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E se o Sul se Tornasse um País?

Em um ponto crucial da história, entre 1835 e 1845, a Revolução Farroupilha marcou uma das maiores rebeliões internas do Império do Brasil. Na nossa linha do tempo, o movimento acabou sendo sufocado. Mas neste universo alternativo... tudo muda.

As lideranças farroupilhas conseguem o apoio popular e militar necessário para expandir a revolução para Santa Catarina e, eventualmente, o Paraná. Os acordos de paz fracassam e, ao invés de uma reconciliação, nasce uma nova nação: Os Estados Unidos do Sul. No terceiro capítulo do Multiverso da História, vamos explorar um dos momentos mais incríveis da história brasileira, que até hoje ainda gera debate, e se o Sul do Brasil, uma região tão tradicional e produtiva, se torna-se um país independente? É isso que vamos discutir hoje!

 

Capítulo 1: Sucesso na Farroupilha

Durante a década de 1830, os ânimos no sul do Brasil estavam cada vez mais inflamados. A Revolução Farroupilha, iniciada no Rio Grande do Sul, rapidamente encontrou eco em Santa Catarina e no Paraná, onde elites agrárias, comerciantes e até pequenos produtores estavam igualmente insatisfeitos com os pesados tributos e o descaso político do Império do Brasil. O movimento separatista crescia como uma chama.

Para sobreviver como nação independente, os revolucionários buscaram apoio externo. A Argentina e o Uruguai, com históricos de rivalidade e disputas fronteiriças com o Brasil, viram na causa uma oportunidade de enfraquecer o Império. Assinaram acordos diplomáticos secretos com os líderes farroupilhas, fornecendo armas, alimentos e, eventualmente, tropas voluntárias. Era o começo de uma aliança estratégica no Cone Sul.

Com esse novo apoio, os exércitos farroupilhas intensificaram sua ofensiva. Em diversas frentes, ocorreram batalhas em solo paranaense e catarinense para expulsar os militares imperiais. O povo local, em grande parte, aderiu à causa. O Império, enfraquecido internamente e com a ameaça de uma guerra iminente contra o Paraguai, optou por evitar um conflito prolongado. Em 1845, com a assinatura do Tratado de Porto Alegre, o Brasil reconhecia — com relutância — a separação do sul.

Inspirados por modelos confederativos como os EUA e a Suíça, os três estados formaram os Estados Unidos do Sul (E.U.S.). Cada estado teria certa autonomia, mas uma constituição unificadora foi criada para garantir estabilidade.

  • Capital Nacional: Porto Alegre, símbolo da revolução.

  • Idioma Oficial: Português, com suas variações locais respeitadas e valorizadas. Ao longo do tempo, isso levaria a um português sulista com vocabulário, sotaque e estruturas próprias.

  • Moeda Nacional: O Real do Sul, criado para consolidar a soberania monetária.

  • Símbolos: A bandeira nacional uniria elementos dos três estados em um design inspirado na estrutura britânica, simbolizando união e força regional.

    📊 Estados Unidos do Sul em 1845 – População e Economia

Estado

População Estimada (1845)

PIB Estimado (milhões de réis)

Principais Atividades Econômicas

Rio Grande do Sul

320.000

11.000

Pecuária, charque, couro, trigo

Santa Catarina

160.000

6.500

Madeira, erva-mate, agricultura, pesca

Paraná

180.000

7.000

Erva-mate, madeira, gado, agricultura

TOTAL (E.U.S.)

660.000

24.500 milhões de réis

Diversificada, com forte vocação agropecuária

 

Capítulo 2: Fundamentos Econômicos e Reconhecimento

Logo após a independência, os Estados Unidos do Sul (E.U.S.) buscam legitimidade perante a comunidade internacional. Com diplomacia habilidosa e apoio velado de Argentina e Uruguai, a nova nação conquista, até 1855, o reconhecimento formal de grandes potências como Reino Unido, França e Estados Unidos.

