FILMES DE TERROR ESQUECIDOS DOS ANOS 80
- Canal Cultura POP
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Os anos 1980 foram dominados pela ´´Febre Slasher´´, com franquias como Sexta-Feira 13, Halloween e Hora do Pesadelo, lançando continuações sem olhar para trás. Para surfar na onda das grandes franquias, diversos outros filmes do gênero foram sendo lançados, a maioria sendo soterrados pelo tempo, por não terem algo único que lhes tornaram destacáveis em meio a avalanche de terror.
Hoje, vamos relembrar (ou ver pela primeira vez....), alguns filmes interessantes que foram deixados de lado pelo tempo.

FILMES DE TERROR ESQUECIDOS DOS ANOS 80
Dia dos Namorados Macabro

Nada melhor do que começar com um dos subgêneros mais repetidos da década, "Terror de data comemorativa". Dia dos Namorados Macabro (My Bloody Valentine), estreou em 1981, e traz a história de um assassino que ameaça arruinar a festa de Dia dos Namorados, em uma pequena cidade. Ao estilo Jack, o Estripador, o vilão envia corações humanos à polícia, com o objetivo de impedir a grande festa e promover o terror.
Acompanhamos a protagonista, Sarah, e seus amigos (todos casais), tentando sobreviver a essa situação, enquanto promovem uma pequena investigação sobre quem poderia ser o assassino.
Apenas por esse breve resumo, é perceptível a inspiração em Sexta-Feira 13, pela data comemorativa, pela busca pelo assassino e pelo foco no grupo de jovens protagonistas. Surpreendentemente, o longa evita apelações sexuais ou violência gráfica excessiva, o que o torna relativamente ‘limpo’ para os padrões dos anos 80. Seu ponto mais notável é a reviravolta por trás de seu assassino.
Harry Warden era um simples minerador, que sofreu um grave acidente dentro das minas, ficando preso junto a outros colegas. O acidente foi causado por Tom Hanniger, que mais tarde seria o principal alvo de Warden. Para poupar oxigênio, Harry mata todos os seus companheiros e se alimenta da sua carne, entrando em coma pouco depois.
Após um ano em coma, o assassino volta a si e começa uma onda sem fim de assassinatos no dia dos namorados, que iria se concretizar com a morte de Hanniger, porém, seu plano é interrompido por dois guardas, que disparam contra ele. Em seus últimos suspiros, o minerador assassino se arrastou de volta à mina, mas foi encontrado e morto pela polícia.
No entanto, seu legado permaneceria vivo através de Tom Hanniger, que desenvolveu um transtorno de dupla personalidade após tantos traumas, imaginando ser o assassino que tentou mata-lo anos antes. Assim, a missão de Warden, tornou-se a sua.
O filme tem diversos méritos, especialmente em seu final ousado e sua ambientação, além de personagens consideravelmente bem desenvolvidas, tendo em vista a profundidade de um pires que a maioria dos jovens de terror possui.
Dia dos Namorados Macabro pode não ter reinventado o gênero, mas certamente cravou seu espaço entre os slashers mais subestimados da década.
A Volta dos Mortos-Vivos

Uma verdadeira carta de amor aos zumbis clássicos de George Romero. Sob direção de Dan O´Bannon, o filme traz Tom Mathews (o icônico Tommy Jarvis de Sexta-Feira 13), no papel de Freddy.
Freddy trabalha em um cemitério, e junto a seu chefe, acaba acidentalmente libertando alguns zumbis que haviam sido congelados (supostamente, seriam os mesmos zumbis de ´´A Noite dos Mortos Vivos´´.
Ao tentar queima-los, eles espalham o gás que lhes deu ´´vida´´, pelo ar, fazendo com que todos a sua volta comecem a se transformar em mortos vivos.
A obra abraça a trasheira sem vergonha alguma. Personagens caricatos, diálogos expositivos para todo o lado, e um banho de referências a filmes clássicos do gênero. Os efeitos práticos são toscos nos dias de hoje, mas eram fascinantes na época, mostrando os monstros de uma forma ainda mais horripilante, repletos de sujeira, feridas, ossos expostos, e tudo de mais bizarro que hoje vem a mente quando pensamos em zumbis.
O filme também é responsável por consolidar os zumbis ´´comedores de cérebros´´, sobre a justificativa que isso ajuda os mesmos a suportar a dor de estar.... morto.
A obra é divertida na maior parte do tempo, mas sabe ser tensa quando precisa, apesar de nem de longe passar o mesmo clima de medo que seu antecessor. Mesmo assim, foi a mãe de uma trilogia que se estendeu até a década de 1990, revivendo (piadas a parte), os mortos vivos no imaginário popular.
Palhaços Assassinos do Espaço Sideral

