As Culturas de Massa de Cada País
Cada nação, possui sua própria cultura, tradições que a tornam única perante as demais. Porém, umas mais do que outras, exercem influência cultural por todo o mundo. Quem nunca assistiu um filmes de Hollywood? Quem nunca assistiu um Anime ou leu um Mangá? A cultura do entretenimento de países como EUA e Japão, alcançam dezenas de outros países, e facilmente se incorporam a sua própria identidade cultural.
TERROR
Rafael Silva
10/8/202515 min read
Estados Unidos


Maior potência militar, econômica, tecnológica, científica, esportiva e cultural.
O Rei do Capitalismo mundial, sem dúvida, compreendeu o 'soft power', dado pela liderança da cultura de massas. Desde o fim da Primeira Guerra Mundial, quando o país assumiu a ponta da economia mundial, era perceptível que a hegemonia cultural teria grande valor na manutenção do protagonismo global. Durante a Guerra Fria, isso se tornou ainda mais importante, com investimentos massivos em produções que elevassem o ideal do país perante sua oposição socialista, nos diferentes momentos de sua história.
Hollywood monopolizou o cinema desde os anos 1930, quando roubou o protagonismo europeu no cenário. Atualmente, é quase impossível citar uma lista de grandes sucessos da sétima arte sem cobrir a lista quase inteira com filmes norte-americanos.
Especialmente na Hollywood Clássica, o American Way of Life era muitíssimo exaltado, além do glamour típico da crescente classe artística.
American Way of Life: É o meio de vida defendido nos EUA dos anos 1920 em diante. Entre seus principais preceitos, temos a defesa da família tradicional, do consumismo e da busca pelo sucesso profissional.
Com os anos, os interesses mudaram. O Noir assumiu os anos 40 e 50, a ficção científica e terror, os anos 60 e 70. As aventuras fantasiosas, os anos 80 e 90. E, em cada uma dessas fases, reflexões da própria realidade do país, em suas mais diferentes eras.
Com o advento da internet, ficou ainda mais fácil cultivar seu entretenimento por todos os cantos do mundo, seja através das mídias sociais, seja através dos serviços de streaming.
Nos quadrinhos, o controle também é absoluto, com os grandes ícones de DC e Marvel, sendo pertencentes à cultura americana. Algo em comum em muitos deles é que nasceram como propaganda militar e bastiões da moral defendida no país. Superman, Batman, Mulher-Maravilha e Capitão América, além de atuarem no front de batalha, apresentavam às crianças ideais morais como verdade, justiça, patriotismo.
Com o passar dos anos, o tom das HQs foi se moldando à realidade da época. Algo mais infantil e bobo nos anos 1960, e então a transição para algo subversivo ao próprio gênero dos anos 1980 em diante. E atualmente, podemos dizer que tanto o cinema quanto os quadrinhos de herói vivem um momento de revivalismo, uma "volta às origens".
Os heróis movem bilhões e bilhões de dólares todos os anos e ensinam as crianças e jovens, diversos preceitos da cultura de seu país de origem.
A música talvez seja tão predominante quanto o cinema. Todos os movimentos musicais originados nos EUA atingem repercussão global. Ao lado dos britânicos, foram eles os responsáveis pela New Wave dos anos 1980, que transformou definitivamente a música em um objeto comercial. Os artistas se tornaram ícones pop.
Assim como o cinema, a música foi ampliada a um novo patamar de alcance com a internet. Os discos foram substituídos por MP3, e depois, por apps como o Spotify.
Através desses mecanismos, até mesmo gêneros ligados intimamente a sociedade estadunidense, como Hip-Hop, Jazz e Soul, se tornaram populares em todo o planeta.
Podemos também citar os games, cujo a maioria é desenvolvido em solo norte-americano, e que nos últimos anos, vem faturando diversas vezes a renda de toda a indústria cinematográfica.
Essa junção de fatores, somada ao aparato financeiro, eleva os EUA ao status de grande núcleo cultural do planeta, uma vez que diversos países, como o próprio Brasil, absorvem muito de suas obras. Isso NÃO NECESSARIAMENTE É RUIM, apenas demonstra as diferenças de cultura e influência entre os países. No entanto, não é só de produções artísticas que uma cultura toma espaço entre as outras.
Já comeu no McDonald's essa semana? Assistiu a algum jogo da NBA ou NFL? Faz festas de Halloween? Comprou algo na Black Friday? Bom, tudo isso é advindo da cultura estadunidense, mas já são tão intrínsecas à nossa própria realidade que muitas vezes nem percebemos.
