CRÍTICA: QUARTETO FANTÁSTICO (PRIMEIROS PASSOS)
O Universo Cinematográfico Marvel (MCU) finalmente entrega um de seus mais aguardados reboots com uma obra que é, simultaneamente, uma homenagem à Era de Prata dos quadrinhos e uma profunda meditação sobre família, ciência e humanidade. Quarteto Fantástico: Primeiros Passos não é apenas um filme de super-heróis; é a redescoberta do que significa maravilhar no cinema.
MARVEL E DC
Allan Tartarotti
11/29/20252 min read
⭐⭐⭐⭐ Resenha: Quarteto Fantástico: Primeiros Passos
Escrito por Allan Tartarotti


Estética Retrô-Futurista e Alma Vibrante
O grande triunfo deste filme reside na sua estética. Longe da paleta de cores dessaturada e da uniformidade visual que caracterizou algumas fases do MCU, Primeiros Passos mergulha de cabeça em um visual retro-futurista inspirado nos anos 60. Cores vibrantes, design de produção charmoso e uma trilha sonora que evoca a grandiosidade da aventura cósmica elevam cada cena a um espetáculo. É um filme com alma, que parece ter sido tirado diretamente das páginas de Jack Kirby e Stan Lee, mas com a sensibilidade narrativa do cinema moderno.
A Força de um Elenco com Química Palpável
O motor emocional do filme é, inegavelmente, a química entre seus protagonistas. Eles não interpretam apenas heróis; eles interpretam uma família tentando desesperadamente se manter unida em meio ao caos de suas novas vidas superpoderosas.
l Pedro Pascal entrega um Reed Richards carismático, porém complexo. Seu Sr. Fantástico está menos preocupado em esticar o corpo e mais dividido entre o gênio que pode mudar o mundo e o medo visceral de perder a família que construiu.
l No entanto, é Vanessa Kirby quem verdadeiramente brilha como Sue Storm. A Mulher Invisível é a verdadeira força do grupo, equilibrando com maestria seu poder destrutivo e a sensibilidade humana. Sua presença é magnética, provando que Sue não é a coadjuvante, mas sim o ponto de ancoragem emocional e moral do Quarteto.
Uma História com Peso e Humanidade
O enredo consegue um feito notável: ele entrega uma história de origem que parece saída direto dos quadrinhos, mas infundida com o peso e a humanidade que faltaram em todas as versões anteriores do grupo. A jornada não é apenas sobre obter poderes, mas sobre aceitar que esses dons vêm com o propósito de união e recomeço. É um filme sobre propósito.
As Pequenas Falhas na Jornada Cósmica
Apesar do brilho incontestável, o filme não é isento de tropeços. O ritmo nem sempre é uniforme, flutuando em alguns momentos de forma irregular. E, talvez o ponto mais fraco, o vilão, embora funcional, mereceria mais tempo de tela para desenvolver plenamente suas motivações, que são poderosas, mas apressadas.
Conclusão: O Propósito da União
No fim, Quarteto Fantástico: Primeiros Passos é um triunfo. As falhas são meros borrões que não conseguem apagar a intensidade da experiência. É um lembrete vívido de que a Marvel em seu melhor não é apenas sobre batalhas épicas, mas sobre coração, humanidade e as conexões que nos definem.
Este filme devolve à Marvel algo que parecia esquecido: a capacidade de emocionar com histórias de pessoas imperfeitas que se unem para enfrentar o inexplicável. Um recomeço poderoso e cheio de alma.
