AS FRANQUIAS MAIS LONGAS DO TERROR
Quando falamos de terror, especialmente slasher, é impossível não pensar nas infinitas continuações, geralmente piorando a cada um deles.... Porém, você já parou para pensar quais são as mais extensas? É isso que iremos descobrir hoje, além de eleger o melhor e o pior filme de cada uma delas.
TERROR
Rafael Silva
10/13/202511 min read
Sexta-Feira 13 (12 filmes)


Sexta-Feira 13 é simplesmente a franquia mais icônica do terror. Iniciada em 1980, para surfar no sucesso de Halloween (1978), a saga de Jason Voorhees fundamentou vários dos maiores clichês do terror: adolescentes com hormônios à flor da pele, assassino que se teletransporta e volta em cada continuação independente de quantos danos sofra, decisões imbecis e por aí vai.
A partir de Jason Vive, a saga tornou-se um verdadeiro meme, com bombas como Jason Ataca Nova York e Jason X. Nos anos 2000, Jason voltou às telonas, em 2003, travando um duelo sanguinário com Freddy Krueger e, em 2009, voltando às origens no remake de Marcus Nispel.
Apesar de não ser um primor técnico, a série tem alguns filmes decentes, entre eles, destaca-se a Parte 6, Jason Vive, que solidificou o estereótipo do Jason zumbi e imortal. O pior, por sua vez, é um tanto mais difícil de decidir, pois tem muita coisa ruim. Porém, Jason X talvez seja o filme mais aleatório já feito no gênero de terror. Para alguns, ele é o famoso "tão ruim, que fica bom", mas para a maioria, é só um filme chato, e que rompe com a mitologia da saga.
Sexta-Feira 13 (1980) Direção: Sean S. Cunningham
Sexta-Feira 13 – Parte 2 (1981) Direção: Steve Miner
Sexta-Feira 13 – Parte 3 (1982) Direção: Steve Miner. Nota: Único filme da franquia a ser lançado em 3D.
Sexta-Feira 13 – O Capítulo Final (1984) Direção: Joseph Zito
Sexta-Feira 13 – Parte 5: Um Novo Começo (1985) Direção: Danny Steinmann
Sexta-Feira 13 – Parte 6: Jason Vive (1986) Direção: Tom McLoughlin (Melhor Filme)
Sexta-Feira 13 – Parte 7: A Sangue Novo (1988) Direção: John Carl Buechler
Sexta-Feira 13 – Parte 8: Jason Vai para Manhattan (1989) Direção: Rob Hedden
Jason Vai para o Inferno – A Última Sexta-Feira (1993) Direção: Adam Marcus (Pior Filme)
Jason X (2002)Direção: James Isaac
Freddy vs. Jason (2003) Direção: Ronny Yu Nota: Crossover com a franquia A Hora do Pesadelo.
Sexta-Feira 13 (2009) Direção: Marcus Nispel. Nota: Reinício da série com uma nova abordagem.
Halloween (13 filmes)


A mãe das franquias de terror, junto a Massacre da Serra Elétrica. Saída da mente de John Carpenter, a saga Halloween eternizou a figura desalmada de Michael Myers, como um dos maiores vilões do terror, que serviu de inspiração para outros ícones, como Jason e Ghostface.
A Linha do Tempo Original: O clássico de 1978 é uma verdadeira obra-prima, com uma tensão e mitologia bem construída, assim como seu vilão, que eternizou-se como a forma mais pura do mal.
A continuação veio logo em 1981, quando enfim Carpenter seguiu seu rumo, e Tommy Lee Wallace tentou ousadamente dar uma nova cara a franquia, transformando-a em uma antologia. Halloween 3 (1982), foi a primeira e última tentativa, onde apesar de uma boa crítica, teve uma bilheteria terrível, e rejeição massiva dos fãs, forçando o retorno de Michael Myers em Halloween 4 (1988), dando início a uma verdadeira várzea na franquia.
Segunda Cronologia: Houveram três filmes em menos de cinco anos, onde somente o dinheiro mantinha a saga viva, pois história.... isso já tinha a muito tempo. Halloween 6 foi tão confuso que o estúdio decidiu ignorar boa parte da cronologia, iniciando um novo arco com Halloween: H20 (1998).
Porém, a continuação desse, Halloween: Ressureição, foi um novo desastre, levando a saga para o buraco novamente.
Tentativas de Retorno: A partir disso, duas linhas cronológicas diferentes surgiram: O remake de Rob Zombie, e a trilogia de David Gordon Green, ambas começaram consideravelmente bem, e depois, tornaram-se igualmente desastrosas.