Os fast foods dominam o mundo inteiro. A NBA e NFL são assistidas em vários países, como o Brasil, que não tem 1% da identificação que os americanos têm com tais esportes. A festa de Halloween nem ao menos faz sentido em boa parte dos países do mundo (no Brasil, é o saudoso Dia do Saci).
Como podemos ver, no Brasil, tomamos posse de muitos elementos pertencentes à cultura estadunidense. Como disse antes, isso não é algo ruim. E, como iremos ver nos próximos países, não são só eles que compartilham sua cultura em diversos países. E talvez, analisando por toda a história, nem seja o principal país a fazê-lo...
Reino Unido


Os britânicos são seguramente os maiores colonizadores de todos os tempos. Entre 1815 e 1914, o dito ´´Século Britânico´´, a Coroa Britânica governava 28% da população mundial, o que representa cerca de 458 milhões de pessoas. Sobre seus domínios, estavam países gigantes, como Austrália, Canadá e Índia. Isso explica como o inglês, tornou-se a língua ´´do mundo´´ na atualidade.
Seu domínio econômico, possibilitou que o Império continuasse se expandindo, uma vez que tinha domínio das navegações.
Sua dominação sobre suas colônias não era somente econômica. As tradições de muitos desses países, foram apagadas, e substituídas pela ideologia do dominador.
Porém, com a devastação de duas guerras mundiais ocorridas em seus territórios, e a emancipação de suas colônias, a influência dos gentlemans ruiu. Porém, em mais de um século de domínio, era impossível que seus resquícios não permanecessem na alma do mundo.
Na literatura, os anglos dominaram a Europa, junto a franceses e alemães. Harry Potter, Hamlet, Alice no País das Maravilhas, Sherlock Holmes, Drácula, Frankenstein, Romeu e Julieta, Revolução dos Bichos, o Médico e o Monstro, 1984, Morro dos Ventos Uivantes, Orgulho e Preconceito, Homem Invisível, 007, Retrato de Dorian Gray.... ufa, é muita coisa. Sabe o que todos tem em comum? Todas foram escritas por autores britânicos, e são lendas da literatura. William Shakespeare, J.K Rowling, Mary Shelley, Bram Stoker, Arthur Conan Doyle, Jane Austen, George Orwell, Ian Fleming. Todos ingleses, e que através de suas obras, se eternizaram na cultura pop. Muitas dessas obras, chegaram aos cinemas, onde atingiram um público ainda mais amplo.
A literatura britânica é um verdadeiro deboche. E isso garantiu um imenso domínio cultural, uma vez que suas obras estão presentes na cultura pop desde os seus primórdios e permanecem vivas.
Na música, a coisa fica ainda mais interessante. Queen e Beatles, duas das maiores bandas de todos os tempos... nem preciso dizer de onde eles são, não é? Queen foi a banda mais ouvida do planeta na década de 1970, e Freddie Mercury, um dos maiores ícones da música.
Os Beatles, por sua vez, foram os maiores símbolos da cultura pop dentro da música, inaugurando a Beatlemania. Pela primeira vez, tínhamos uma típica "banda adolescente", assumindo a ponta da música mundial. Seus artistas não eram apenas referências musicais, eram símbolos de moda, comportamento, sexuais... como verdadeiros popstars. Esse tratamento em relação aos artistas tomou o mundo e continua ocorrendo até os dias de hoje, talvez até de maneira mais intensa.
O rock britânico, por si só, promoveu uma verdadeira revolução na música, trazendo um novo parâmetro para todo o mundo. Apesar de pioneiro, ele absolveu elementos externos, principalmente da música negra norte-americana.
O futebol, tão intrínseco ao nosso país, por incrível que pareça, foi criado na Inglaterra. Seus insucessos em prostrar-se como uma das maiores campeãs mundiais, tornam a seleção inglesa e o próprio futebol do país, um tanto duvidoso. Porém, não pode se negar que o esporte mais popular do mundo, e o mais amado pelos brasileiros, tem suas raízes nas Ilhas Britânicas.
Atualmente, a Premier League é tratada como a vitrine do futebol europeu. Apesar disso, Liverpool, Manchester City, Manchester United e outros gigantes ingleses, tem como seus maiores craques, jogadores de diversas nacionalidades, que não ingleses. Isso demonstra seu Soft Power, mas também, certa incapacidade de montar times competitivos com atletas de seu próprio país.
Os costumes e tradições britânicas também são muitíssimo vivos no imaginário popular. O chá, a pontualidade, o comportamento educado e formal, tudo isso é ainda muito relacionado aos cavalheiros de monóculo e cartola.