Esse reconhecimento atrai ondas migratórias, principalmente de alemães e italianos, impulsionados pela estabilidade política e pelas promessas de terras e oportunidades agrícolas no interior do país.

Entretanto, as tensões com o Império do Brasil permanecem. O Brasil, ressentido pela perda territorial, impõe barreiras comerciais e recusa o reconhecimento oficial da nova república por décadas, afetando severamente a economia de ambos os lados.

 Imigrantes para os Estados Unidos do Sul (1850–1880)

Nacionalidade

Estimativa de Imigrantes (30 anos)

Motivos Principais

Alemães

150.000

Fuga de crises na Europa, promessas de terra e liberdade

Italianos

110.000

Situação de pobreza no norte da Itália, busca por trabalho

Poloneses

25.000

Perseguições políticas e falta de terras na Europa

Suíços

10.000

Oferta de terras em regiões serranas

Total Estimado

295.000


Os primeiros anos da EUS seriam difíceis economicamente, seria complicado reestabelecer a plena produção na pecuária, sem o auxílio Imperial, e também, haveria uma redução drástica no mercado consumidor. Seria necessário o auxílio de países vizinhos, e muito trabalho, para alcançar uma estabilidade econômica. Com os imigrantes europeus trabalhando a todo o vapor na agropecuária, e os produtos sendo vendidos em massa para países como Argentina e Uruguai, fazendo o mercado rodar.

Após a conversão da moeda, um novo sistema tributário seria elaborado, para solidificar a arrecadação. Novas linhas férreas teriam de ser feitas, para conectar os principais pontos do país, assim como o aumento dos portos, permitindo o aumento das importações e exportações.

A falta de uma indústria nacional, de uma estrutura urbana sólida, e as diversas dificuldades econômicas e logísticas, fariam com que os EUS passassem por décadas de imensa dificuldade, com falta de recursos. Ao longo dessas décadas, a nova nação precisaria muita do auxílio dos países vizinhos, inclusive do próprio Brasil. Haveria muita exploração, pois não haveriam opções de negócio, senão com os países vizinhos, que ofereceriam o que bem entendessem pelos produtos sulistas.

 Principais Perdas e Dificuldades Econômicas (Brasil x E.U.S.)

Impacto Econômico

Brasil

Estados Unidos do Sul

💰 Perda de Receita Fiscal

Queda de arrecadação sobre exportações do sul

Necessidade de criar novo sistema tributário

🚫 Barreiras Comerciais

Redução nas exportações de produtos do centro-sul para o sul

Redução nas importações de produtos industrializados brasileiros

🛤️ Infraestrutura de Transporte

Isolamento ferroviário e portuário com a região sul

Necessidade de desenvolver novos portos e ferrovias

⚙️ Indústrias Dependentes

Indústrias de couro e charque do sul eram essenciais para o Brasil

Perda de acesso fácil a insumos industrializados brasileiros

🌾 Mercado Interno Reduzido

Perda de um grande mercado consumidor agropecuário

Redução do acesso ao mercado nacional brasileiro

 

Capítulo 3: A Ascensão

Quarenta anos após sua independência, os Estados Unidos do Sul consolidam-se como uma potência regional. Os antigos desafios iniciais dão lugar a uma era de crescimento econômico sustentado, impulsionado por infraestrutura moderna, rotas comerciais seguras e uma sociedade que, aos poucos, começa a colher os frutos de décadas de organização institucional.

Com a reestruturação dos portos de Porto Alegre, Itajaí e Paranaguá, o país se conecta de forma eficiente ao comércio transatlântico, tendo como principais parceiros comerciais os reinos germânicos, Itália, França e Reino Unido.

