Como foi a censura nos quadrinhos nos anos 1950?
Muitos fãs de HQs de Marvel e DC devem conhecer o sombrio momento que os anos 1950/1960 representaram para essa grande indústria. O nome central de toda essa história é o psiquiatra alemão Fredric Wertham, notório por seus trabalhos com jovens delinquentes. Os temores da Guerra Fria, somados à crescente delinquência juvenil nos EUA, fizeram com que a sociedade desenvolvesse uma paranoia coletiva, que apontaria suas armas para a emergente indústria dos quadrinhos. Mas, como exatamente isso começou? E, principalmente, o quanto isso afetou o gênero de heróis na época e até os dias de hoje? É sobre isso que iremos conversar nessa matéria!
MARVEL E DC
Rafael Silva
10/20/202513 min read
O Bode Expiatório


Fredric Wertham, movido pelos interesses de setores conservadores da sociedade estadunidense, escreveu a obra "A Sedução do Inocente", na qual, a grosso modo, imputava a culpa de 99% dos problemas sociais envolvendo jovens e crianças no país aos quadrinhos de super-herói. Wertham afirmou que as HQs continham altíssimas doses de violência, sexualidade e maus comportamentos, que influenciavam diretamente os leitores a cometerem tais atos. O sucesso do livro levou Wertham a depor em uma audiência no Senado dos EUA, o que consolidou de vez a caça às bruxas contra os gibis. Diante dessa ameaça, as editoras desenvolveram o Comics Code, como uma ferramenta de autocensura, para evitar problemas legais. O impacto na indústria foi devastador. Empresas menores como EC Comics faliram. Os gêneros de crime e terror foram praticamente extintos, sendo esses o alvo primordial deste ataque. Sob a autoridade do Comics Code, até mesmo Marvel (na época Timely Comics) e DC (na época National Publications) foram obrigadas a amenizar o teor de suas histórias, abrindo as portas para a saudosa Era de Prata, lar das histórias mais cafonas da história dos super-heróis.
Wertham concentrou suas críticas em três personagens centrais: Batman, Robin e Mulher-Maravilha, que por muito pouco não deixaram de existir, se não fosse por sua rápida adaptação. Mas quais foram as teses usadas por ele para atacá-los?
Começando pela Dupla Dinâmica. Que fã nunca ouviu o meme de Batman e Robin serem homossexuais? Pois é, isso surgiu nessa época. Em 1954, na HQ Batman #84 (1954), Bruce e Dick aparentemente acordam juntos de manhã, partilhando a mesma cama. No desenho, é possível notar que há uma divisão entre as camas, mas isso não bastou para cessar a teoria. Para Fredric, isso era uma prova incontestável de que os quadrinhos do Cavaleiro das Trevas não só incentivavam a homossexualidade, como ainda, pasmem, a pedofilia. Essa imagem foi apenas uma de muitas usadas como base para essa tese. Algumas, devo admitir, envelheceram EXTREMAMENTE mal.
Abaixo, confira a imagem em questão e o comentário de Wertham:


“Só quem desconhece os fundamentos da psiquiatria e da psicopatologia do sexo pode deixar de perceber a sutil atmosfera de homoerotismo que permeia as aventuras do ‘Batman’ adulto e seu jovem amigo ‘Robin’.”
— A Sedução do Inocente (1954, p. 189)
Esses quadros um… questionáveis, somados aos comentários da obra, tornaram Batman e Robin alvos de uma massiva censura. Até mesmo a personagem Batwoman, identidade secreta da socialite Kathy Kane, foi criada justamente para amenizar essas especulações quanto à sexualidade do Homem-Morcego.
Porém, no quesito sexualidade, a Mulher-Maravilha conseguiu polemizar ainda mais, uma vez que seu próprio criador, William Marston, admitiu o teor sexual de suas histórias.