A Monarquia Britânica também é um grande símbolo de sua grandeza, sendo ainda muito respeitada por muitas pessoas pelo planeta.
A BBC, o principal canal de TV britânico, é até hoje, uma das maiores plataformas de comunicação do mundo. Além de notícias e programas, a tevê do Reino Unido também promoveu ótimas séries, como The Crown e Doctor Who.
Algo que alguns esquecem é que muitos dos costumes que costumamos associar aos estadunidenses têm origem no Reino Unido.
O consumismo e a cultura do alimento rápido, por exemplo, são frutos da Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra.
Assim sendo, podemos dizer que, ao longo da história, nenhum país influenciou tanto o mundo quanto o Reino Unido, pois até mesmo os EUA têm sua cultura atrelada à deles. Hoje, muito de sua ´´aura´´ se desfez, mas, sua influência está viva no cerne da história mundial.
Japão


Diferente dos dois anteriores, o Japão nem de longe foi uma grande potência industrial ou militar em seu princípio, apesar de ter exercido grande influência no continente asiático por séculos. O Japão passou a transformar-se em uma potência bélica a partir da Guerra do Ópio (1839-1842), em que a China foi tomada pelo Reino Unido. Assim, para defender sua soberania, os japoneses embarcaram em um militarismo exacerbado e foco intenso na indústria, no evento conhecido como Restauração Meiji (1868).
Porém, a falta de recursos naturais em suas ilhas os 'forçou' a invadir países vizinhos para obter os recursos necessários para tornar-se uma potência que, no século seguinte, desafiaria o próprio Estados Unidos.
As desavenças desse período levaram aos eventos da Segunda Guerra Mundial, onde os japoneses foram derrotados de forma devastadora, tendo as cidades de Hiroshima e Nagasaki praticamente obliteradas pelas armas nucleares estadunidenses. Rendido, o Império Japonês abriu negócio com os EUA, que auxiliaram na reconstrução de seu país. Assim, os japoneses encontraram sua chave para o sucesso (dependendo do ponto de vista), misturando elementos do capitalismo estadunidense, com seus admiráveis princípios morais, criando um Império Cultural ainda maior do que pensamos.
Já ouviu falar do Sonic? E do Mário? (Piadas à parte), todos eles são criações dos estúdios de games japonês. Mario Bros, o rosto da Nintendo (maior estúdio de games japonês), é simplesmente o maior império dos videogames. Seu reino nos jogos é um dos maiores da ficção, rendendo mais de 30 bilhões de dólares em todo o mundo, e mais de 840 milhões de cópias vendidas. É a franquia mais vendida dos videogames, com quase o dobro de vendas do segundo lugar, Tetris.
Sonic, por sua vez, vendeu mais de 184 bilhões de unidades, sendo também um gigante.
Nos jogos de luta, os japoneses também mandam bem, sendo a Capcom a responsável por nos dar nada mais, nada menos, que Street Fighter, que ao lado de Mortal Kombat, são as protagonistas dos jogos de luta.
Até mesmo no futebol, através da franquia PES, o Japão demonstra sua força nos videogames.
Apesar de sempre relacionarmos os games aos EUA, é o Japão o detentor das franquias mais rentáveis e de vários dos personagens mais icônicos.
Não por menos, eles atravessam a barreira da ficção e se tornam ícones pop. Presentes em filmes, desenhos e produtos, eles são sucesso tanto entre crianças quanto entre adultos.
Apesar de subestimado, o cinema japonês é lar de muitas criações e artistas relevantes para a sétima arte. Godzilla por exemplo, um dos maiores monstros da ficção, surgiu no país em 1952, como uma metáfora ao terror atômico que a nação havia vivenciado. O Kaiju tornou-se um dos símbolos do cinema do país, gerando uma franquia de dezenas de filmes.
Porém, não somente de ficção científica vivem o Japão. Akira Kurosawa, um dos maiores cineastas de todos os tempos, é o diretor de ´´Os Sete Samurais´´, considerado um dos melhores filmes de todos os tempos.
Nas animações, o Studio Ghibli, figura entre um dos mais conceituados do meio, com um traço e personalidade únicos. Recentemente, seu traço típico foi transformado em filtro em redes sociais como Instagram, reascendo o interesse das massas pelo estilo.
Mesmo com o sucesso dos games, nenhum mercado de entretenimento é tão poderoso no Japão quanto os mangás. Foram em suas páginas que surgiram Naruto, Goku e Saitama. Obras como One Piece figuram entre as mais vendidas de todos os tempos, estando no top 3 ao lado de Superman e Batman. Porém, ambos os heróis são publicados desde a década de 1930, enquanto o mangá existe desde 1997.