Principais Produtos Exportados pelos E.U.S. (c. 1890)

Produto

Volume Estimado (por ano)

Principais Destinos

🥩 Charque e Carne Seca

250.000 toneladas

Alemanha, Reino Unido, Itália

🧀 Laticínios e Queijos

60.000 toneladas

Itália, Suíça

🌽 Milho e Soja

400.000 toneladas

França, Holanda

🍇 Vinho Colonial

90.000 barris

Itália, Alemanha

🧶 Couro e Produtos Têxteis

100.000 toneladas

França, Império Otomano

🌲 Madeira de Pinus e Araucária

150.000 toneladas

Reino Unido, Bélgica

🐎 Animais e Cavalos de Raça

25.000 unidades

Alemanha, Rússia, Argentina

Com o comércio e a agropecuária em pleno desenvolvimento, os índices de desenvolvimento do país começariam a melhorar. A educação de base começa a evoluir, e os índices de analfabetismo diminui. Sem São Paulo como o grande centro industrial, seria necessário recomeçar quase do 0. Um país agrário estaria possivelmente fadado a permanecer estagnado, seria necessário uma Revolução Industrial (Aos níveis de um país mais pobre), algo que reduziria drasticamente problemas como a fome, com uma produção estável de alimentos, além do aumento da empregabilidade, que ficaria melhor dividido entre campo e indústria.

Avanços Sociais nos E.U.S. (1850–1890)

Área

Situação Inicial (1850)

Situação em 1890

🏫 Educação

Baixa taxa de alfabetização (<30%)

Taxa de alfabetização ultrapassa 70%

🏥 Saúde Pública

Poucos hospitais e alta mortalidade

Sistema básico de saúde pública regional implementado

🚂 Infraestrutura

Portos precários e ferrovias inexistentes

Rede ferroviária ligando cidades-chave; portos renovados

🧑‍🌾 Reforma Agrária

Grandes latifúndios concentrados

Distribuição parcial de terras a pequenos produtores

🗳️ Representatividade Política

Elites rurais dominantes

Surgimento de novos partidos e líderes populares

⚙️ Indústria

Praticamente inexistente

Início de polos industriais têxteis e alimentícios

 

Capítulo 4: Modernização e Identidade Nacional

Com a chegada do século XX, os Estados Unidos do Sul vivem uma era de modernização e transformação cultural. As principais cidades se expandem rapidamente, acompanhando os avanços no transporte, comunicação, educação e serviços públicos. Surgem novos líderes políticos e partidos que moldam o futuro da jovem república, com base em ideias liberais, positivistas e desenvolvimentistas.

A capital, Porto Alegre, seria além do centro político do país, também sua referência educacional, sendo o lar das principais universidades do país, atraindo estudantes de todos os cantos. Florianópolis, assim como na realidade, seria um destino turístico frequente, porém, com uma cultura local ainda muito forte, com foco na pesca e costura.

A ponte Hercílio Luz (que talvez teria outro nome), seria construída antes de 1920, uma vez que seria vital para a integração da Ilha ao restante do país

Curitiba seria possivelmente a mais estruturada entre as três capitais estaduais, com foco em urbanismo, e sendo o principal polo industrial dos Estados Unidos do Sul, tendo a menor taxa de desemprego entre as três.

 Principais Cidades dos E.U.S. (Estimativas c. 1910)

Cidade

Estado

População Estimada

Destaques Urbanos e Serviços

Porto Alegre

Rio Grande do Sul

180.000

Capital nacional, sede do parlamento e universidades

Curitiba

Paraná

140.000

Polo industrial emergente, foco em transporte e urbanismo

Florianópolis

Santa Catarina

90.000

Centro administrativo catarinense, forte turismo e pesca

Pelotas

Rio Grande do Sul

85.000

Centro do comércio de charque e exportação agrícola

Joinville

Santa Catarina

70.000

Polo têxtil e agroindustrial, alto número de imigrantes alemães

Lages

Santa Catarina

45.000

Forte base agropecuária e de tropeirismo

Ponta Grossa

Paraná

50.000

Entroncamento ferroviário e produção agrícola

Santa Maria

Rio Grande do Sul

40.000

Base militar estratégica, crescente setor educacional

Enquanto o Brasil estaria engatinhando do período Imperial para a República Velha, imersa em corrupção, instabilidade e golpes internos, a República dos EUS seria forte e estável, porém, um tanto diferente. Após o mandato provisório de Bento Gonçalves, outros Presidentes seriam eleitos, com mandatos de oito anos.

