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A História da Primeira Guerra Mundial

Em mais uma das nossas viagens pela história do nosso mundo, chegou o momento de retratarmos o que até aquele momento, havia sido o maior e mais mortal conflito bélico da história, A Grande Guerra da Europa, ou, Primeira Guerra Mundial. A corrida Imperialista dos europeus na África, havia deixado alguns países descontentes, mais especificamente o Império Alemão, que assim como o recém formado estado italiano, desejava mais poder terras. Os Estados Unidos comandavam a economia da América, e em 1910, haviam superado o Reino Unido em critérios de produção industrial, se tornando o país mais rico do planeta, e uma referência militar. A Rússia passava por crises políticas, com diversas revoluções internas eclodindo, o que iria resultar na Revolução Russa, no fim definitivo da família Romanov, e no nascimento da União Soviética. Enquanto isso, França e Reino Unido prosperavam como as nações mais ricas da Europa com grande território, mas, esse conflito, iria alterar drasticamente a geografia e história do mundo, derrubando impérios, mudando ideologias, e alcançando avanços tecnológicos muito além do que se esperava, então, vamos começar.

 

O Imperialismo Europeu

O imperialismo europeu pré-Primeira Guerra Mundial refere-se ao período entre o final do século XIX e o início do século XX, no qual as potências europeias buscaram expandir seu poder e influência através da conquista e colonização de territórios em outros continentes. As nações europeias, como Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Bélgica, estabeleceram colônias e protetorados em diferentes partes do mundo, principalmente na África e na Ásia.

Os motivos para o imperialismo incluíam a busca de matérias-primas, mercados para seus produtos, prestígio nacional e rivalidade entre as potências europeias. Isso levou a uma intensa competição e confrontos entre essas nações na busca por territórios e recursos. As potências europeias impuseram seu domínio sobre as regiões colonizadas, frequentemente explorando seus recursos naturais e forçando a população local a trabalhar em condições desfavoráveis.

O imperialismo europeu Pré-Primeira Guerra Mundial desempenhou um papel significativo no aumento das tensões entre as nações europeias, uma vez que a corrida colonial gerou rivalidades e conflitos territoriais. Essa competição contribuiu para a escalada das tensões que finalmente levaram ao início da Primeira Guerra Mundial em 1914.

 

Início do Conflito

O estopim e o início da Primeira Guerra Mundial ocorreram em 1914, quando o arquiduque Franz Ferdinand, herdeiro do Império Austro-Húngaro, foi assassinado em Sarajevo, na Bósnia, por um nacionalista sérvio. Esse evento desencadeou uma série de eventos que levaram à eclosão do conflito.

Após o assassinato, a Áustria-Hungria culpou a Sérvia e exigiu uma série de condições que a Sérvia não pôde atender completamente. Em resposta, a Áustria-Hungria declarou guerra à Sérvia em 28 de julho de 1914. A partir daí, uma complexa rede de alianças entre as potências europeias entrou em ação.

A Rússia, aliada da Sérvia, mobilizou suas forças para apoiar o país balcânico, o que levou a Alemanha, aliada da Áustria-Hungria, a declarar guerra à Rússia em 1º de agosto de 1914. A Alemanha também declarou guerra à França, uma vez que esta era aliada da Rússia. A partir desse momento, a Europa mergulhou em um conflito generalizado.

As alianças militares e políticas estabelecidas antes da guerra - como a Tríplice Entente (formada por França, Rússia e Reino Unido) e a Tríplice Aliança (formada por Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália) - levaram a uma rápida mobilização de tropas e ao envolvimento de várias nações.

 

Guerra de Movimento

No início da guerra, em 1914, as nações envolvidas na luta buscaram implementar estratégias ofensivas, com o objetivo de alcançar uma rápida vitória. As forças alemãs, em particular, lançaram uma série de ataques surpresa, conhecidos como "Blitzkrieg", visando dominar a França através da Bélgica. No entanto, essas táticas iniciais encontraram resistência e as linhas de frente logo se estabilizaram.

O resultado foi a formação de extensas trincheiras que se estendiam por centenas de quilômetros, desde o Canal da Mancha até a fronteira suíça. Ambos os lados da guerra construíram sistemas complexos de trincheiras, fortificações e redes de arame farpado para se protegerem dos avanços inimigos. Isso levou a um impasse, com as forças opostas lutando em uma guerra de desgaste.

Durante esse período, houve tentativas de romper as linhas de frente inimigas e retomar a guerra de movimento. Ofensivas maciças foram lançadas, como a Batalha do Somme em 1916, a Batalha de Passchendaele em 1917 e a Ofensiva de Primavera em 1918. No entanto, essas ofensivas resultaram em perdas significativas e avanços limitados, sem sucesso em romper as linhas inimigas de forma decisiva.


Principais Batalhas:

1. Batalha de Liège: A Alemanha atacou a cidade belga de Liège, que estava fortemente fortificada, na tentativa de avançar em direção à França.


2. Batalha de Tannenberg: As forças alemãs derrotaram o exército russo na Prússia Oriental, causando grandes perdas para os russos.