Esses mangás posteriormente foram adaptados para desenhos animados, que fizeram história por todo o mundo. No Brasil, tivemos acesso a muitos deles, através da Globo e SBT.
Pokémon por exemplo, uma das séries mais queridas da cultura japonesa, é simplesmente a franquia mais rentável da história, já tendo rendido centenas de bilhões de dólares ao redor do globo.
Abaixo, vamos conferir uma lista com os mangás mais vendidos da história, finalizando com o valor estimado movimentado por eles.
One Piece — 516,6 mi
Doraemon — 300 mi
Golgo 13 — 300 mi
Detective Conan (Case Closed) — 270 mi
Dragon Ball — 260 mi
Naruto — 250 mi
Demon Slayer — 220 mi.
Slam Dunk — 185 mi
KochiKame — 157,2 mi
Crayon Shin-chan — 148 mi
Attack on Titan — 140 mi
Oishinbo — 135 mi
Bleach — 130 mi
JoJo’s Bizarre Adventure — 120 mi
Reino — 110 mi
Somando as vendas, os valores estimados podem ultrapassar os 30 bilhões de dólares, juntando os valores médios da revista, seu número de vendas e taxa cambial do período.
Esses números exorbitantes demonstram o quão grandiosas essas séries e personagens são.
Sua arquitetura única, estética vibrante, sistema educacional rígido, lendas urbanas assustadoras e conexão com a natureza tornam os costumes e tradições, tornam o país, algo tão único quanto seus produtos. O país asiático propõe um equilíbrio entre a tecnologia e a tradição. De cidades cheias de luz e vida como Tóquio, até os vilarejos simples. Samurais e Ninjas, apesar de hoje serem vistos como uma relíquia de seu passado, ainda estão presentes em identidade.
Mesmo partindo de um ponto totalmente diferente, o Japão alcançou um nível de hegemonia cultural surpreendente. Essa potência artística levou o país asiático ao posto de terceira economia do mundo (chegando a ser a segunda durante os anos 1980).
Um país que mesmo com uma língua e tradições tão diferentes em relação aos nossos, e de boa parte do mundo, adentra em nossas vidas de forma extremamente natural, pelos mais diversos meios.
França


A França dividiu o protagonismo europeu com o Reino Unido por séculos. Assim como seus rivais ingleses, os franceses foram imensas potências militares e industriais. Com seu aparato, os franceses obtiveram controle de colônias pela África e Ásia. Após a Revolução Francesa, o país tornou-se um caldeirão cultural e uma referência política. Não à toa, apoiaram a Revolução Americana, que deu origem à República dos Estados Unidos.
Porém, muito mais que estética única e comida estranha, os franceses tiveram muita influência na origem da cultura pop.
O cinema como conhecemos nasceu justamente na França, através dos Irmãos Lumière. Diversos dos primeiros curtas-metragens e longas-metragens da história surgiram lá. Os franceses são conhecidos por seu cinema um tanto ´´alternativo´´, em relação aos americanos e britânicos. Filmes como Acossado, A Paixão de Joana D'arc, Jovem e Bela, Viagem à Lua e outros clássicos cult compõem o distinto cinema francês.
Os críticos franceses também são muitíssimo bem quistos. Prova disso está no Festival de Cannes, um dos mais respeitados do mundo, que anualmente elege alguns dos melhores filmes do ano, nos mais diversos gêneros.
Enquanto Hollywood muitas vezes visa principalmente o lucro, Paris foca na 'arte' acima de tudo.
A literatura e filosofia também são carros-chefes na França, sendo ela o lar de muitas das mentes mais brilhantes da história. Montesquieu, filósofo responsável pela concepção dos três poderes da Democracia: Legislativo, Executivo e Judiciário. Rousseau, autor da notória reflexão "o homem é bom, e a sociedade o corrompe".
Tais modelos políticos e sociais, ainda hoje, são usados na concepção de democracias por todo o mundo. A própria República Brasileira, desde a redemocratização, foi construída sobre esse conceito.
Além disso, temos pensadores mais recentes. Jean-Paul Sartre, o pai do existencialismo, é francês. Simone de Beauvoir, uma das fundadoras do movimento feminista, nasceu e desenvolveu seu movimento também na França.
Esses e muitos outros movimentos seguem vivos na sociedade e se modificam com o passar das décadas.
Enquanto os britânicos produziam aos montes diversos gênios da narrativa, os franceses produziam intelectuais dos mais diversos espectros políticos.
