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Formação e Primeiros Anos da Primeira República do Brasil

Pela primeira vez no Lar da Cultura POP, vamos adentrar um pouco na história do nosso Brasil. Desde a independência em 1822, o país passou por três períodos, O Primeiro Reinado de Dom Pedro I, o Período Regencial e o Segundo Reinado, de Dom Pedro segundo, que se estendeu de 1840 até 1889, sendo um reinado mais longínquo de um governante brasileiro. No entanto, as diversas polêmicas que permeavam o Imperador, como o autoritarismo, a abolição da escravatura e a intromissão do Estado na Igreja Católica Brasileira, serviram de base para o fim do seu reinado, e a proclamação da república.

 

Queda de Dom Pedro II

Dom Pedro II foi o último imperador do Brasil e seu reinado durou de 1840 a 1889. A queda do Imperador e o fim da monarquia ocorreram devido a uma série de fatores. O descontentamento com o sistema monárquico e a crescente influência do movimento republicano foram importantes para esse desfecho.

Alguns eventos marcantes contribuíram para a queda da monarquia. A Guerra do Paraguai gerou desgaste político, econômico e humano significativo, abalando a imagem do império. Além disso, a abolição da escravidão em 1888, embora uma conquista importante, provocou insatisfação entre os fazendeiros de café, que eram uma base de apoio do imperador.

No contexto político, o modelo monárquico estava sendo questionado por setores da elite intelectual e militar, que defendiam um regime republicano. Em de novembro de 1889, um golpe militar liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca resultou na proclamação da República. Dom Pedro II foi deposto e exilado, encerrando assim a monarquia no Brasil.

A queda de Dom Pedro II e a transição para a República representaram um momento importante na história do Brasil, marcando uma mudança significativa no sistema político e no desenvolvimento nacional.

 

República da Espada

A República da Espada foi um período da história do Brasil que durou de 1889 a 1894. Esse período ficou marcado pelo governo militar e pela alternância de dois presidentes, Marechal Deodoro da Fonseca e Marechal Floriano Peixoto. Aqui estão alguns dos principais pontos desse período:

Em 15 de novembro de 1889, um golpe militar liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca depôs o imperador Dom Pedro II e proclamou a República no Brasil.

Deodoro assumiu a presidência e implementou medidas para consolidar o novo regime, como a promulgação da primeira Constituição republicana, a criação de ministérios e a reorganização do Exército.

O governo de Deodoro enfrentou desafios políticos, incluindo conflitos com o Congresso e a oposição de setores monarquistas. Em 23 de novembro de 1891, Deodoro dissolveu o Congresso Nacional, provocando uma crise constitucional.

Após a renúncia de Deodoro, o vice-presidente, Marechal Floriano Peixoto, assumiu a presidência. Seu governo foi marcado por uma forte repressão a revoltas e conspirações, consolidando o poder do regime republicano.

Durante a República da Espada, houve tensões entre o governo e setores militares insatisfeitos com as políticas adotadas. Isso levou a revoltas, como a Revolta da Armada, que desafiaram a autoridade do governo central.

 

Coronelismo

O coronelismo foi um fenômeno político e social que marcou o período da República Velha no Brasil, compreendido entre 1889 e 1930. Ele se caracterizou pelo domínio político exercido por coronéis, líderes locais poderosos que controlavam regiões rurais e exerciam influência sobre a população.

A base do coronelismo era o controle econômico e social exercido pelos coronéis sobre as áreas rurais. Eles detinham grandes propriedades, geralmente voltadas para a produção agrícola, e tinham poder sobre os trabalhadores, muitas vezes empregando relações de trabalho coercitivas.

No aspecto político, os coronéis exerciam influência sobre as eleições e o sistema político. Eles utilizavam de práticas como o clientelismo e o voto de cabresto para assegurar a vitória de seus candidatos e manter seu poder local. O clientelismo consistia em estabelecer relações de troca de favores com os eleitores, oferecendo benefícios em troca de votos. O voto de cabresto, por sua vez, era a prática de coagir ou controlar os eleitores, garantindo que votassem de acordo com os interesses dos coronéis.

Essa estrutura de poder local dos coronéis gerava uma série de problemas, como a concentração de poder, a falta de representatividade política e a perpetuação de práticas corruptas. Além disso, o coronelismo contribuía para a manutenção de desigualdades sociais, pois os benefícios do sistema eram direcionados principalmente para os coronéis e seus aliados.

Ao longo do tempo, o coronelismo começou a ser questionado e enfrentou resistência. Movimentos como o tenentismo e a luta pela modernização política e econômica levaram ao enfraquecimento desse sistema. Com o surgimento da Era Vargas e a Revolução de 1930, o coronelismo perdeu grande parte de sua influência política, marcando o fim desse período na história brasileira.

 

Canudos e Contestado

As Guerras de Canudos ocorreram no sertão da Bahia, entre 1896 e 1897. Canudos era uma vila formada por camponeses e pessoas marginalizadas que buscavam uma vida melhor. Liderados por Antônio Conselheiro, os canudenses estabeleceram uma comunidade com características religiosas e sociais próprias. No entanto, seu crescimento e independência incomodaram as elites locais e o governo republicano.

O governo brasileiro, temendo uma ameaça ao seu poder, enviou tropas para destruir Canudos. Essa resistência à repressão militar resultou em três expedições militares, todas derrotadas pelos canudenses. A guerra terminou com um ataque final massivo que destruiu Canudos e resultou na morte de milhares de pessoas, incluindo mulheres e crianças. As Guerras de Canudos destacaram a opressão social, a desigualdade e a violência presentes no Brasil da época.