Estrutura Política

  • Forma de governo: República federativa presidencialista

  • Divisão política: Três Estados-membros – Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná

  • Capital nacional: Porto Alegre

  • Mandato presidencial: 8 anos, SEM REELEIÇÃO

  • Eleições diretas: Para presidente, governadores, deputados e senadores


    ✒️ Princípios Fundamentais

Princípio

Descrição

Federalismo Equilibrado

Os três estados têm autonomia administrativa, mas compartilham diretrizes nacionais via o Senado

Liberdade Econômica

Baixa interferência estatal na economia, com incentivo à iniciativa privada e empreendedorismo

Funcionalismo Público Enxuto

Número reduzido de cargos comissionados, concursos públicos transparentes, meritocracia valorizada

Transparência e Controle

Tribunais independentes, imprensa atuante, e órgãos de fiscalização autônomos (modelo germânico)

Educação Cívica

Forte presença da educação política desde o ensino básico para formar cidadãos conscientes

Haveriam 30 deputados por Estado, e 6 Senadores. Suprema Corte Nacional com sede em Porto Alegre, composta por 7 juízes escolhidos pelo presidente, com aprovação do Senado.

Tribunal de Contas dos E.U.S., responsável por auditar os gastos públicos de forma contínua.

Agência Federal de Ética Pública, autônoma, investigando condutas e promovendo campanhas nacionais de integridade.

A Corrupção nos E.U.S. é presente, mas significativamente menor que no Brasil imperial ou republicano. A combinação de funcionalismo enxuto, cultura cívica e pressão popular inibe práticas ilícitas.


Possíveis Presidentes dos Estados Unidos do Sul (1860–1930)

Nome

Origem

Período de Governo

Partido / Vertente

Destaques do Governo

Bento Gonçalves

RS

1840–1852 (provisório)

Republicano Federalista

Fundador da República, líder da independência

Lauro Müller

SC

1894–1902

Partido Progressista Catarinense

Modernização dos portos, incentivo à imigração

Carlos Cavalcanti

PR

1902–1910

Partido Liberal Sulista

Foco em infraestrutura e desenvolvimento ferroviário

Assis Brasil

RS

1910–1918

Partido Positivista Federal

Reforma educacional e fortalecimento da indústria

Hercílio Luz

SC

1918–1926

Partido Regionalista

Investimentos em energia e unificação política

João Gualberto

PR

1926–1934

Partido Trabalhista Sulista

Políticas de direitos trabalhistas e sindicalismo

 

Capítulo 5: Cultura e Esporte

A identidade cultural dos E.U.S. é construída a partir da mistura única entre os povos indígenas, portugueses, negros escravizados e imigrantes europeus, especialmente alemães, italianos e poloneses. A união desses estados formou uma verdadeira colcha de retalhos culturais, celebrada e protegida pelo Ministério da Cultura do novo país. As tradições gaúchas, catarinenses e paranaenses, se uniriam em um só, formando uma cultura única e diversa.

