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A Psicologia dos Heróis: Batman, Homem Aranha e Superman

Atualizado: há 3 dias

A muito tempo atrás, fizemos uma publicação descrevendo os problemas psicológicos dos maiores vilões da cultura pop, no intuito de compreender os motivadores da sua maldade. Por outro lado, fatores mentais também movem os mocinhos, traumas, obsessões, juramentos, tudo isso move esses homens a constantemente arriscarem suas vidas em prol de outras, mesmo que muitas vezes, não só não sejam valorizados, como ainda perseguidos. Hoje, vamos compreender as virtudes e as motivações dos três maiores expoentes do universo dos super heróis, Batman, o Cavaleiro das Trevas, Homem Aranha, o Amigão da Vizinhança e Superman, o Homem de Aço.

 

Batman

Um herói com um código moral quase incorruptível, Batman é fruto de um trauma da infância, onde contemplou a morte de seus pais com apenas oito anos de idade. Sedento por vingança, Bruce Wayne decidiu travar uma guerra contra a injustiça de Gotham, treinando seu corpo e mente para atingir o ápice humano, e assim fazer justiça por seus pais. Batman erradicou a corrupção que devorava a cidade de dentro para fora, mas em compensação, alavancou a ascensão dos criminosos mais insanos da história, á exemplo de Coringa, Charada, Arlequina e outros.

Ao contrário de muitos vilões, Wayne não transformou seu trauma em um motivador para odiar a sociedade e as pessoas, e sim em uma força para protege-las. Ele deu um novo sentido ao seu ódio, lhe transformando em um motivador para fazer o que é certo.

O caso de Wayne, de acordo com a psicóloga Lisa Guerra, se trata de um estresse pós traumático, justamente pelo fato de mesmo com o passar dos anos, Bruce jamais abdicar desse momento como central em sua vida, nunca permitir que o trauma vá embora, apenas o alimentando mais. Depressão e raiva são características básicas do Cavaleiro das Trevas, e são também sintomas desse tipo de transtorno. O constante isolamento, medo absurdo de perder alguém importante para si, os constantes ataques de raiva, todos esses elementos presentes na concepção do herói, estão ligados ao estresse pós traumático.

Apesar de jamais superar o luto, Batman foi capaz de direcionar sua vontade para algo positivo, e controlar suas emoções para nunca cruzar o limite.

Outro fato curioso, reside justamente no dito código ética do Morcego, que lhe impede de matar. Em muitos casos, se torna quase impossível para o herói não matar seus inimigos, a exemplo do Coringa, mas Batman sabe, que no momento que cruzar a linha, jamais conseguirá parar, e que não cabe a ele, ser júri e executor de ninguém.

 

Homem Aranha

Peter Parker inicialmente utilizou seus poderes para benefício próprio, mas ao perder seu tio, para um criminoso que ele poderia ter impedido, ele decide devotar sua vida ao combate ao crime, como forma de redenção por permitir sua morte.

O herói tem arcos ótimos, como quando deixou de ser o Homem Aranha, ao perceber que as pessoas não eram gratas pelo que ele fazia, e que essa vida dupla estava acabando com Peter Parker.

Porém, ele simplesmente não consegue abandonar seus hábitos heróicos, lhes retomando no primeiro sinal de perigo. Ao final da trama, o herói reafirma seu compromisso, afirmando que apesar das perdas pessoais, é seu dever proteger as pessoas de Nova York, mesmo que elas o detestem. A maneira mais fácil de ler a atitude do herói, é como um incondicional senso de empatia, que lhe fez abrir mão de todas as suas vontades em prol do bem estar do próximo, no entanto, existe uma outra forma de analisarmos o caso.

De acordo com o próprio J.J Jamenson, o Homem Aranha possivelmente possui uma síndrome apelidada de síndrome do Cavaleiro Branco, onde o homem imagina ter a obrigação de se apresentar como um herói na vida dos outros, em troca de sua apreciação. No entanto, podemos descartar isso no caso de Parker, pois ele praticamente não recebe apreciação.

Por fim, podemos definir o Aranha como alguém que reagiu positivamente a um trauma, no caso a morte do Tio Ben, voltando sua frustração no esforço para proteger os cidadãos, sem nenhum traço de arrogância envolvido.

 

Superman

O maior símbolo dos super heróis. Ka-El foi salvo por seus pais, Jor-El e Lara, que prevendo o cataclisma de Kripton, enviaram seu filho em uma nave rumo a Terra. Ao chegar, Ka-El foi adotado pelos Kent, e criado como seu filho, lhe ensinando o valor da vida, esperança, e de usar seus poderes para o bem, algo que era justamente o objetivo de Jor-El, que desejava que seu filho servisse como um guia para a humanidade.

O grande dilema do herói, se passa justamente no ponto de até onde ele pode ir para ajudar a humanidade. Ele teria poder para impor a sua vontade sobre qualquer um, mas quase sempre se mantém o mais passivo possível, permitindo o fluxo normal das coisas, pois, como todos nós sabemos, ele não é humano, e por isso, não se sente no direito de decidir por eles, apenas auxiliar da melhor forma possível, o mundo que o acolheu.

Em 1972, a DC Comics publicou o seguinte quadrinho, Superman: O Mundo Precisa de um Superman? Na trama, os Guardiões do Universo analisam a interferência gritante que o Homem do Amanhã causa na Terra, entendendo que ele tem prejudicado o desenvolvimento natural da raça humana.

Durante a história, Superman reflete sobre sua cruzada, será que sua desgastante vida dupla, onde nem sequer consegue se sentir inclusivo no mundo, tem sido prejudicial para as pessoas? Afinal, ele compreende o que deve fazer, e assume uma postura mais aconselhadora, interferindo somente quando a capacidade humana não é capaz de resolver, mas quando não for o caso, ele também estará lá, mas para guiar as pessoas para a decisão certa.




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