Marston era casado com duas esposas e, assumidamente, fã de técnicas sexuais pouco convencionais, envolvendo cordas e dominação.E veja o que se destacava nas histórias da Princesa das Amazonas:


Pelo que se sabe, o autor era adepto da dominação feminina, mas adaptou seu fetiche ao público majoritariamente masculino da revista, colocando a heroína constantemente sob o domínio de homens ou até mesmo de outras mulheres.
“A contraparte lésbica do Batman pode ser encontrada nas histórias da Mulher-Maravilha. O ódio extremamente sádico por todos os homens é um tema constante.”
— Sedução do Inocente (1954, p. 192)
Aqui, o livro não apenas aponta a questão sexual implícita (ou nem tanto) nas páginas de Mulher-Maravilha, como também uma crítica ao viés feminista do quadrinho em questão, que, na época, era extremamente mal visto. Assim como Batman, Diana sofreu uma forte censura, com as referências sexuais sumindo das páginas e histórias mais infantis chegando às bancas.
Nem mesmo Superman escapou das críticas. Apesar de não carregar consigo a pecha de doutrinador sexual ou defensor dos "maus costumes", Superman era atacado por Wertham pelo fato de supostamente (põe supostamente nisso) ser uma alegoria ao fascismo, por apresentar um homem todo-poderoso, sem defeitos e guia da humanidade. Confira o trecho:
“O Super-Homem (com toda a sua força) é um ideal impossível, e até mesmo seu nome sugere algo fascista.”
— A Sedução do Inocente (1954, p. 34)
Não podemos nos esquecer das outras vertentes de quadrinhos citadas anteriormente, como crime e suspense. Veja como Fredric descreveu linhas como The Vault of Horror, Tales from The Crypt e Crime SuspenStories, e algumas de suas capas:


“Todos os quadrinhos policiais ensinam a mesma coisa: o crime pode compensar, se você for esperto o suficiente para não ser pego.” “Muitos quadrinhos não são nada além de pornografia do horror, exibindo cadáveres, sangue e tortura para crianças.”
— A Sedução do Inocente (1954, p. 95)
Não por menos, essas séries foram sistematicamente tiradas de circulação ou tiveram uma queda brutal nas vendas. O seu tempo havia acabado.
A trindade da DC foi o maior alvo, mas todos os personagens sofreram sistematicamente, e a qualidade narrativa das histórias caiu drasticamente. Como veremos no próximo bloco, o futuro das HQs de herói após essa censura deu origem a algumas das maiores bizarrices já vistas nos quadrinhos.
Censura: A Supervilã


Uma vez instaurada, a censura modificou completamente as tramas das HQs. A conotação sexual implícita desapareceu, mas a profundidade narrativa também. Não havia mais vilões sádicos, crimes elaborados ou mitologias minimamente densas; tudo fora substituído por algo extremamente infantil. Nas HQs do Batman, o Duas Caras foi excluído por seu visual macabro. O Coringa foi inicialmente transformado em um mero ladrão de bancos e depois praticamente sumiu dos quadrinhos. O notório Palhaço do Crime já não existia mais. Em seu lugar, o Maior Detetive do Mundo recebeu lendas como: Dr. Tzin Tzin, Homem-Pipa, Homem-Gato, Trio Terrível, Arrasa-Quarteirão e Mestre Zodíaco, todos nomes muitíssimo relevantes para a mitologia do herói até os dias de hoje… (contém ironia). O próprio Batman foi ridicularizado ao extremo, com visuais como Batman Zebra, Bat-Mirim, Bat-Gênio da Lâmpada, Robô e até o Bat-Múmia (pegaram pesado com o cara). Abaixo, confira alguns visuais desse desfile carnavalesco que se tornou a revista do Batman:


Toda essa viagem deu origem ao momento mais icônico desse controverso momento do Homem Morcego: A série de Adam West. Produzida por William Dozier, Batman e Robin (1966-1968), que se tornou uma das roupagens mais lembradas da Dupla Dinâmica. Essa série tão caricata nos dias de hoje é tida por muitos fãs como uma deturpação do Cavaleiro das Trevas. Porém, tendo em vista tudo que discutimos até aqui: você acha mesmo que essa série com bat-danças, colãs toscos, diálogos ridículos e tudo mais era muito diferente dos quadrinhos da época? Para mim, não!