Muito antes de Pennywise assombrar a mente dos jovens. Palhaços muito mais assustadores e exóticos invadiram os cinemas.... e o planeta Terra.
Lançado em 1988, muitas pessoas enxergam essa maravilha da sétima arte como ´´Uma das coisas mais imbecis já feitas´´, mas não é bem por aí. O filme é uma comédia assumida do início ao fim, dos personagens e vilões caricatos, até a trama rasa claramente copiada de ´´A Bolha´´, que saiu no mesmo ano.
A trama (como o nome sugere), traz palhaços alienígenas, que invadem uma cidade pequena para capturar pessoas, envolve-las em algodão doce, para então come-las, chupando-as com um canudinho. Veja se isso não é incrível!
Os protagonistas.... bom ninguém liga muito pra eles, e provavelmente você nem se lembrará de seus nomes quando isso terminar. São o casal Grant e Suzanne, que tentam sobreviver ao apocalipse na cidade.
Os Palhaços acabam com a cidade das formas mais ridículas possíveis. Desde devorar transeuntes com dinossauros de sombra feitos com os dedos, até atomiza-las com raios coloridos.
Podemos dizer que os vilões vencem nesse filme (e você achando que Guerra Infinita que havia começado com isso), pois os Palhaços simplesmente varrem a cidade INTEIRA.
Já que os personagens são claramente caricaturas, o filme se torna um besteirol quase aos moldes que Todo Mundo em Pânico viria a ser.
É um desfile de efeitos visuais toscos, é a cara do cinema trash dos anos 1980.
Apesar de ser tratado como um pedaço de lixo por muito tempo, o filme ganhou notoriedade com o passar dos anos, com muitos entendendo sua proposta claramente paródica. Inclusive (acredite se quiser), um jogo baseado no filme foi lançado em 2024, e foi consideravelmente bem. Quem sabe não teremos um remake dessa obra prima nos próximos anos!
A Bolha Assassina

Talvez o mais icônico dessa lista. A Bolha Assassina chegou aos cinemas em 1988, como o remake do filme de mesmo nome da década de 1950. Com um orçamento robusto de 19 milhões de dólares, o filme não passou dos 10, sendo um tremendo fracasso (talvez a Bolha tenha absolvido o dinheiro dos ingressos também).
Sob a direção de Chuck Russell, A Bolha trás a história de uma forma supostamente alienígena que cai em uma cidade pequena, iniciando um verdadeiro caos. Os protagonistas são o típico grupo de jovens de terror, onde dificilmente você terá empatia por qualquer um deles, tirando as duas crianças. Acompanhamos a história pelo ponto de vista de Brian e Megan, que fogem pela cidade em meio ao caos da Bolha, que se mostra uma vilã realmente difícil de deter, até mesmo com o envolvimento do exército. Ela pode esgueirar-se pela tubulação, resistir a fogo e tiros, derreter as vítimas ao mero contato com ela (com certeza é mais OP que o Jason).
O filme ainda tenta de maneira quase cômica, tendo em vista seu nível altíssima de narrativa, empurrar uma reviravolta de que os próprios militares haviam criado aquela criatura, e estavam testando-a antes de usar na Guerra Fria. Mas, nem eles foram capazes de contê-la, sendo que somente os protagonistas, armados com um caminhão de gelo, conseguiram faze-la parar, descobrindo que sua única fraqueza, eram temperaturas abaixo de zero.
Como todo o clássico, essa maravilha tinha de deixar uma brecha para sequência. Um reverendo que passou metade do filme dizendo que a Bolha era um sinal do fim dos tempos, guardou uma parte dela em um copo, prometendo usa-la quando julgasse ser o momento.
O filme é ridículo, isso não se tem dúvida. Mas, é muito bem produzida, e ousado em sacrificar personagens que ninguém esperava que iriam morrer na trama, mostrando que realmente tem algo inovador em algum lugar.
Enfim, imagino que se os Irmãos Lumiére tivessem visto A Bolha Assassina, teriam ficado ainda mais orgulhosos de terem inventado o cinema, e nos proporcionado maravilhas como essa. Sem dúvida, vale assistir pelas risadas.
The Stuff