Mas não podemos falar de França sem focar na estética e nos costumes. Foi na França, onde diversas das marcas de moda mais reconhecidas do mundo, de Chanel até Louis Vuitton, são francesas. Tudo isso colabora para a imagem desse país, como uma referência de beleza e elegância. Sua culinária única, conhecida por seus croissants, vinhos, Petit Gateau e tantos outros pratos. A culinária francesa é tão respeitada que foi considerada patrimônio da humanidade pela UNESCO.
A França, pode ser considerada a guardião da cultura ´´erudita´´, defendendo suas tradições acima de tudo.
Brasil


Não podemos sofrer do 'Complexo de Vira-Lata', por aqui. Mas, é inegável que o Brasil, muitas vezes, atua como um captador da cultura de massa internacional. Muitos dos costumes, produções musicais, audiovisuais, personalidades e literatura advêm de outros países e são absorvidos em nosso cotidiano.
No entanto, nosso país conta com um dos folclores mais ricos do mundo, uma vez que suas proporções continentais e miscigenação cultural possibilitam uma infinidade de narrativas. As músicas típicas, o futebol, o carnaval, o tal do 'jeito brasileiro', tudo isso torna nosso país algo único em relação ao mundo. E, apesar dos problemas que todos nós que aqui vivemos sabemos muito bem que o país possui, ele ainda assim é admirado por muitas pessoas ao redor do mundo, por suas incontáveis belezas, naturais ou culturais.
O futebol brasileiro, assim como suas lendas, é reconhecido por todo o mundo. Pelé, Ronaldo, Ronaldinho, Romário, Neymar... tantos nomes, que são admirados pelos torcedores de todos os continentes. A seleção brasileira é também a maior campeã mundial, com cinco títulos conquistados desde 1930. Apesar do mal momento, o país ainda é visto internamente e externamente como "o país do futebol". Pois, apesar dos altos e baixos, foi no Brasil onde as maiores lendas do esporte nasceram e tornaram a seleção o que é.
O Carnaval, apesar das diversas críticas que recebe, é ainda um dos maiores eventos festivos do mundo, trazendo todos os holofotes ao Brasil.
A festa foi trazida pelos colonizadores portugueses, no século XVII, e foi sendo modificada através dos séculos, incorporando muitos dos elementos da cultura afro-brasileira.
Primeiro o samba, e depois o funk e sertanejo, tornaram-se marcas registradas do carnaval, que sempre refletiu os gostos das grandes massas.
Durante o Regime Varguista, a celebração ganhou ainda mais força. Getúlio acreditava que o crescimento do Carnaval seria ótimo para a formação de uma identidade nacional.
Ainda hoje, o Carnaval movimenta milhões de pessoas em todos os estados brasileiros. Apenas em 2025, cerca de 53 milhões de pessoas participaram das festividades. Entre elas, cerca de 287 mil turistas.
Obviamente, as críticas feitas ao evento não são infundadas. O teor de algumas músicas. A precariedade e insegurança durante as festas. A sexualização de tudo e todos, especialmente mulheres, torna o evento, muitas vezes, problemático. Ainda assim, devemos nos apegar às pessoas que sabem aproveitar a folia de forma sadia, e não esquecer que o Carnaval ainda é o grande cartão postal do Brasil para todo o mundo.
Como dissemos anteriormente, a grandeza populacional e territorial do Brasil lhe proporciona diversas facetas culturais, o que concede a ele um dos folclores mais ricos do mundo. Mula Sem Cabeça, Saci, Curupira, Iara e tantas outras, vindas de todas as regiões do país, demonstram essa diversidade.
A cultura do país não se resume só às lendas. Nos cinemas, mesmo que muitas vezes não percebamos, o Brasil já emplacou sucessos, que inclusive concorreram ao Oscar. Cidade de Deus e Tropa de Elite, considerados por muitos o auge do cinema nacional, renderam críticas positivas em todo o mundo. Central do Brasil, estrelado por Fernanda Montenegro, concorreu ao prêmio em 1999, mas não venceu. Até que em 2025, 'Ainda Estou Aqui', estrelado por Fernanda Torres (filha de Montenegro), voltou à briga pelo prêmio e faturou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Esse é, até hoje, o maior título do cinema brasileiro.
Por fim, podemos ser 'esponjas' da cultura estrangeira, mas possuímos sim uma identidade própria muito forte, até mesmo quando captamos algo estrangeiro. Afinal, quem nunca viu os memes brasileiros sobre literalmente todos os filmes, jogos e quadrinhos internacionais? As condições não são as melhores, mas criatividade nunca falta!
Bom, essa foi nossa breve análise sobre as culturas de massa de alguns países pelo mundo. Concorda? Discorda? Não se esqueça de comentar!