Zombie tentou dar um ar mais realista ao vilão, dando explicações em seu passado, para justificar sua crueldade, e apostando em uma violência gráfica inédita até então. Porém, os fãs da obra original abominaram em grande maioria essa proposta, por tirar a aura sobrenatural do vilão. Já Gordon Green, explorou a risca o conceito de ´´Bicho-Papão´´ de Myers, mas, pecou em fan services baratos e uma conclusão pífia, em uma trilogia que convenhamos: Não tinha história nem para dois filmes, quanto mais para três.
Porém, foram eles que garantiram que Michael seria o ícone slasher com o maior número de filmes, superando Jason e Freddy.
Falando em qualidade. O original nada de braçada, sendo o único filme inegavelmente bom. Falando de falta de qualidade, as opções são vastas. Pessoalmente, creio que mesmo nesse mar de desastres, nenhum é tão catastrófico quanto Halloween 5, onde além de termos a pior máscara do vilão, temos uma direção quase amadora e um roteiro totalmente incoerente. Podemos citar também Halloween 2 de Rob Zombie e Halloween Ressurreição (vulgo Big Brother de terror).
Halloween – A Noite do Terror (1978) Direção: John Carpenter (Melhor Filme)
Halloween II – O Pesadelo Continua (1981) Direção: Rick Rosenthal
Halloween III – A Noite das Bruxas (1982) Direção: Tommy Lee WallaceNota: Este filme se afasta da história de Michael Myers, apresentando uma trama independente.
Halloween 4 – O Retorno de Michael Myers (1988) Direção: Dwight H. Little
Halloween 5 – A Vingança de Michael Myers (1989) Direção: Dominique Othenin-Girard (Pior Filme)
Halloween 6 – A Última Vingança (1995) Direção: Joe Chappelle
Halloween H20 – Vinte Anos Depois (1998) Direção: Steve Miner
Halloween – Ressurreição (2002) Direção: Rick Rosenthal
Halloween – O Início (2007) Direção: Rob Zombie
Halloween II (2009) Direção: Rob Zombie
Halloween (2018) Direção: David Gordon Green. Nota: Ignora todas as sequências anteriores, considerando apenas o filme original de 1978.
Halloween Kills (2021) Direção: David Gordon Green
Halloween Ends (2022) Direção: David Gordon Green. Nota: Conclusão da trilogia iniciada em 2018.
Hora do Pesadelo (9 filmes)


A mais inovadora da lista. Iniciada em 1984, Hora do Pesadelo trouxe consigo um dos melhores vilões do terror: Freddy Krueger. Saído da mente de Wes Craven, o antagonista vivido por Robert Englaund leva o medo a um novo patamar, invadindo os sonhos das vítimas, e matando-as lá. A premissa inovadora tornou o filme original um tremendo sucesso, assim como suas continuações diretas. Com o tempo, a fórmula se desgastou, e Freddy tornou-se cada vez mais galhofa.
Ainda sim, Hora do Pesadelo é muito mais competente que a maioria de seus concorrentes, com vários bons filmes. Para mim, Hora do Pesadelo 1 e 3 se destacam, mas, Guerreiros dos Sonhos é sem dúvida, o mais criativo e bem construído. O pior, talvez seja o remake, que além de dar a Krueger uma origem sombria até demais, o transformou em um vilão comum, sem o humor característico dele. Ainda sim, não falamos de um desastre completo, apenas de uma premissa oposta ao que os fãs esperavam.
A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street, 1984) Direção: Wes Craven
A Hora do Pesadelo 2 – A Vingança de Freddy (1985) Direção: Jack Sholder
A Hora do Pesadelo 3 – Os Guerreiros dos Sonhos (1987) Direção: Chuck Russell (Melhor Filme)
A Hora do Pesadelo 4 – O Mestre dos Sonhos (1988) Direção: Renny Harlin
A Hora do Pesadelo 5 – O Maior Pesadelo de Freddy (1989) Direção: Stephen Hopkins
A Hora do Pesadelo 6 – Pesadelo Final: A Morte de Freddy (1991) Direção: Rachel Talalay
A Hora do Pesadelo 7 – Freddy vs. Jason (2003) – crossover com Sexta-Feira 13 Direção: Ronny Yu
A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street, 2010) – remake Direção: Samuel Bayer (Pior Filme)
Mestre dos Brinquedos (14 filmes)


Uma franquia saída diretamente da mente de um dos maiores gênios do cinema (ironia), Charles Band, que dedicou décadas de sua vida unicamente a produzir QUATORZE filmes de Mestre dos Brinquedos, com a mesma trama em praticamente todos.