´´Você está comendo essa coisa, ou ela está comendo você?´´, nada melhor que uma frase como essa para começar esse filmaço.
A Coisa ´´The Stuff´´, narra a história de David, que tenta provar que o novo sorvete ´´Stuff´´, é algo extraterreste, que está viciando as pessoas, e as matando.
Porém, enquanto experimenta o sorvete, ele mesmo acaba viciado, assim como sua família.
A trama se torna quase um terror psicológico em certos momentos. Quando David perde o controle, seu filho, Jason (você não deveria estar em outra franquia?), é quem tenta proteger sua família, apesar da pressão que sofre.
A Coisa se revela posteriormente, em cenas repletas de efeitos práticos ótimos, algo que é marca registrada nos filmes dessa lista.
A obra traz consigo uma crítica ao consumismo, especialmente de alimentos ultra processados, e do marketing massivo sobre eles, incentivando seu consumo desregrado. As mortes bizarras que a Coisa realiza, nada mais são que caricaturas de como o corpo humano tem sua saúde destruída pouco a pouco por esses alimentos, após perder completamente o controle sob eles.
´´Você está comendo essa coisa, ou ela está comendo você?´´, não é só uma frase de efeito de uma trasheira (apesar de soar muito bem como uma), é uma metáfora para a dependência desses produtos, e de como eles ´´devoram´´, nossa saúde.
Para um filme considerado ruim, sua crítica social é digna de Oscar (pode ou não ser ironia).
O filme custou 27 milhões de dólares, e arrecadou somente 21, sendo um fracasso estrondoso de bilheteria. Porém, como muitas obras da época, recebeu seu revisionismo histórico, sendo enxergado como uma sátira brilhante.
E então, que tal assistir esse filme comendo um sorvetinho?
Maniac Cop

Apesar de não ser uma sátira cômica como os outros, é impossível levar Policial Assassino (Maniac Cop), como algo completamente sério, ainda mais tendo Bruce Campbell e Sam Raimi trabalhando juntos, mesmo que em uma única cena.
Sob direção de William Lustig, a trama narra a história de um policial zumbi, que vaga pelas ruas de Nova York, assassinando tanto criminosos, quanto civis.
Sendo assim, os policias Jack e Theresa passam a investigar esse caso, descobrindo a identidade desse tal criminoso. O ex-agente, Matt Cordell.
Matt era um herói da polícia de Nova York acabando com os bandidos antes que eles digam seus nomes. No entanto, seu estilo durão fez com que ele fosse alvo da corrupção de Nova York. Cordell foi preso por abuso de poder, e a justiça da cidade fez questão de lhe condenar, e na cadeia, seria alvo fácil para os criminosos sedentos por vingança. Em uma noite, Matt é espancado e esfaqueado até a morte por detentos, e dado como morto, porém, o legista percebe que ele ainda respira, mesmo estando com suas funções cerebrais seriamente danificadas.
O homem sabia que envia-lo de volta a prisão naquele estado seria igual mata-lo, então, ele chama a antiga companheira de Matt, Katie, para que leve seu corpo.
Agora como uma espécie de zumbi, o Policial Maníaco mata não só criminosos, mas também inocentes e principalmente policiais, buscando vingança contra aqueles que o traíram.
Com essas informações, eles conseguem deter Matt após uma árdua batalha, apenas para vê-lo voltar nas quatro continuações seguintes.
É impossível não perceber as semelhanças de Cordell e Jason, desde sua fisicalidade, até seus atributos, como força sobre-humana e o teletransporte (poder esse também conhecido como ´´roteiro´´).
Porém, o filme não é só bagaceira. Lançado em 1988, o filme aborda um dos períodos mais violentos da história da Capital do Mundo, onde a violência massiva entre criminosos e policias tornava a vida dos cidadãos algo quase insuportável em certas regiões.
Seja pela crítica social, seja pelo vilão, vale a pena assistir esse clássico cult do trash.
Puppet Master