Porém, nem só o Batman sofreu nesse período sombrio. Superman foi, talvez, a segunda maior vítima, com tramas tão toscas quanto as do Vingador da Noite. Ao invés de tramas puramente rasas e visuais estranhos, Superman recebeu diversos poderes no mínimo inusitados, como: criar mini-Supermans que saíam de seus dedos, ventriloquismo (nem me pergunte para que isso serve), lançar arco-íris pelos dedos, visão reconstrutora, hipnose e até mesmo super-beijo, que deixava qualquer mulher que o recebia totalmente apaixonada por ele. Em poder bruto, o Homem de Aço se tornou um dos personagens mais OP já criados, chegando ao ponto de puxar o sistema solar inteiro com apenas uma corrente e destruir outro com um mero espirro. Com tantos poderes, outros heróis nem sequer são necessários, não é mesmo?
Porém, nem só de tragédias viveu a DC durante os anos 1960, uma vez que a Liga da Justiça, o maior grupo de super-heróis da história da editora, surgiu justamente no início da década unindo os maiores nomes da empresa e alavancando as vendas. Por mais que a adaptação tenha sido custosa, foi a única alternativa para impedir que os maiores nomes da DC simplesmente deixassem de existir, como o Batman quase deixou.
A Marvel, por sua vez, vivia uma fase de ascensão. Homem-Aranha, Homem de Ferro, Thor, Quarteto Fantástico, X-Men e muitos outros mais surgiram de 1962 em diante e reformularam a editora, elevando-a ao nível da concorrência. Agindo no limite do Comics Code, a Casa das Ideias trazia tramas com viés político, psicológico e social, trazendo questões como preconceito e uso de drogas nas páginas de Homem-Aranha e X-Men constantemente.
O sucesso da Marvel com temas mais sérios, somado ao declínio da DC, deixou claro: os fãs queriam HQs mais bem escritas e sérias. A sociedade mudava a cada dia, com o público tornando-se mais crítico, como já era claro desde os anos 1950. Essa sede de profundidade se mostrou por meio da Revolução Cultural, que agiu em várias camadas sociais, uma das principais sendo a cultura.
O ponto-chave para a queda do Comics Code foi um arco nas HQs do Homem-Aranha que retrata o vício em drogas de Harry Osborn, mostrando os efeitos nocivos da droga de maneira chocante e trágica. Essa mini-saga foi feita a pedido do Departamento de Saúde, Educação e Bem-Estar dos EUA, que queria alertar os jovens sobre os perigos das drogas. Spiderman 96#- 98#, de 1971, foram lançadas sem o selo da Comics Code, mostrando que sua autoridade já não tinha a mesma força.


A ascensão de editoras independentes, como Vertigo e Dark Horse, com histórias sérias e complexas, tornou ainda mais difícil manter a censura. Com isso, o Comics Code entrou em um declínio irreversível durante os anos 1980 — e seria oficialmente abandonado décadas depois, já nos anos 2000.
O moralismo de Wertham e a rigidez do Comics Code quase destruíram o potencial artístico dos quadrinhos — mas, paradoxalmente, também prepararam o terreno para o renascimento criativo que viria nas décadas seguintes.
O Auge dos Super-Heróis


Como nosso saudoso Harvey Dent um dia disse: "A noite sempre é mais escura antes do amanhecer" e talvez isso nunca tenha feito tanto sentido quanto no renascimento épico das HQs durante os anos 1970/1980.
Ao longo dos anos 1970, com uma amenização na censura, a Marvel prosseguiu com esse estilo, tendo como seu ponto mais alto a lendária HQ “A Morte de Gwen Stacy”, que enfatizou o FIM DA INOCÊNCIA nos quadrinhos, demonstrando que nem sempre o herói vence, que nem sempre há um final feliz e que nem sempre haverá alguma ressurreição mirabolante. A seriedade batia à porta, e a Era de Prata dava lugar à Era de Bronze.