Região

Destaques Culturais

Rio Grande do Sul

Chimarrão, churrasco, tradições gaúchas, danças como o vaneirão, música nativista

Santa Catarina

Festas germânicas (como a Oktoberfest de Blumenau), culinária europeia, música folclórica

Paraná

Riqueza indígena guarani, cultura polonesa e ucraniana, danças típicas e culinária diversa

🎉 Celebrações Nacionais:

  • Semana da Tradição dos Povos do Sul (todo mês de setembro)

  • Festival das Colônias e Imigrantes (rotativo entre as capitais estaduais)

  • Dia da República do Sul (20 de setembro, data da fundação oficial)


Mas é claro, não poderíamos nos esquecer do futebol. Equipes como Grêmio e Internacional são gigantes do futebol brasileiro em nossa realidade, porém, nesse país alternativo, reinariam absolutos no topo do futebol dos EUS, como os times mais tradicionais e midiáticos, com milhões de torcedores. Equipes tradicionais como Coritiba, CAP, Avaí e Figueirense se tornariam ainda mais relevantes, brigando pelos grandes títulos nacionais com mais frequência.

 Maiores Clubes dos Estados Unidos do Sul

Clube

Estado

Cidade

Fundado

Títulos Nacionais

Grêmio

Rio Grande do Sul

Porto Alegre

1903

7

Internacional

Rio Grande do Sul

Porto Alegre

1909

9

Avaí

Santa Catarina

Florianópolis

1923

3

Figueirense

Santa Catarina

Florianópolis

1921

2

Joinville EC

Santa Catarina

Joinville

1976

2

Coritiba

Paraná

Curitiba

1909

4

Athletico

Paraná

Curitiba

1924

5

Operário

Paraná

Ponta Grossa

1912

1

⚽ Seleção Nacional dos E.U.S.

A Seleção Nacional dos Estados Unidos do Sul ganhou relevância nas décadas de 1930 e 40, disputando amistosos com Argentina, Uruguai e, mais tarde, participando da Copa do Mundo como nação independente. Seria uma seleção consideravelmente competitiva, mas dificilmente bateria de frente com a seleção brasileira, com craques do Eixo Rio/São Paulo.

Abaixo, vamos elencar alguns craques que passaram pelo futebol dos EUS:

🦅 Falcão

Paulo Roberto Falcão é talvez o maior símbolo do futebol sulista. Natural de Abelardo Luz (SC), mas criado no Rio Grande do Sul, brilhou com a camisa do Internacional, conquistando vários títulos nacionais. Era um meio-campista elegante, inteligente e líder nato. Sua influência se estendeu à Seleção Nacional Sulista, onde foi capitão e referência técnica nas décadas de 1970 e 80.

🔵⚪ Renato Portaluppi

Renato Gaúcho, como ficou conhecido, é um dos maiores ídolos da história do Grêmio. Natural de Guaporé (RS), foi o herói da conquista da Copa Continental de 1983, e um jogador que simbolizou o futebol ofensivo, provocador e decisivo. Sua irreverência e talento o tornaram um dos rostos mais populares do país.

🧤 Alex

Natural de Curitiba, o meia Alex foi um gênio técnico que brilhou com a camisa do Coritiba antes de ganhar o mundo. Mesmo com passagens por grandes clubes fora do país, foi ídolo também do futebol nacional sulista, atuando como maestro da Seleção nos anos 2000. Seus gols de falta e visão de jogo fizeram dele um ícone da classe.

🔥 Fernandão

Fernandão foi mais do que um centroavante. Natural de Goiás, mas elevado ao status de lenda em Porto Alegre, ele é um símbolo da liderança e do espírito de equipe. Comandou o Internacional na conquista do título continental de 2006 e se tornou referência dentro e fora de campo. Na Seleção dos E.U.S., era respeitado como um símbolo de caráter e garra.

🦅 Zé Roberto

Versátil e com fôlego incansável, Zé Roberto, natural de Ibirubá (RS), foi um dos maiores operários do futebol. Atuou em várias posições e brilhou no cenário nacional e internacional. Sua disciplina e entrega em campo representavam bem o espírito batalhador dos sulistas. Na Seleção Nacional, foi exemplo para os mais jovens.

🎯 Diego Souza

Com passagens por diversos clubes, Diego Souza fez história no Grêmio e no Avaí, sendo um dos atacantes mais respeitados do país. Nascido no Rio de Janeiro, mas com forte identificação sulista, foi uma das armas ofensivas da Seleção na década de 2010.

