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Os Altos e Baixos da Franquia Halloween

Atualizado: 1 de nov. de 2022

Uma das maiores franquias do terror, Halloween chegou ao seu fim (eu espero...) esse ano, acabando com a trajetória de Michael Myers nos cinemas. Nessa recapitulação, vamos ver como essa franquia começou, e como ela foi caindo, e se levantando, e caindo de novo..... durante a sua história. Vamos desconsiderar o terceiro filme, pois ele não se conecta com a história de Michael Myers, se distanciando totalmente do restante da saga.

 

O Primeiro Sucesso

Em 1978, John Carpenter e Debora Hill, transformaram um roteiro sobre um assassino de babás, e um dos percursores da febre slasher oitentista, Halloween. Mesmo com um orçamento baixo de 325 mil dólares, o filme teve um sucesso estrondoso para a época, rendendo 70 milhões de dólares ao redor do mundo.

O elenco foi extremamente bem-sucedido, com Jamie Lee Curtis fazendo seu primeiro papel relevante, Donald Pleseance colocando mais um personagem marcante em sua carreira, e o estudante de cinema Nick Castle, se consagrando como o primeiro Michael Myers.

A trama de Halloween é bastante conhecida, começando em 1963, com Michael sendo preso após matar sua irmã na noite de Halloween, sendo mantido em um sanatório, até 1978. Na noite do terror, Myers provoca uma fuga no sanatório, e foge rumo a Hadonfield, com o objetivo único de trazer a morte para a pequena cidade. Seu principal alvo foi a estudante Laurie Strode, a qual ele segue durante todo o longa, fazendo 4 vítimas antes de atacá-la. Após uma árdua luta, Michael estava prestes a finalizar Laurie, quando seu psiquiatra, Doutor Loomis, chega no local, e atira 6 vezes contra ele, que cai da sacada da casa, aparentemente morto. Loomis havia passado o longa inteiro falando do seu paciente, dizendo que ele não era humano, e sim uma encarnação da maldade, e isso se prova real, quando mesmo depois de tantos tiros, Michael consegue escapar. O grande brilho desse filme, é o suspense e a tensão que ele causa, muito devido a sua ótima trilha sonora e ritmo lento. Temos poucas mortes, o que torna esses acontecimentos marcantes, e tornam esse filme uma obra diferente e única, em comparação aos outros filmes de assassino que viriam em seguida. Michael Myers foi um vilão icônico para o terror, com um visual marcante, e um traço de personagem que viria a ser muito copiado em outros slashers, como a própria saga Sexta Feira 13.

A partir desse filme, 3 linhas temporais foram criadas, inicialmente, por isso, vamos seguir a ordem cronológica.

 

Dinheiro, O Grande Vilão de Halloween

O grande motor de Hollywood, é o dinheiro, que é capaz de ressuscitar qualquer personagem ou franquia, para criar sequencias, mesmo que não tenha conteúdo para isso, e com Halloween, não foi diferente. Em 1981, tivemos Halloween 2, ainda dirigido por Jonh Carpenter, que não queria uma continuação para a sua obra, mas foi obrigado pelo estúdio a planejar uma. Isso talvez explique a falta de inspiração para esse filme, que é um slasher muito mais tradicional, com Michael matando mais de 10 pessoas em tela, de maneira muito violenta, algo que não havia no original, que presava pelo suspense. Justamente nessa história, que temos a conexão de Michael e Laurie como irmãos, o que explica esse vício do vilão na garota. No final, Loomis confronta Michael novamente, no hospital onde Laurie estava internada, e explode uma parte do prédio, aparentemente matando Michael, mas morrendo junto.

Com a morte do personagem, Carpenter deixou a franquia em definitivo, e a produtora decidiu seguir um novo rumo, com uma antologia de terror, no caso, Halloween 3, que não se conecta em nada com a história de Michael, e foi um tremendo fracasso.

Em 1988, Myers finalmente retornou aos cinemas, com a ajuda do produtor Moustapha Akkad, que se tornou um dos nomes mais reconhecidos dessa saga. Halloween 4 foi rodado em poucos dias, com uma direção e produção pavorosas, e um roteiro reutilizado do primeiro filme, com poucas mudanças. Nessa história, vemos Jamie Lloyd, filha de Laurie Strode. Laurie e seu marido haviam morrido em um acidente de carro pouco depois do nascimento de Jamie, que foi adotada por uma família de Hadonfield. Michael estava em coma em uma prisão, da qual consegue escapar durante uma transferência, e mais uma vez parte para a sua cidade natal, onde iria fazer a maior matança da sua história. Handofield vira uma zona de guerra, com Michael sendo caçado pelos moradores, já que a polícia havia sido chacinada por ele no início da invasão. Enfim, temos Jamie e sua irmã, Rachael, fugindo da cidade, e sendo perseguidas por Myers, que acaba fuzilado pela polícia, caindo em poço, e desaparecendo. Aparentemente seria um final padrão como todos os outros, mas esse filme tentou ousar, e fez Jamie atacar sua própria mãe com uma tesoura, com uma máscara de palhaço em seu rosto, indicando que ela seria a próxima vilã da franquia, algo que nunca aconteceu.