Uma franquia saída diretamente da mente de um dos maiores gênios do cinema (ironia), Charles Band, que dedicou décadas de sua vida unicamente a produzir QUATORZE filmes de Mestre dos Brinquedos, com a mesma trama em praticamente todos. O início de seu sonho, se deu em 1989, com o lançamento do primeiro Puppet Master (Mestre dos Brinquedos).
Na trama, André Toulon é um gênio da ciência, que desenvolveu uma fórmula para dar vida a bonecos, e decidiu criar alguns bonecos vivos para si mesmo: Blade, Pinhead (sinto uma referência desse nome), Jester e Tunneler, e ao longo dos filmes, muitos mais seriam apresentados. No entanto, cientistas nazistas estavam na caça do doutor, pois queriam utilizar seu conhecimento para criar um novo exército. Com isso, os alemães matam Toulon e deixam seus bonecos livres no hotel Bodegabay, onde matam tudo e todos, em algumas cenas realmente bem feitas.
O filme original por si só não era uma tosqueira completa, somente um filme meia boca feito para surfar na onda de Chucky. Mas, com uma nota de 5,5 no IMDB, e uma bilheteira que não deve ter pago nem o cachê do zelador, por que parar? Afinal, em time que está perdendo, NÃO SE MEXE.
Por incrível que pareça, não temos muito mais o que dizer dessa franquia, pois literalmente todos os filmes são iguais, cientistas nazistas tentando roubar a fórmula de André para criar um exército. Temos como diferencial o crossover com outra franquia tenebrosa de bonecos assassinos, os Demonic Toys, que são surrados pelos brinquedos de Toulon.
Os primeiros filmes, apesar de duvidosos em relação à qualidade da trama, tinham trunfos, como os bons efeitos práticos dos bonecos, no entanto, tudo isso foi se perdendo a partir do quarto filme, com a produção ficando muito mais porca, com a direção tendo a coragem de colocar pessoas fantasiadas para interpretar os pequenos vilões. Chegou ao ponto, dos filme saírem direto para o Home Video, rendendo cada vez menos, mas nada impediu Charles Band de continuar sua franquia.
Acampamento Sinistro

Talvez a cópia mais descarada, e ao mesmo tempo, mais original, de Sexta-Feira 13. Sleepaway Camp ou Acampamento Sinistro, chegou aos cinemas em 1983, sob a direção de Robert Hiltzik.
Na trama, acompanhamos a jovem (ou talvez.... O JOVEM) Ângela Baker, que é enviada junto a seu primo Rick, para um acampamento de verão, onde mortes começam a acontecer.
O elenco é ótimo para o nível da produção, tendo em vista principalmente a idade dos atores. Diferente de Sexta-Feira 13, o acampamento realmente tem jovens e crianças, algo que aumenta a imersão e aumenta a tensão. Tirando o núcleo principal, a maioria dos personagens é detestável, mas são bem construídos o suficiente para que possamos odiá-los melhor.
Temos bons efeitos práticos, boa ambientação, trilha sonora. É um filme competente, algo raro em meio à leva slasher oitentista.
Porém, esse filme se sustenta especialmente sob sua reviravolta. No início da trama, fica explicado que Ângela perdeu seu irmão, Peter, e seus pais em um acidente de barco, ficando sob os cuidados de sua tia excêntrica, Martha. Porém, o filme revela que quem morreu na verdade foi a irmã, e Peter, o único sobrevivente, foi 'transformado' em Ângela por sua tia, que sempre o tratou como menina.
Próximo ao fim da trama, Ângela (ou Peter) se envolve amorosamente com um garoto, e quando estavam perto de ter relações sexuais, ela o mata, não se sabe se por medo de ser descoberta ou por não querer aquilo.
O que importa é que isso desagua na revelação final, onde Ângela aparece despida, diante dos monitores que a procuravam, em um dos plot twists mais lendários do cinema, desde que Vader disse ser pai de Luke! (Talvez não seja para tanto).
Apesar do impacto da cena, isso gerou muitas controvérsias, seja por denúncias de que o filme seria preconceituoso ao dizer que alguém pode ser 'transformado' em mulher devido ao ambiente em que está condicionado, seja por vilanizar pessoas homossexuais. O que interessa é que o filme foi um sucesso, rendendo 11 milhões de dólares, uma fortuna em comparação ao orçamento de meio milhão.
É claro que existem coisas sem sentido, que a enquadram como uma tranqueira. Se pessoas estão morrendo desde o início, e TODOS SABEM DISSO, como ainda há crianças no local? Essa é uma pergunta que o roteiro prefere não responder.
Mas, é sem dúvida um filme que vale a pena se assistir, especialmente por suas controvérsias.
The House on Sorority Row