 

Capítulo 6: Tempos Modernos e Novas Políticas

Com a chegada da década de 1950, os Estados Unidos do Sul consolidaram-se como uma potência regional na América do Sul. Diferenciando-se profundamente do Brasil, seu país vizinho, os E.U.S. trilharam um caminho de pragmatismo, disciplina e desenvolvimento.


⚖️ Justiça e Segurança

O país adotou um código penal mais rígido, inspirado em modelos germânicos e norte-americanos. A criminalidade urbana foi severamente combatida nas décadas de 1960 e 70, com penas duras para crimes violentos. Após uma série de debates nacionais, a pena de morte foi aprovada por referendo em 1965, sendo aplicada exclusivamente em casos de crimes hediondos, terrorismo ou traição nacional.

Com uma estrutura policial mais regionalizada e eficiente, o país manteve índices de segurança pública elevados, o que contribuiu para atrair investimentos estrangeiros e garantir qualidade de vida à população.

💰 Liberalismo Econômico e Estabilidade

Desde o início da república, os E.U.S. seguiram uma linha liberal-conservadora na economia, com forte presença da iniciativa privada, regras claras de mercado, e intervenção estatal apenas em setores estratégicos.

Nas décadas de 50 a 80, o país se tornou referência em exportação agropecuária e em indústrias de base e tecnologia leve, com centros industriais em Joinville, Caxias do Sul e Curitiba.

A moeda nacional, o Sulino, manteve-se relativamente estável mesmo durante crises internacionais, fruto de uma política fiscal rigorosa e reservas internacionais bem administradas.

🏥 Saúde e Habitação

A saúde no país é predominantemente privada, mas regulada com subsídios estatais garantidos para os mais pobres, idosos e crianças. As cidades contam com hospitais comunitários de alto padrão, financiados por contribuições mistas (empresariais e governamentais).

No campo habitacional, os E.U.S. adotaram planos urbanísticos ousados e fiscalizações rígidas sobre ocupações irregulares. Por isso, os índices de moradia digna estão entre os melhores da América Latina, com favelas praticamente inexistentes nas grandes cidades.

📚 Educação

Inspirado nos sistemas do Uruguai e do Chile, o modelo educacional sulista tem base pública até o ensino médio, com investimento robusto em infraestrutura, formação de professores e meritocracia. As universidades são em grande parte privadas ou comunitárias, mas com forte sistema de bolsas por mérito ou necessidade.

Com alto índice de alfabetização e desempenho educacional, os E.U.S. figuram frequentemente nos primeiros lugares de rankings latino-americanos de educação básica e técnica.

 Tabela Comparativa – E.U.S. x Brasil (décadas de 1950–1980)

Aspecto

Estados Unidos do Sul

Brasil

Sistema político

República presidencialista estável

República com instabilidade cíclica

Código Penal

Rígido, com pena de morte para crimes extremos

Mais brando, sem pena de morte

Economia

Liberal, industrial-agropecuária equilibrada

Dependente, com surtos de inflação e crise

Saúde

Privada com subsídio estatal

Pública, com graves falhas de cobertura

Habitação

Urbanismo planejado, favelas raras

Crescimento desordenado e expansão de favelas

Educação

Público de qualidade até o médio, universidades com bolsas

Sistema público desigual e centralizado

Índice de violência urbana

Baixo a moderado

Alto nas grandes cidades

Relações exteriores

Pró-Europa Central, EUA e países do Cone Sul

Alinhamento instável entre EUA e Europa

Moeda

Estável e com lastro em reservas agrícolas

Inflacionária e vulnerável

 

Capítulo 7: Dias Atuais e Alinhamento Internacional

🌍 Consolidação e Presença Global (1980–2020)

A partir dos anos 1980, os Estados Unidos do Sul (E.U.S.) consolidaram-se como uma potência econômica e diplomática relevante no cenário mundial. Com uma economia sólida, baseada em agroindústria, tecnologia e exportações, o país tornou-se referência em governança pública, desenvolvimento humano e equilíbrio fiscal.