 

A Desgraça Começa

Foi aqui que Halloween virou bagunça. Moustapha Akkad não estava interessado em descartar Michael, e exigiu que o personagem fosse trazido de volta em mais uma sequência, já que financeiramente o quarto filme havia sido satisfatório, apesar das péssimas críticas. O quinto filme se passa um ano depois do anterior, com Myers sendo salvo por um velho eremita, que o mantém protegido até o próximo Halloween, quando o assassino foge para matar mais uma dúzia de personagens péssimos enquanto caça a sua sobrinha. Esse para mim é um dos piores filmes da saga, com uma direção e produção praticamente amadoras, até mesmo a máscara do vilão foi mal feita. Temos o final mais épico da franquia, com Loomis espancando Michael é mais uma cena de ação eletrizante, com o vilão sendo preso. Na cadeia, o velho assassino é salvo por um misterioso Homem de Preto, que fuzila os guardas e solta Myers mais uma vez, em outro final tenebroso.

Se Halloween 5 foi ruim, o 6 foi tão ruim quanto, sendo um dos filmes mais zoados da história da saga, com uma tosqueira que poucos imaginavam que fosse possível. Essa história se passa 10 anos depois da noite em que Myers foi preso, e Jamie estava presa por um culto selta, e estava grávida, e aparentemente, o filho é de Michael. Ela consegue escapar com seu bebê, e consegue escondê-lo em um banheiro. Pouco depois, ela é morte por seu tio, e o bebê é salvo por Tommy Doyle, uma das crianças que Laurie cuida no primeiro filme. Dr. Loomis também retorna, e ao lado de Tommy, descobre que o responsável pela fuga de Myers, foi o doutor Terence Win, que trabalha no sanatório Smith Groove ao lado de Loomis, na época em que Michael estava internado. Ele usava Myers em seu culto, obrigando o serial killer a matar membros da sua família. O culto captura nossos heróis, e prepara o bebê para o ritual, mas Tommy o salva, e derrota Myers com uma barra de ferro. Depois que todos fogem, Loomis volta para o Sanatório, apenas para ser morto por Myers fora de cena. Existe um final alternativo para esse filme, feito pelos produtores, onde Loomis é amaldiçoado por Win, e se torna membro do culto como ele.

 

Renasceu, mas Morreu de Novo

A franquia estava completamente destruída depois do fracasso de Halloween 6. Por isso, era hora de mudar, e nada melhor do que cancelar toda essa zona que foi criada a partir do segundo filme, e trazer de volta a protagonista Laurie Strode. Halloween H20, se passa 20 anos depois da fatídica noite de 1978, onde Laurie já era mãe, e ainda guardava alguns traumas da sua luta com Michael, que todos acreditavam ter morrido na explosão do hospital. Porém, vaso ruim não quebra, e Myers volta mais uma vez para assombrar Laurie, caçando seu filho, até ficar frente, frente com sua irmã, mais uma vez. Esse filme resgata muito da alma do original, apostando menos em mortes, e mais no suspense, gerando um filme decente depois de muito tempo. No último ato do filme, Laurie mata Michael, arrancando sua cabeça, em um final praticamente perfeito para a franquia, que poderia muito bem ter parado aqui, mas o dinheiro sempre fala mais alto, e outra bomba ainda estava para surgir.

Em 2002, 4 anos após o considerável sucesso de H20, mais um filme ia ser lançado, mas Jamie Lee Curtis se recusou a participar, achando que não havia mais uma história para ser contada ( e estava certa) fazendo com que a sua personagem fosse morta logo nos primeiros minutos por Michael, em uma cena digna do framboesa de ouro. O final épico do outro antecessor foi completamente descartado, sendo dito que a pessoa que Laurie matou, era na verdade um refém com a roupa de Michael, que havia fugido antes do último confronto. Após completar sua missão, Myers volta para sua velha casa, onde estava sendo feito um reality show, e o resto todos sabem. Michael mata mais algumas pessoas de jeitos elaborados, até que o produtor do filme o confronta, e o mata com choques elétricos, só para na última cena, ele aparecer abrindo os olhos no necrotério, dando margem para uma continuação, que graças a Deus nunca aconteceu.