André Toulon é um gênio da ciência, que desenvolveu uma fórmula para dar vida a bonecos, e decidiu criar alguns bonecos vivos para si mesmo, Blade, Pinhead, Jester e Tunneler, e ao longo dos filmes, muitos mais seriam apresentados. No entanto, cientistas nazistas estavam na caça do doutor, pois queriam utilizar seu conhecimento para criar um novo exército. Com isso, os alemães matam Toulon e deixam seus bonecos livres no hotel Bodegabay, onde matam tudo e todos, em algumas cenas realmente bem feitas. Por incrível que pareça, não temos muito mais o que dizer dessa franquia, pois literalmente todos os filmes são iguais, cientistas nazistas tentando roubar a fórmula de André para criar um exército. Temos como diferencial o crossover com outra franquia tenebrosa de bonecos assassinos, os Demonic Toys, que são surrados pelos brinquedos de Toulon.
Os primeiros filmes, apesar de duvidosos em relação à qualidade da trama, tinham trunfos, como os bons efeitos práticos dos bonecos, no entanto, tudo isso foi se perdendo a partir do quarto filme, com a produção ficando muito mais porca, com a direção tendo a coragem de colocar pessoas fantasiadas para interpretar os pequenos vilões. Chegou ao ponto de os filmes saírem direto para o Home Video, rendendo cada vez menos, mas nada impediu Charles Band de continuar sua franquia.
Puppet Master (1989) (Melhor Filme)
Puppet Master II (1990)
Puppet Master III: Toulon’s Revenge (1991)
Puppet Master 4 (1993)
Puppet Master 5: The Final Chapter (1994)
Curse of the Puppet Master (1998)
Retro Puppet Master (1999)
Puppet Master: The Legacy (2003) – recap da série com cenas antigas + material novo
Puppet Master vs Demonic Toys (2004) – crossover com outra franquia da Full Moon (Pior Filme)
Puppet Master: Axis of Evil (2010)
Puppet Master X: Axis Rising (2012)
Puppet Master: Axis Termination (2017)
Puppet Master: The Littlest Reich (2018) – reboot em tom mais violento e gore
Blade: The Iron Cross (2020) – spin-off focado em Blade, o boneco mais popular
Frankenstein (65 filmes)


Universal: Como um bom monstro clássico, a criação de Mary Shelley já apareceu em dezenas de filmes, desde 1931, onde foi interpretado por Boris Karloff. A Universal espremeu até o caroço do monstro, com 8 filmes entre 1931 e 1948, incluindo crossovers com Drácula e Lobisomem. Tivemos também a Noiva de Frankenstein, em 1935, considerada por muitos uma das melhores sequências do terror.
Tempos Sombrios: Com o passar das décadas, a Criatura de Frankenstein foi ainda mais explorada (até eu comecei a sentir pena do bicho). Em 1965, tivemos Frankenstein vs Monstro Espacial, no mesmo ano, Frankenstein vs Baragon (um Godzilla falsificado da Toho) e, em 1966, o monstro enfrentou o pistoleiro Billy the Kid, em uma obra extremamente questionável.
Mesmo com tantas aberrações, é inegável que o monstro possui seus bons momentos. Para a maioria, o clássico de 1931 é a melhor obra de Frankenstein, e nessa, acompanho o relator. Agora..... o pior! Essa é uma missão realmente complicada, mas, no critério tosquice, acabo ficando com Frankenstein vs Billy the Kid. A criatura se provou versátil, aparecendo em praticamente todo o tipo de filme, uns bons, outros tenebrosos.
Abaixo, confira alguns dos primeiros filmes do monstro, ainda na era da Universal.
Frankenstein (1931) – Dirigido por James Whale, é o filme seminal que introduziu o monstro de Frankenstein ao público moderno. (Melhor Filme)
A Noiva de Frankenstein (1935) – Continuação direta do original, também dirigida por James Whale.
O Filho de Frankenstein (1939) – Apresenta o personagem Igor, interpretado por Bela Lugosi.
O Fantasma de Frankenstein (1942) – Continuação que explora a busca por uma mente mais perfeita para o monstro.
Frankenstein Encontra o Homem-Lobo (1943) – Um crossover com o personagem do Homem-Lobo.
A Casa de Frankenstein (1944) – Reúne vários monstros clássicos da Universal.
A Casa de Drácula (1945) – Continuação que também reúne monstros clássicos.
Abbott e Costello Encontram Frankenstein (1948) – Uma comédia que parodia os monstros clássicos.