Parcerias internacionais estratégicas foram firmadas com:

  • Alemanha e Itália: A histórica relação cultural e migratória fortaleceu os laços econômicos, especialmente no setor de maquinário e agricultura de precisão.

  • Estados Unidos da América: Apesar da rivalidade ideológica nos primórdios da República, a partir dos anos 90, os dois países passaram a cooperar fortemente em tecnologia militar e pesquisa científica.

  • Chile e Uruguai: Parceiros históricos do Cone Sul, com acordos de livre comércio e alianças diplomáticas em fóruns internacionais.

 

 Participação em Conflitos Históricos

Embora com uma política externa não-intervencionista, os E.U.S. participaram de conflitos estratégicos internacionais, sempre alinhados ao bloco ocidental e capitalista.

Segunda Guerra Mundial (1939–1945)

  • Envolvimento direto a partir de 1943, enviando tropas de apoio às forças aliadas na Itália.

  • As tropas sulistas participaram da libertação de regiões no norte da Itália, ao lado dos aliados.

  • O pós-guerra fortaleceu a presença internacional dos E.U.S. e sua aproximação com os EUA e Reino Unido.

Guerra Fria (1947–1991)

  • Atuação diplomática discreta, mas firmemente ao lado do bloco capitalista.

  • O país serviu como base para ações de inteligência da CIA na América do Sul, combatendo movimentos comunistas regionais.

  • Manteve boas relações com o Brasil, apesar das diferenças institucionais.

Outras participações:

  • Guerra da Coreia (1950–1953): apoio logístico e envio de enfermeiros militares.

  • Guerra do Golfo (1991): participação simbólica com envio de observadores militares.

  • Missões de paz da ONU: presença destacada no Haiti, Líbano e África Central.


 

Hoje, os Estados Unidos do Sul figuram entre as economias mais competitivas do hemisfério sul. Com um IDH elevado, cidades modernas, e forte sistema democrático, o país continua sendo uma referência de estabilidade na América Latina.

Destaques contemporâneos:

  • Porto Alegre é um hub de inovação e sede de grandes conferências globais.

  • Curitiba e Joinville lideram índices de sustentabilidade urbana na América do Sul.

  • O Real Sulista, moeda atual, é considerada forte e confiável.

  • O país integra o G20, a OCDE, e possui cadeira rotativa no Conselho de Segurança da ONU.

 

Presidentes Históricos dos Estados Unidos do Sul

Nome

Período de Governo

Partido

Estado de Origem

Feito Relevante

Bento Gonçalves

1839–1845

Partido Republicano Farroupilha (PRF)

Rio Grande do Sul

Primeiro presidente provisório. Líder da Revolução e articulador da independência.

Lauro Müller

1885–1893

Partido Conservador Sulista (PCS)

Santa Catarina

Modernizou infraestrutura e abriu os portos para grandes potências europeias.

Assis Brasil

1905–1912

Partido Liberal Sulista (PLS)

Rio Grande do Sul

Reformou a Constituição e criou o Ministério da Educação e Cultura.

Jorge Lacerda

1950–1958

Partido Social-Reformista (PSR)

Santa Catarina

Criou o Sistema de Saúde Subsidiada e fortaleceu a política habitacional.

José Richa

1965–1973

União Progressista Sulista (UPS)

Paraná

Focado em educação e conectividade rodoviária; impulsionou a industrialização do interior.

Leonel Brizola

1980–1988

Frente Democrática Popular (FDP)

Rio Grande do Sul

Promoveu amplas reformas sociais e educacionais, sendo considerado um dos mais populares.