 

Remake Polêmico

Depois de 4 anos na geladeira, Halloween ganhou seu primeiro remake, dirigido pelo rockeiro americano, Rob Zombie, que tenta trazer um filme brutal e com uma explicação plausível para a maldade de Myers. A obra coloca Michael como o filho do meio de uma filha muito desequilibrado, com uma mãe Stripper, um padrasto alcoólatra, e uma irmã insuportável. Myers torturava pequenos animais desde pequeno, descontando o ódio que tinha de sua família, até cometer os crimes que vimos no filme original, matando sua irmã e seu padrasto, sendo enviado diretamente para Smith Groove, ficando sobre os cuidados do Doutor Loomis. Loomis trata Michael por anos, mas percebe que o garoto não tem solução, principalmente depois que o jovem mata uma enfermeira. A mãe do assassino tira sua própria vida devido a perda de seu filho, e a partir de agora, nada mais segurava Michael Myers.

De volta ao lar, Myers faz um verdadeiro banho de sangue, com um número de mortos muito superior ao original, o que na minha visão, é o ponto mais fraco do filme, pois quebra muito a premissa da saga. Após muitos ataques, Myers acha Laurie, e lhe captura, mostrando ser seu irmão. Independente disso, Laurie ataca seu irmão, conseguindo escapar, chegando ao encontro de Loomis, e foi com a pistola do doutor, que a garota finalmente mata Michael (até o próximo filme).

Em 2009, a sequência desse remake nasceu, Halloween H2. Essa é uma das maiores bombas da franquia, na minha opinião. Temos uma direção confusa e bizarra, com cenas parecidas com um clipe musical muito mal feito, com diversas ilusões estranhas envolvendo a mãe de Myers. A mitologia do vilão é completamente estraçalhada, com o personagem passando boa parte do filme sem máscara, acabando com o mistério em sua identidade, com ele até mesmo soltando algumas palavras. Mais uma vez, temos dois finais diferentes para a história. No primeiro, temos Michael matando Loomis e sendo morto pelos polícias, com Laurie ficando completamente louca, e sendo internada. No segundo final, temos Laurie matando Myers, e tomando o seu lugar como assassina. O segundo filme de Zombie foi destruído por público e crítica, deixando Halloween na geladeira por quase 10 anos.

 

O Final da Saga (Se Deus Quiser)

O retorno da saga em 2018 foi simplesmente lendário, com um filmaço. Jamie Lee Curtis vive seu melhor momento como Laurie, estando completamente paranoica e preparada para matar seu rival, e temos o retorno da mitologia de Myers, que pode ter tido o seu melhor momento nesse filme. O início da obra é ótimo, com os dois repórteres entrevistando Myers, e depois sendo mortos por ele em um posto de gasolina, em uma sequência cheia de tensão. Em Handofield, Michael trás o terror de volta, com planos sequência incríveis do assassino atacando suas vítimas. Pela primeira vez, os personagens secundários são minimamente interessantes, com a filha de Laurie, Karen, e sua neta Alisson. No final, as três conseguem prender Michael em um porão feito pela anciã guerreira, que armou toda a sua casa para derrotar Michael, e ateiam fogo no local, o que obviamente não o mata.

Em Halloween Kills, temos uma trama muito criativa, de Michael matando várias pessoas pela cidade, enquanto um grupo de idosos do filme original, liderados por Tommy Doyle, caçam o assassino pela cidade. Laurie é praticamente nula na trama, ficando o filme inteiro presa no hospital. Não temos nenhum toque interessante na história, é praticamente uma matança desenfreada do vilão, o que tira completamente o impacto de cada cena. O único ponto alto dessa pérola, é a luta final de Michael contra os idosos de Handonfield, e os flashbacks do filme de 1978. Após chacinar metade da cidade, Myers finaliza a noite de Halloween mais brutal da história de Handofield, matando Karen.

O final disso tudo, chegou aos cinemas esse mês, e meu amigo, que filme ruim. É claro que a direção tentou inovar, trazendo algo minimamente criativo para esse encerramento, mas não podia ter errado mais. Temos um filme focado totalmente em Corey, que se torna uma espécie de novo Michael Myers, e passa a ajudar o assassino (que está completamente fragilizado) a cometer seus crimes. A trama do final é muito mal aproveitada, devido ao carisma de batata do nosso novo vilão, e descarte de Michael. A luta tão aguardada entre Michael e Laurie só ocorre nos minutos finais (a luta está praticamente toda no trailer), e já muito enfraquecido, Michael é finalmente morto a facadas por Laurie, encerrando a franquia, até que alguma produtora decida tirar um pouco mais de grana em cima desse título.

Bom, esse foi o nosso resumão da saga Halloween, e em breve teremos um resumo da saga Sexta Feira 13 também. Para fechar com chave de ouro, vamos eleger os três melhores, e os três piores filmes da franquia.


Melhores: Halloween 1978, Halloween 2018 e Halloween 2

Piores: A bomba atômica Halloween 5, Halloween 8 e Halloween Ends.





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1 Comment


Skyrox 6667
Skyrox 6667
Oct 25, 2022

O original é um dos melhores filmes de terror da história, mas as sequências literalmente mataram a franquia, esse último filme pra mim é pior da saga.

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