Também conhecido no Brasil como A Casa da Sororidade, esse slasher de 1982 é quase um primo discreto de Acampamento Sinistro. Dirigido por Mark Rosman, o filme começa com um trauma do passado, uma típica mansão, uma fraternidade feminina e claro… uma brincadeira que dá errado.
A história gira em torno de um grupo de universitárias que, após uma festa, decidem pregar uma peça cruel na severa e misteriosa dona da casa. A pegadinha acaba indo longe demais, e elas acreditam tê-la matado. O que segue a partir daí é uma sequência de assassinatos, enquanto cada integrante da fraternidade começa a ser eliminada misteriosamente.
The House on Sorority Row se destaca entre os slashers da época por seu tom mais sério, com uma direção mais preocupada com atmosfera do que com gore gratuito. Não há exageros caricatos, nem vilões sobrenaturais, apenas um suspense crescente e um senso de culpa sufocante entre as garotas.
O final é bastante simbólico, e até poético, dentro do horror, sugerindo que nem tudo é o que parece. Com uma trilha sonora eficaz, boa fotografia e personagens minimamente desenvolvidas (o que já é um prêmio em slashers dos anos 80), o filme conquistou respeito com o tempo. Recebeu um remake em 2009 (Sorority Row), mas a versão original ainda é considerada bem mais elegante e eficiente.
Um terror de fraternidade com cara de Agatha Christie? Talvez. Mas que vale a conferida, isso vale.
Alone in The Dark

Não, não é o filme desastroso com o Christian Slater. Antes disso, em 1982, Alone in the Dark entregava um terror muito mais psicológico, com clima de paranoia crescente e um elenco digno de nota. Sob direção de Jack Sholder, a história apresenta um grupo de pacientes insanos que escapam de um manicômio após um apagão. Simples, mas eficaz.
O protagonista é o novo psiquiatra do local, que herda pacientes perigosos e paranoicos. Quando a energia da cidade falha, os internos fogem e passam a persegui-lo, acreditando que ele matou o antigo médico deles. A partir daí, temos um jogo de gato e rato com violência, loucura e muita tensão.
O elenco é um luxo inesperado para o gênero, com Donald Pleasence (o eterno Dr. Loomis de Halloween), Jack Palance e Martin Landau (sim, dois vencedores do Oscar em um filme de terror trash). E o resultado não decepciona: apesar do orçamento baixo, o filme é bem dirigido, tem ótimas atuações e uma construção de suspense que lembra filmes como Assassinos por Natureza, mas sem o estilismo exagerado.
Diferente dos slashers da época, Alone in the Dark foca na ameaça humana e real, no medo da loucura descontrolada e na fragilidade da ordem social. O filme até flerta com o sobrenatural, mas sempre mantém os pés no chão.
Esquecido por muitos, é hoje considerado um cult digno de resgate, principalmente por fãs de horror mais psicológico. Além disso, inspirou o jogo de mesmo nome lançado nos anos 90, um dos pilares do gênero survival horror.