanceira, onde desemboca a rede de esgoto não tratada. Amarram seus braços e pernas. À meia-noite, os dejetos seriam despejados, e Parker seria levado com eles.

O esgoto jorrava de um cano grosso de concreto quando o corpo inerte de Parker foi lançado nas águas imundas. Ele tenta prender a respiração, mas é impossível. O cheiro pútrido invade suas narinas.

Quando percebe que está longe da vista de seus algozes, finalmente usa suas habilidades. Com sua força sobre-humana, estoura as amarras sem dificuldade. Em seguida, lança uma teia em direção a uma árvore e a usa como apoio para sair das águas poluídas.

De volta ao solo, Parker recupera o fôlego e recompõe seu plano.

— Ok... Por hoje tá ótimo. Vou pegar meu uniforme e tomar um banho... Uns dois... Três talvez. — Ele observa seu estado deplorável. — Capaz da Gwen nem me deixar entrar em casa...

Recuperando seu traje, Peter volta para seu apartamento, e reformula seu plano. Reeves disse que o Clarim fazia vista grossa para a Boca em troca de dinheiro, Jamenson odiava heróis, mas não era do tipo corrupto, havia algo errado, ou talvez, alguém, dentro do Clarim. Ele precisava descobrir quem, e depois, desmascarar Reeves, e descobrir o porque de seu interesse na região, era hora do Aranha agir.

Ele balança até a cobertura de Reeves no centro, um prédio imponente, digno de alguém de seu status. Haviam seguranças armados, até demais, especialmente para um simples vereador. Olhando atentamente, ele descobre que não se tratavam de agentes privados, eram capangas de Wilson Fisk. O que o Rei do Crime queria com Hamilton Reeves. Usando sua agilidade, ele se infiltra no apartamento como uma sombra, se arrastando até o escritório do político. Revirando suas gavetas, ele encontra vários plantas, documentos, discursos, e enfim, uma planilha. Uma delas, de pagamentos para um fotógrafo no Clarim, de alcunha E.B, poderia ser Eddie Broke.


-O grande Eddie, é bem a cara dele, nunca gostei daquele sujeito. Eddie era responsável pelas notícias cotidianas da cidade, ele pode ter chego perto da Boca, e para não abrir o bico, Reeves o encheu com dinheiro até engasgar.

Logo abaixo, haviam gráficos, mostrando ganhos financeiros ascendentes, e uma venda ainda mais fascinante de seus supostos ´´drogas medicinais´´, para uma farmácia próxima a Boca. Reeves estava usando o plano de assistência médica da prefeitura para vender as drogas do Fisk! Nesse exato momento, seu sentido Aranha apita, havia alguém na porta. Ele salta, se prendendo no teto, enquanto Hamilton e dois de seus homens adentram no local. O vereador estava possesso, e claramente assustado, ele sabia que seu segredo não era mais tão secreto.

Assim que seus homens se viram para sair, o herói ataca... Com suas teias, O Amigo da Vizinhança, desarma os homens, e os deixa presos ao teto junto a seu ex-chefe.


-E ae doutor, feliz em me ver?


-Miserável, Fisk vai arrancar sua cabeça quando souber o que fez.


-Recebo ameaças dele desde os dezesseis parça, o gorducho do Fisk não é bom em cumprir promessas, especialmente pra mim. Homem Aranha ri de seu inimigo, enquanto mais homens se aproximam, atirando em sua direção. Com sua agilidade inigualável, ele desvia dos disparos, e salta em direção aos adversários. Saltando sobre seus braços, ele aplica um chute duplo no peito do primeiro, que é lançado sobre seu companheiro, lhe tirando de combate junto a ele. Com sua teia, Parker ´´puxa o tapete´´ do terceiro homem, lhe derrubando e levando seus tiros inofensivos em direção ao teto.

-O forro fez algo pra você cara? Diz o herói antes de agarra-lo pelo colarinho, e lança-lo sobre a mesa nem um pouco barata de Reeves, que se partiu ao meio.


-Acho que o Capitão Stacy vai amar seu dôssie chefia! Diz Parker para Reeves, antes de saltar da sacada, usando suas teias para se guiar pelo ar, uma parte do plano estava completo.


-Fisk vai me matar por isso... lamentava Hamilton, de ponta cabeça sobre seu próprio escritório.


As primeiras horas da manhã raiavam, e Parker adentra no escritório de J.J Jamenson.


-Está maluco Parker! Não precisa abusar do meu bom humor esmurrando minha porta as seis da manhã.


-Tem notícia quente J.J, e não precisa nem me pagar dessa vez.... não que já não pague na maioria das vezes.


-Me dê isso garoto. Jamenson puxa os papéis das mãos do jovem, e lê animado cada linha.


-Isso é incrível! Isso é o maior escândalo da cidade em anos! Pelo menos que nós descobrimos... Como conseguiu isso garoto, o Homem Aranha lhe deu?


-Bem.... Eu não diria bem isso.


-Pode agradece-lo por mim Parker, estou tentando me redimir depois de que tudo que disse dele. Só não entendo como esses idiotas não descobriram isso antes (fala de sua equipe).


-Na verdade, eu acho que descobriram. Diz Parker apontando os pagamentos para o Clarim.


-Miserável, Broke disse que ia averiguar a área, voltou sem dar um pio do que encontrou, empregados! Não basta a incompetência, ainda ousam trair minha confiança por dinheiro, como ousam fazer isso com alguém com.... Peter fecha a porta, deixando que seu chefe tenha seus surtos habituais. Eddie poderia esperar, ele tinha provas cabíveis contra Fisk, do tipo que poderiam manda-lo de volta para a cadeia, mas, precisaria de ajuda para captura-lo, e ao mesmo tempo limpar a Boca, se Fisk fosse preso com aquele local ocupado, as gangues iriam se matar pelo poder, graças a Deus, ele tinha alguns amigos com quem contar, alguns tão apaixonados pela cidade quanto ele.

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