A DC, por sua vez, sofreu nessa transição, mas, principalmente por meio do Batman, conseguiu fazê-la gradualmente. As HQs do Cavaleiro das Trevas, antes muito semelhantes à sua caricata série de 1966-1968, agora haviam voltado a suas origens, com narrativas mais soturnas e investigativas, devolvendo a seriedade que é marca registrada do herói.
Superman, Mulher-Maravilha, Flash e tantos outros passaram por esse mesmo processo, abrindo os anos 1980 em uma fase de maturidade. Os visuais tornaram-se mais realistas, os vilões, mais cruéis, e as narrativas, muitíssimo mais complexas e conectadas à sociedade real.
Crise nas Infinitas Terras: No início dos anos 1980, a DC preparava um imenso reboot para o universo DC: a Crise das Infinitas Terras. Seu recomeço teria muita relação com uma HQ solo lançada em 1985: Watchmen. Escrita por Alan Moore e desenhada por David Gibbons, Watchmen narra um mundo em que os super-heróis são tão moralmente quebrados, quanto seus vilões, e a sociedade é uma verdadeira doença.
A escolha de Moore de destituir os heróis de sua grandeza e dar-lhes uma face mais falha e humana ,foi peça-chave para dar aos quadrinhos da época o seu tom. A Guerra Fria dividia o mundo, revoluções sociais abriram os olhos de milhões, e as tradições passaram a ser questionadas. Moore soube surfar essa onda, e muitos na época tentaram fazer o mesmo.
Após a Crise nas Infinitas Terras, construída por George Pérez, os principais heróis da DC passaram por uma reformulação.
Batman foi para as mãos de Frank Miller, que escreveu Batman: Ano Um, que basicamente nos apresenta o Homem-Morcego que conhecemos: traumatizado pela morte dos pais, adotando o símbolo do morcego devido a seus próprios medos, viajando o mundo para treinar, enfrentando a corrupção sistemática de Gotham junto a Gordon. Esse toque de realismo e um tanto noir deu ao Cavaleiro das Trevas sua identidade mais conhecida.
Reformulação dos Heróis: O Homem-Morcego viveu uma fase de ouro nesse período, com clássicos como Cavaleiro das Trevas, Asilo Arkham e Piada Mortal, que trataram de trabalhar com seu lado mais sombrio e torná-lo o símbolo mais forte da DC, o que culminou no sucesso estrondoso do longa de 1989, pelas mãos de Tim Burton.
Superman, por sua vez, ficou a cargo de John Byrne, que lhe deu uma história mais humanizada, assim como seus poderes. Nada de explodir galáxias com espirros! Ainda assim, o herói era considerado um tanto antiquado, um símbolo fora de seu tempo. Um Escoteiro Azul, 100% correto e invulnerável, não se adequava à dualidade que a maioria dos heróis vinha tomando.
Não por menos, a DC viu sua liderança nas vendas se perder e X-Men da Marvel assumir o topo dos gráficos. A editora seguiu, mesmo que ainda de forma sutil, tratando de temas como sexualidade, religião e raça em seus quadrinhos, algo que ia de encontro aos leitores cada vez mais instruídos e críticos.
Ela também havia encabeçado anti-heróis como o Justiceiro, que, ao matar criminosos a sangue frio, negava todos os preceitos de heroísmo clássico e dividia os fãs: até onde um “herói” pode ir em busca de justiça?
O Capitão América não era mais um patriota totalmente leal ao seu país, Tony Stark se tornava um viciado em álcool, o Homem-Aranha enfrentava vilões cada vez mais horripilantes, como Venom e Carnificina, e o Demolidor, um herói até então secundário, tinha sua identidade revelada em “A Queda de Murdock”, sofrendo psicologicamente com as consequências disso.
O Homem Sem Medo, talvez seja o melhor exemplo dessa nova fase na Marvel. Transformado de um herói de segunda ou terceira prateleira, em um dos maiores nomes da editora, graças às narrativas mais sérias típicas da época.