3. Primeira Batalha do Marne : As forças aliadas (França e Reino Unido) conseguiram deter o avanço alemão em direção a Paris, marcando uma virada no conflito.


4. Batalha de Gallipoli: As forças aliadas tentaram capturar a península de Gallipoli, na Turquia, com o objetivo de abrir uma nova frente contra o Império Otomano, mas foram repelidas pelas tropas otomanas.

 

Guerra de Trincheiras

A guerra de trincheiras foi um tipo de combate característico da Primeira Guerra Mundial, onde as tropas se enfrentavam em sistemas complexos de trincheiras fortificadas. A estratégia era baseada em defender posições e lançar ataques por meio de bombardeios de artilharia e escaramuças. Algumas das principais batalhas que ocorreram nesse contexto foram:

Batalha do Somme (1916): Foi uma das mais sangrentas da história, com fortes baixas em ambos os lados. Durou cerca de cinco meses e resultou em poucos ganhos territoriais.


Batalha de Verdun (1916): Foi uma das batalhas mais longas e mortais da guerra. Durou quase um ano e resultou em centenas de milhares de mortos e feridos.

Batalha de Passchendaele (1917): Também conhecida como Terceira Batalha de Ypres, foi um combate extremamente feroz, caracterizado por chuvas incessantes e terreno encharcado. Resultou em pesadas perdas de ambos os lados.

Essas são apenas algumas das batalhas mais significativas, mas a guerra de trincheiras foi uma estratégia amplamente utilizada ao longo da Primeira Guerra Mundial, resultando em um impasse prolongado em várias frentes de combate. Além disso, a propagação de doenças e a falta de higiene desse período, deu origem a uma das doenças mais mortais da história, a Gripe Espanhola.

 

Gripe Espanhola

A Gripe Espanhola foi uma pandemia global de gripe que ocorreu entre 1918 e 1919, durante o final da Primeira Guerra Mundial. Foi uma das pandemias mais mortais da história, infectando aproximadamente um terço da população mundial na época.

A gripe se espalhou rapidamente devido à movimentação de soldados durante a guerra e às condições de superlotação nos acampamentos militares. O nome "Espanhola" foi dado erroneamente, pois a Espanha foi um dos primeiros países a relatar oficialmente casos da doença.

A pandemia foi caracterizada por uma taxa de mortalidade incomumente alta, afetando principalmente jovens adultos saudáveis. Estima-se que entre 20 e 50 milhões de pessoas tenham morrido em todo o mundo, embora algumas estimativas cheguem a números ainda mais altos.

A Gripe Espanhola teve um impacto significativo na sociedade e na economia. Hospitais ficaram sobrecarregados, cidades impuseram quarentenas e medidas de distanciamento social, e muitos serviços e atividades foram interrompidos.

 

Revolução Russa e Nascimento da URSS

A Revolução Russa foi um período de intensa agitação política e social que ocorreu em 1917 na Rússia. Ela consistiu em duas fases principais: a Revolução de Fevereiro e a Revolução de Outubro. A Revolução de Fevereiro resultou na abdicação do Czar Nicolau II e na formação de um governo provisório. Já a Revolução de Outubro, liderada por Vladimir Lênin e os bolcheviques, derrubou o governo provisório e estabeleceu o poder soviético.

Após a Revolução de Outubro, o país passou por uma guerra civil até 1922, com os bolcheviques emergindo vitoriosos. Em 1922, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) foi formada, unindo várias repúblicas soviéticas sob um governo comunista centralizado. A URSS se tornou um dos principais atores mundiais, adotando uma economia planejada e um sistema político baseado no partido único. Durante sua existência, a União Soviética enfrentou desafios internos e externos, até sua dissolução em 1991.

 

Entrada dos EUA e Fim da Guerra

Os Estados Unidos entraram na Primeira Guerra Mundial em 1917. Inicialmente, o país adotou uma política de neutralidade, mas vários fatores influenciaram sua entrada no conflito. Entre eles estavam os ataques de submarinos alemães contra navios americanos, como o afundamento do RMS Lusitania, e a descoberta do "Telegrama Zimmermann", no qual a Alemanha propunha uma aliança com o México contra os EUA.

Em abril de 1917, os EUA declararam guerra à Alemanha. Rapidamente, mobilizaram um grande exército e enviaram tropas para a Frente Ocidental. A participação americana teve um impacto significativo na guerra, trazendo recursos, mão de obra e apoio moral aos Aliados.

Em 1918, com o avanço das tropas americanas e aliadas, as Potências Centrais estavam enfraquecidas. A Alemanha enfrentava problemas internos e uma série de derrotas militares. A pressão crescente levou à assinatura do Armistício de Compiègne, em 11 de novembro de 1918, marcando o fim do conflito.

O Tratado de Versalhes, assinado em 1919, estabeleceu os termos de paz e impôs duras condições à Alemanha. A Primeira Guerra Mundial resultou em mudanças significativas no equilíbrio de poder global, o colapso de impérios, a reconfiguração de fronteiras e a criação da Liga das Nações como uma tentativa de manter a paz mundial.




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