Frankenstein vs Billy The Kid (1966)- O Crossover mais aleatório do terror (Pior Filme)
Drácula (542 filmes)


Parece inacreditável, mas é verídico. O Conde Drácula chegou ao Guiness Book em 2015, com mais de 538 filmes, séries e desenhos animados lançados, sendo o personagem literário com mais adaptações na história.
O Vampiro da Noite surgiu do livro de Bram Stoker, em 1897, e chegou aos cinemas pela primeira vez em 1910, em um curta dinamarquês baseado na obra de Stoker. Essa obra é tão antiga, que é considerada um dos filmes perdidos dos primórdios do cinema, sabendo-se quase nada sobre seu conteúdo.
Era da Universal: Em 1922, tivemos a primeira superprodução envolvendo o Rei dos Vampiros, Nosferatu, clássico do Expressionismo Alemão.
Porém, apenas em 1931, o Lorde das Trevas foi oficialmente adaptado, sendo vivido por Bela Lugosi, no primeiro filme da Era da Universal. Lugosi, John Carradine e Lon Chaney Jr, foram os responsáveis por viver o Conde Drácula entre 1931 e 1948.
Renascimento: Nas décadas de 1950 até 1970, Christopher Lee reviveu o vilão, tornando-se a versão mais icônica para muitos, ao longo da franquia da Hammer. Em 1992, Gary Oldman estrelou a adaptação mais lendária do vampiro, Drácula de Bram Stoker.
Piores Obras e Crossovers: Porém, nem só de glórias vive o Conde Drácula, que já sofreu com muitos, mas muitos filmes horríveis. Drácula vs Frankenstein, Drácula vs Billy the Kid (olha ele de novo) e Drácula 3000 mostram algumas das maiores catástrofes do cinema de terror.
O Conde também é o rei dos crossovers, já tendo aparecido em Scooby Doo e até mesmo em uma animação do Batman.
Em meio a centenas de obras, fica realmente difícil decidir os melhores e piores. Creio que Nosferatu e Drácula de Bram Stoker, sejam as referências. O pior, entre as que vi, é Drácula vs Frankenstein, de 1971, que inicialmente nem sequer deveria ter qualquer um dos dois monstros, sendo que ambos foram colocados na pós-produção, algo que tornou uma obra já fadada ao fracasso em uma verdadeira pérola do trash.
É impossível listar todas as obras, por isso, vamos listar apenas as mais icônicas, ou as mais terríveis, começando por Universal e Hammer, passando pelas trasheiras pouco conhecidas, até as releituras mais recentes do vilão. :
Nosferatu (1922) – Dir. F. W. Murnau. Primeira adaptação não autorizada do romance de Stoker; o conde Orlok substitui Drácula.
Drácula (1931) – Dir. Tod Browning. Estrelado por Bela Lugosi, é a versão clássica da Universal Pictures que consolidou a imagem do vampiro no cinema.
Drácula, o Vampiro da Noite (Horror of Dracula, 1958) – Dir. Terence Fisher. Produzido pela Hammer, trouxe Christopher Lee como Drácula e renovou o mito no cinema britânico.
Drácula, o Príncipe das Trevas (Dracula: Prince of Darkness, 1966) – Dir. Terence Fisher. Continuação da Hammer, com Christopher Lee novamente como o Conde.
Drácula vs. Frankenstein (1971) – Dir. Al Adamson. Produção de baixo orçamento que coloca os dois monstros frente a frente, hoje cult pela bizarrice. (Pior Filme)
Drácula (1979) – Dir. John Badham. Versão estrelada por Frank Langella, mais romântica e estilizada.
Nosferatu: Phantom der Nacht (1979) – Dir. Werner Herzog Remake/homenagem ao clássico de 1922, estrelado por Klaus Kinski.
Drácula de Bram Stoker (Bram Stoker’s Dracula, 1992) – Dir. Francis Ford Coppola. Grande produção com Gary Oldman, Winona Ryder e Anthony Hopkins, considerada uma das adaptações mais fiéis ao livro. (Melhor Filme)
Drácula 2000 (2000) – Dir. Patrick Lussier. Reinterpretação moderna do personagem, produzida por Wes Craven.
Drácula Untold (2014) – Dir. Gary Shore. Tentativa da Universal de criar um "Dark Universe", mostrando Drácula como anti-herói.
A Última Viagem do Deméter (The Last Voyage of the Demeter, 2023) – Dir. André Øvredal. Adaptação de um único capítulo do livro de Stoker, focado na viagem do navio Deméter.