Esperidião Amin

1994–2002

Aliança Liberal Democrática (ALD)

Santa Catarina

Consolidou acordos comerciais internacionais e implementou um novo código penal.

Roberto Requião

2006–2014

Partido Trabalhista Sulista (PTS)

Paraná

Destacou-se por políticas públicas sustentáveis e forte investimento em energias renováveis.

Maria Antonieta Silveira

2022–atual

Partido Cívico Progressista (PCP)

Santa Catarina

Primeira mulher eleita presidente. Avançou na digitalização do Estado e políticas de inovação social.

🟤 1839–1845 | Bento Gonçalves (PRF – Partido Republicano Farroupilha)

🗺️ Fundação Nacional & Guerra de Independência➡️ Presidente Provisório — liderou a libertação da região sul, consolidando a República.🧭 Ideologia: Nacionalismo republicano, federalismo e independência econômica.

⚙️ 1885–1893 | Lauro Müller (PCS – Partido Conservador Sulista)

🏗️ Era da Infraestrutura & Consolidação Institucional➡️ Desenvolveu ferrovias, portos e firmou os primeiros acordos comerciais com Europa.🧭 Ideologia: Conservadorismo moderno e diplomacia econômica.

📚 1905–1912 | Assis Brasil (PLS – Partido Liberal Sulista)

📜 Era das Reformas Políticas & Educacionais➡️ Criou a Constituição definitiva e estruturou o sistema de ensino básico.🧭 Ideologia: Liberalismo ilustrado, republicanismo cívico.

🏠 1950–1958 | Jorge Lacerda (PSR – Partido Social-Reformista)

🏥 Revolução Social & Urbanização➡️ Implementou saúde subsidiada, fortaleceu habitação e combateu desigualdade.🧭 Ideologia: Social-democracia e desenvolvimentismo urbano.

🛤️ 1965–1973 | José Richa (UPS – União Progressista Sulista)

🚚 Industrialização & Educação Técnica➡️ Criou centros industriais e institutos tecnológicos em todo o interior.🧭 Ideologia: Progressismo liberal com foco no setor produtivo.

1980–1988 | Leonel Brizola (FDP – Frente Democrática Popular)

🏫 Renascimento Popular & Reforma Educacional➡️ Universalizou o acesso à escola e deu voz a movimentos sociais organizados.🧭 Ideologia: Esquerda trabalhista e popular.

🌐 1994–2002 | Esperidião Amin (ALD – Aliança Liberal Democrática)

📈 Expansão Econômica & Reestruturação Jurídica➡️ Código Penal Moderno, privatizações controladas e abertura de mercado.🧭 Ideologia: Liberalismo institucional e economia de mercado.

🌿 2006–2014 | Roberto Requião (PTS – Partido Trabalhista Sulista)

💡 Sustentabilidade & Bem-estar Social➡️ Criou parques tecnológicos, expandiu energias limpas e educação ambiental.🧭 Ideologia: Centro-esquerda sustentável e soberania popular.

👩‍💻 2022–Atual | Maria Antonieta Silveira (PCP – Partido Cívico Progressista)

🌍 Inovação Digital & Inclusão Social➡️ Digitalizou os serviços públicos e criou programas sociais para jovens e idosos.🧭 Ideologia: Progressismo cívico e inovação participativa.

 

🏁 Conclusão Geral

A formação dos Estados Unidos do Sul a partir da Revolução Farroupilha marcou um dos maiores pontos de inflexão da história sul-americana. A separação traumática do Brasil resultou em desafios profundos, mas também em oportunidades únicas.

Com liderança estratégica, disciplina política e abertura ao mundo, os E.U.S. se transformaram em um exemplo raro de país que uniu rigor institucional com progresso econômico e social.

Se o Brasil seguiu um caminho de contrastes e desigualdades, os Estados Unidos do Sul foram o retrato de uma alternativa possível — uma nação forjada no fogo da rebelião, mas lapidada pela vontade coletiva de construir algo novo.

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