Já a Guerra do Contestado ocorreu entre 1912 e 1916 nas regiões fronteiriças dos estados do Paraná e Santa Catarina. O conflito surgiu devido a disputas territoriais e conflitos sociais entre posseiros, índios e grandes fazendeiros, além da insatisfação com a presença do governo e a exploração econômica da região.

Um líder religioso messiânico, José Maria, emergiu como uma figura central, atraindo seguidores e promovendo uma resistência contra a intervenção do governo. O conflito envolveu combates violentos entre os sertanejos e as forças do governo, incluindo o Exército brasileiro.

A Guerra do Contestado terminou com a derrota das forças rebeldes e a repressão militar, resultando em um número significativo de mortes e deslocamentos de pessoas. Esse conflito evidenciou as tensões sociais, a exploração dos recursos naturais e a resistência das comunidades tradicionais contra as políticas governamentais e a concentração de terras.

 

Revoltas da Vacina e da Chibata

A Revolta da Vacina teve lugar no Rio de Janeiro, em novembro de 1904, durante o governo do presidente Rodrigues Alves. O governo implementou uma campanha de vacinação obrigatória contra a varíola, o que gerou grande resistência por parte da população, especialmente dos setores mais pobres. A revolta foi marcada por manifestações, conflitos e atos de violência contra as autoridades e os agentes de saúde. Os protestos foram motivados por questões de saúde pública, mas também refletiram a insatisfação geral com condições de vida precárias e a falta de participação popular nas decisões políticas.

A Revolta da Chibata ocorreu em novembro de 1910, também no Rio de Janeiro, durante a presidência de Hermes da Fonseca. A revolta foi liderada por marinheiros da Marinha brasileira, que se rebelaram contra os maus tratos e punições severas, incluindo o uso de chibatadas, impostas pelos oficiais superiores. Os marinheiros exigiam melhores condições de trabalho e o fim das práticas abusivas. A revolta resultou em confrontos com a Marinha e em uma série de rebeliões em navios de guerra. Após negociações e promessas de anistia, o movimento foi encerrado, mas suas demandas contribuíram para mudanças significativas na Marinha e na legislação trabalhista.

 

Semana da Arte Moderna de 1922

A Semana da Arte Moderna, realizada em fevereiro de 1922, foi um evento cultural marcante na história do Brasil, que marcou o início do modernismo no país. Ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo e teve como objetivo romper com os padrões estéticos e artísticos vigentes, trazendo uma nova visão de arte e cultura.

A Semana da Arte Moderna reuniu artistas, escritores, músicos e intelectuais que buscavam uma renovação nas formas de expressão artística, rompendo com o academicismo e valorizando a originalidade, a experimentação, a liberdade de criação e a autonomia cultural brasileira.

Durante o evento, foram apresentados trabalhos de diferentes vertentes artísticas, como pintura, escultura, literatura, música e dança. Os artistas modernistas buscavam romper com a tradição europeia e criar uma identidade artística brasileira, baseada nas raízes culturais do país e nas influências das vanguardas europeias.

Os modernistas propuseram mudanças radicais na linguagem artística, utilizando técnicas e temas inovadores. Na pintura, por exemplo, destacaram-se artistas como Anita Malfatti, com obras expressionistas, e Tarsila do Amaral, com suas representações de paisagens e figuras brasileiras. Na literatura, surgiram novos escritores, como Mário de Andrade e Oswald de Andrade, que exploraram a linguagem cotidiana e regionalista em suas obras.

A Semana da Arte Moderna foi recebida com controvérsias e críticas, pois muitos consideravam as obras e apresentações como uma afronta aos padrões artísticos tradicionais.

 

Cangaço e Tenentismo

O tenentismo foi um movimento de caráter militar que surgiu nas décadas de 1920 e 1930, liderado por jovens oficiais do Exército brasileiro, conhecidos como "tenentes". Esses militares eram insatisfeitos com a política oligárquica da época, marcada pelo coronelismo, pelo clientelismo e pela falta de representatividade democrática. Eles se opunham ao governo centralizado, corrupto e autoritário, buscando reformas políticas, sociais e econômicas.

Os tenentes realizaram uma série de revoltas e levantes armados em diferentes partes do Brasil, como a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, em 1922, e a Coluna Prestes, entre 1925 e 1927. Eles lutavam pela moralização da política, por eleições livres, pelo fim do coronelismo e pela modernização do país. Embora tenham tido um impacto significativo no debate político e na conscientização pública, os tenentes não conseguiram conquistar o poder e suas demandas só foram atendidas em parte com a Revolução de 1930, que marcou o fim da República Velha.

Já o cangaço foi um fenômeno social e cultural que ocorreu principalmente no Nordeste brasileiro, entre o final do século XIX e meados do século XX. O cangaço era caracterizado por grupos de banditismo rural, liderados por líderes carismáticos conhecidos como "cangaceiros". O cangaço surgiu como uma resposta à pobreza, à injustiça social, à falta de oportunidades e à opressão imposta pelas oligarquias locais.

Os cangaceiros viviam em uma espécie de mundo à parte, percorrendo as regiões rurais, enfrentando confrontos armados com grupos rivais e com as forças policiais. Eles eram conhecidos por seu estilo de vida nômade, seu código de honra e suas táticas de guerrilha. Lampião, Maria Bonita e Corisco foram alguns dos cangaceiros mais famosos e emblemáticos desse período.

O cangaço ganhou notoriedade e fascínio popular, sendo tema de livros, músicas, filmes e obras de arte. No entanto, o cangaço também foi marcado pela violência, pelos saques, pelos assassinatos e pelos conflitos com as autoridades. O fim do cangaço ocorreu em 1938, com a morte de Lampião e seu bando, em uma emboscada policial.






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