A Marvel atingia um nível de seriedade até então pouco visto nas histórias em quadrinhos, e que iria se acentuar nos anos seguintes. Abaixo, confira algumas obras e autores marcantes nessa reinvenção:
1980: – Os Novos Jovens Titãs (Marv Wolfman & George Pérez) – Reinvenção dos Titãs, explorando juventude e drama de forma inovadora.
1981: – Demolidor: Renascido (Frank Miller & David Mazzucchelli) – Embora publicado em 1986, Miller já transformava o Demolidor desde 1981, trazendo uma pegada urbana e sombria.
1982: – A Morte do Capitão Marvel (Jim Starlin) – Primeira graphic novel da Marvel, que tratava de câncer e morte de forma madura.
– Marvel Graphic Novel: Os Novos Mutantes (Chris Claremont) – Introdução dos Novos Mutantes, mostrando diversidade e dilemas adolescentes.1984: – Tartarugas Ninjas #1 (Kevin Eastman & Peter Laird) – Independente, satírico e explosivo, abriu espaço para editoras fora do mainstream.
– Guerras Secretas (Jim Shooter & Mike Zeck) – Primeiro grande crossover da Marvel, marco comercial e narrativo.1985: – Crise nas Infinitas Terras (Marv Wolfman & George Pérez) – Reformulou o universo DC, encerrando e reiniciando décadas de continuidade.
1986: – O Cavaleiro das Trevas (Frank Miller) – Reinvenção do Batman como ícone sombrio e violento.
– Watchmen (Alan Moore & Dave Gibbons) – A desconstrução definitiva do gênero, carregada de crítica política e existencial.
-1987: – Batman: Ano Um (Frank Miller & David Mazzucchelli) – Origens realistas e definitivas do Batman moderno.
– Liga da Justiça: Internacional (Keith Giffen & J.M. DeMatteis) – Liga da Justiça com humor e dinâmica inovadora.1988: – Batman: Piada Mortal (Alan Moore & Brian Bolland) – A origem definitiva (e perturbadora) do Coringa.
– Batman: Morte em Família (Jim Starlin & Jim Aparo) – A morte de Jason Todd, marcada pela votação dos fãs.1989: – Asilo Arkham (Grant Morrison & Dave McKean) – História experimental, psicológica e visualmente inovadora sobre Batman e seus vilões.
– Sandman (Neil Gaiman) – Estreia de uma das HQs mais importantes de todos os tempos, que mistura mitologia, literatura e fantasia sombria.
Em geral, os anos 1980 foram um momento de reconstrução. O que temos como concreto sobre a maioria dos super-heróis mais lendários nos dias de hoje foi moldado nesse período. Foram nesses dez anos que o gênero de heróis provou não ser algo infantil, e sim algo maduro e feito para pessoas com sensibilidade para compreender suas entrelinhas.
Conclusão: O legado deixado por esse período moldou desde as séries animadas da DC nos anos 1990 até o MCU, nos anos 2000 e 2010.
Foi então que os quadrinhos passaram a ser vistos como uma forma legítima de literatura, especialmente devido a Sandman e Watchmen. A partir disso, o gênero tornou-se palco de debates mais profundos e, mesmo com o advento da tecnologia, conseguiu manter-se em pauta até os dias de hoje.
Por fim, podemos dizer que a censura foi um período de pobreza criativa e destruição parcial do gênero, mas que a longo prazo, pode até mesmo ser considerada benéfica. Durante os anos de pobreza narrativa, os fãs pediam por mais qualidade, e os autores por muitas vezes, desejavam oferecê-la, mas, eram impedidos pelo sistema vigente. Foi a repressão, que fez crescer o desejo que desencadeou o melhor momento da história do gênero, e talvez de toda a cultura pop: Os anos 1980, onde enfim, houve liberdade plena para criar e consumir. E você, o que acha da censura e do renascimento das HQs de herói? Não deixe de opinar!